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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

VII. Percepção, Técnica e Pensamento<br />

“Ninguém po<strong>de</strong> dizer que viu alguma coisa até vir a <strong>de</strong>senhá-la”.<br />

Guto Lacaz<br />

Três palavras renovaram seu sentido para mim, fundamentando e norteando<br />

minha prática pedagógica assim como minha própria reflexão sobre o <strong>de</strong>senho:<br />

percepção, técnica e pensamento.<br />

a. Percepção<br />

Quando percebemos algo, dizemos que vemos aquilo. Perceber é ver, ver é<br />

inventar, inventar é perceber. Em <strong>de</strong>senho, percepção diz respeito à forma como<br />

somos capazes <strong>de</strong> notar uma imagem, sobretudo pelo sentido da visão, ou seja,<br />

percebê-los em suas características visuais (mais adiante discorrerei sobre a<br />

questão do <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes visuais).<br />

O conceito <strong>de</strong> “leitura <strong>de</strong> imagens” adquire diversas significações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do contexto em que se é referido. Po<strong>de</strong>-se falar no contexto da história da arte <strong>de</strong><br />

uma imagem artística, saber sobre a técnica, a escola e o estilo pessoal do artista.<br />

Por outro lado, é possível também referir-se à leitura histórica em um sentido mais<br />

abrangente, buscar-se enten<strong>de</strong>r o período social e político em que se situa a<br />

compreensão da imagem. Mais próximo <strong>de</strong> uma leitura da forma em si, po<strong>de</strong>-se,<br />

pela mera observação, perceber as características visuais presentes na imagem - ou<br />

signo – observada. Isto diz respeito, entre outras coisas, à relação figura/fundo, à<br />

relação <strong>de</strong> proporção entre os objetos, na forma percebida dos <strong>de</strong>talhes presentes<br />

na imagem e às diferenças apreendidas pelo olho das superfícies <strong>de</strong> diferentes<br />

componentes materiais que estão concretamente apresentados ao olhar.<br />

b. Técnica<br />

No <strong>de</strong>senho, a imagem precisa ser re-concebida à sua linguagem, quer dizer,<br />

faz-se necessária uma abstração que traduza o objeto observado por meio <strong>de</strong> linhas<br />

e tons. E posso afirmar que não se <strong>de</strong>scobre o <strong>de</strong>senho pelo olhar puro, sem o<br />

gesto do traçado sobre uma superfície. Não há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver o<br />

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