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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

O estudo da técnica entre as linguagens artísticas quer dizer muito mais do<br />

que apren<strong>de</strong>r uma ferramenta. Vejamos, na Grécia antiga, o nome dado para arte<br />

era Techné, ou seja, já trazia em si o princípio <strong>de</strong> ser algo invariavelmente mediado<br />

por uma técnica. A etimologia da palavra <strong>de</strong>senho vem do latim <strong>de</strong>signo (<strong>de</strong>-signo),<br />

que assim como outras palavras ligadas a essa origem etimológica, caracteriza a<br />

idéia <strong>de</strong> intenção e <strong>de</strong> significação. Dessa forma, a<strong>de</strong>ntro aqui essa questão tão<br />

essencial quanto <strong>de</strong>licada ao pensarmos os processos <strong>de</strong> aprendizado do <strong>de</strong>senho.<br />

A técnica é aquilo exatamente que possibilita a arte. Mas qualquer artista<br />

<strong>de</strong>senvolve sua técnica. O estudo da técnica po<strong>de</strong>ria ser melhor <strong>de</strong>scrito como o<br />

estudo <strong>de</strong> técnicas, ou seja, <strong>de</strong>ssa maneira ficaria claro que a intenção seria<br />

somente ampliar o repertório prático na linguagem e abrir portas para que o sujeito<br />

se <strong>de</strong>scubra em sua própria forma técnica e sua poética pessoal.<br />

Quando tratamos das técnicas <strong>de</strong> pintura, nos referimos ao uso dos pincéis<br />

<strong>de</strong> certas a<strong>de</strong>quadas para cada meio, do tempo <strong>de</strong> secagem das tintas, etc. Se<br />

tratarmos da gravura nós po<strong>de</strong>remos lidar com o polimento correto das chapas para<br />

evitar “ruídos” no momento da impressão e com processos específicos <strong>de</strong> gravação<br />

como água-forte, ponta seca, entre tantas. No caso do <strong>de</strong>senho, essa questão é<br />

ainda mais <strong>de</strong>licada, pois, diferentemente <strong>de</strong> outras linguagens visuais, o termo<br />

“técnica” em <strong>de</strong>senho diz mais respeito aos conceitos a serem apreendidos pelos<br />

sujeitos do que a forma correta <strong>de</strong> manusear o instrumento e os materiais. É sobre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses conceitos e o refinamento da percepção que busquei um<br />

método para o aprendizado do <strong>de</strong>senho em grupo. Prefiro o termo “aprendizado” ao<br />

“ensino”, pois me parece mais justa a expressão, sendo que um método <strong>de</strong> ensino<br />

pressuporia uma fórmula que pu<strong>de</strong>sse se a<strong>de</strong>quar a todos as experiências, e no<br />

entanto o método <strong>de</strong> aprendizado em grupo já <strong>de</strong>nota a idéia <strong>de</strong> processo individual<br />

em cada experiência, ainda que coletiva.<br />

Neste trabalho, pretendi refletir a respeito <strong>de</strong> algumas questões relativas ao<br />

aprendizado do <strong>de</strong>senho baseando-me centralmente em minhas experiências como<br />

docente <strong>de</strong> 6 turmas do curso livre <strong>de</strong> Fundamentos do Desenho Artístico em que<br />

lecionei pelo Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem (SENAC) nos anos <strong>de</strong> 2007, 2008 e<br />

2009. Os cursos tiveram curta duração, algumas turmas com duração <strong>de</strong> 36 horas –<br />

divididas em encontros <strong>de</strong> 3 a 5 horas -, e outras ainda mais curtas <strong>de</strong> 24 horas –<br />

divididas em encontros <strong>de</strong> 3 horas. Os alunos participantes têm origens, ida<strong>de</strong>s,<br />

formações e segmentos sociais bastante heterogêneos e buscaram o curso por<br />

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