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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

b. Desenho como Signo<br />

Toda forma <strong>de</strong> aprendizado do <strong>de</strong>senho passa por alguma forma <strong>de</strong> se<br />

apropriar da maneira como o <strong>de</strong>senho está manifestado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada cultura. O<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> memória é, na realida<strong>de</strong>, a memória dos <strong>de</strong>senhos anteriormente<br />

produzidos pelo sujeito. E até mesmo a percepção do olhar na ativida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senho<br />

<strong>de</strong> observação é aprimorada pela experiência <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senhar objetos semelhantes a<br />

novos mo<strong>de</strong>los.<br />

No artigo já citado <strong>de</strong> Brent e Marjorie Wilson (1999) - no capítulo O Problema<br />

da Cópia -, os autores conceituam o <strong>de</strong>senho como uma construção <strong>de</strong> signos a<br />

partir <strong>de</strong> algo que se vê ou se imagina. Para além da representação isomórfica, o<br />

<strong>de</strong>senho se funda na linha – como bem expressado por Edith Derdyk em sua<br />

entrevista – e é sobretudo pela leveza e pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa linha que se<br />

<strong>de</strong>senvolve a poética do <strong>de</strong>senhista.<br />

Todavia, ao mesmo tempo em que ganhamos consciência sobre essa linha<br />

expressiva e a respeito <strong>de</strong>ssa concepção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho como signo, é preciso ter<br />

clareza como professor <strong>de</strong> que as pessoas que buscam cursos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho estão<br />

comumente em busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seu traço no sentido <strong>de</strong> uma interpretação<br />

isomórfica dos objetos reais. Por essa razão, mesmo apresentando o <strong>de</strong>senho em<br />

suas diferentes manifestações, percebo que se faz importante a percepção dos<br />

motivos que levam os sujeitos a cursarem uma oficina <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho.<br />

c. Desenho como Inconsciente gráfico<br />

Como citado na entrevista com José Glilton, o filósofo Walter Benjamin (1996)<br />

<strong>de</strong>senvolveu o conceito <strong>de</strong> inconsciente óptico ao atribuir à fotografia e ao cinema o<br />

papel <strong>de</strong> reveladores <strong>de</strong> imagens ocultas na mente humana. Glilton <strong>de</strong>monstrou<br />

possuir intuitivamente essa percepção ao <strong>de</strong>clarar que, em seu método, gosta <strong>de</strong><br />

fotografar seus <strong>de</strong>senhos para ter certeza <strong>de</strong> sua satisfação com o resultado final<br />

dos trabalhos.<br />

Por outro lado, percebo o <strong>de</strong>senho em um eterno caráter <strong>de</strong> síntese;<br />

contrapondo-se, em certa medida, ao conceito <strong>de</strong> Benjamin. O <strong>de</strong>senho não parte<br />

do plano, como a fotografia que, por conseqüência, forja o cinema e o vi<strong>de</strong>o.<br />

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