13.07.2013 Views

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma História Íntima do Desenho<br />

discurso <strong>de</strong> educadores, e buscam compreen<strong>de</strong>r como o discurso dos professores<br />

<strong>de</strong> arte é assimilado pelos alunos e suas conseqüências na formação. Em certo<br />

trecho do texto, eles apresentam uma tese sobre eventuais “comandos <strong>de</strong> instrução”<br />

(2005, p. 392) que consi<strong>de</strong>ram fazer parte <strong>de</strong> um comportamento persuasivo que<br />

acreditam estarem comumente presentes entre os professores <strong>de</strong> ateliês.<br />

Segundo o artigo, três “comandos pedagógicos” (2005, p.392) servem para<br />

nortear a ação dos professores <strong>de</strong> arte dos ateliês: o comando prescritivo, aquele<br />

que diz o que <strong>de</strong>ve ser feito a cada ativida<strong>de</strong>; o comando proscritivo, que diz o que<br />

não <strong>de</strong>ve ser feito nas mesmas; e o comando direcional, que diz como elas <strong>de</strong>vem<br />

ser executadas, no sentido <strong>de</strong> acelerar o processo e evitar as dificulda<strong>de</strong>s. Os<br />

autores do texto consi<strong>de</strong>ram ali que professores <strong>de</strong> ateliê se interessam pela<br />

questão da persuasão, como um uma forma <strong>de</strong> manter a or<strong>de</strong>m nos grupos e<br />

manter a sua própria autorida<strong>de</strong>.<br />

Não obstante, ao ler essas classificações, constatei que são ações bastante<br />

comuns em todo ensino <strong>de</strong> técnica, ou seja, na orientação ao uso <strong>de</strong> algum<br />

instrumento, seja ele para finalida<strong>de</strong>s artísticas ou não. Esses comandos foram<br />

também presentes nas ativida<strong>de</strong>s em que precisei trazer noções técnicas<br />

particulares <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho como perspectiva, proporções e luz e sombra; sem tais<br />

“comandos”, tornar-se-ia difícil o contato com tais práticas e conceitos, sobretudo<br />

pela natureza do curso, seu público e ainda mais pela curtíssima duração. Para<br />

tanto, duas coisas se fizeram necessárias: 1. Que eu tivesse pleno domínio dos<br />

conceitos e das fases <strong>de</strong> cada ativida<strong>de</strong> e; 2. Que eu tivesse flexibilida<strong>de</strong> para<br />

mudar o plano <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>senvolvimento e interesse <strong>de</strong> cada<br />

grupo.<br />

Imagino que a rejeição à incorporação <strong>de</strong> tais comandos em sala <strong>de</strong> aula<br />

<strong>de</strong>va ocorrer, sobretudo, em espaços educacionais on<strong>de</strong> não estão previstos<br />

pressupostos <strong>de</strong> técnica no programas <strong>de</strong> suas disciplinas. Como músico, a questão<br />

da técnica nunca me foi algo a ser repelido; muito pelo contrário, sempre tive clareza<br />

<strong>de</strong> que a técnica é exatamente aquilo que permite que o artista se <strong>de</strong>senvolva na<br />

linguagem. O problema, a meu ver, é a forma como se aborda o tema, a favor ou<br />

contra sua pedagogia. O instrumental – palavra por vezes repelida em certas<br />

concepções didáticas – não me soou jamais algo mecânico e frio, sendo que, em<br />

música, toca-se com “instrumentos”.<br />

167

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!