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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

olhar do <strong>de</strong>senhista sem o <strong>de</strong>senvolvimento do gesto <strong>de</strong>senhista. Por conta disso, o<br />

trabalho <strong>de</strong> cópia, tanto <strong>de</strong> imagens reais quanto <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>senhos não foi jamais<br />

censurada por mim, enquanto docente; ao contrário, procurei <strong>de</strong>monstrar como é a<br />

partir <strong>de</strong>sse trabalho <strong>de</strong> cópias que a mente <strong>de</strong>senvolve seu repertório <strong>de</strong> imagens a<br />

serem re-organizadas em futuros <strong>de</strong>senhos. Como o presente texto se referirá aos<br />

grupos em processo inicial do <strong>de</strong>senho, apesar dos alunos serem todos adultos, não<br />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong>sse primeiro momento do aprendizado que se situa no<br />

enfrentamento com a técnica.<br />

Em <strong>de</strong>senho, como já comentado anteriormente, a técnica não se <strong>de</strong>senvolve<br />

essencialmente por regras e etapas no sentido <strong>de</strong> um domínio do material, como no<br />

<strong>de</strong> outros meios artísticos como a gravura, a pintura ou a escultura. O mais<br />

importante ao se começar a <strong>de</strong>senhar é que o sujeito adquira essa abstração capaz<br />

<strong>de</strong> traduzir as imagens percebidas em linhas traçadas. É exatamente nesse início<br />

que os alunos costumam se <strong>de</strong>parar com a maior dificulda<strong>de</strong>, a auto-estima. Por ser<br />

tão elementar, por assim dizer, o <strong>de</strong>senho leva constantemente à impressão <strong>de</strong> que,<br />

se não sai “bonito”, está dada a prova <strong>de</strong> uma eventual falta <strong>de</strong> talento.<br />

c. Pensamento<br />

“Desenho é <strong>de</strong>senho. Pensamento é pensamento, ué?” “Desenho é<br />

sensibilida<strong>de</strong>, pensamento é outra coisa”. “Quando eu <strong>de</strong>senho, não penso em<br />

nada”. Essas são falas comuns e presentes no discurso <strong>de</strong> boa parte dos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senhistas. Para quem estuda e trabalha com educação em artes, as afirmações<br />

po<strong>de</strong>m até vir a causar estranhamento, diante do que já se estudou <strong>de</strong>ntro da<br />

psicologia da educação. A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> já ter <strong>de</strong>dicado um capítulo para essa<br />

questão na parte anterior <strong>de</strong>sta pesquisa, retomo-a aqui no sentido <strong>de</strong> inseri-la na<br />

maneira como planejei minhas aulas.<br />

Uma aluna me disse certa vez que percebia um processo bastante mental no<br />

curso e que era interessante, pois antes ela pensava o <strong>de</strong>senho como um impulso<br />

mais puro do que um trabalho ligado ao intelecto. Isto me fez perceber que eu<br />

realmente seguia um caminho do pensamento para contornar certas frustrações <strong>de</strong><br />

alunos ligadas à técnica.<br />

Penso que esse caminho <strong>de</strong>ve ser fruto <strong>de</strong> uma clareza cada vez maior <strong>de</strong><br />

que o <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>de</strong>senho não po<strong>de</strong>ria ser concebido apenas um<br />

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