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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

O <strong>de</strong>senho está na base <strong>de</strong> todo aprendizado das artes visuais e seu ensino<br />

no Brasil se confun<strong>de</strong> com a própria história do ensino <strong>de</strong> arte no país, ao mesmo<br />

tempo em que hoje pouco se discute a questão do aprendizado efetivo <strong>de</strong> sua<br />

técnica, <strong>de</strong>ntro ou fora dos espaços escolares. Nessa linha, uma questão me chama<br />

a atenção acerca do bloqueio que se dá sistematicamente no <strong>de</strong>senho das pessoas<br />

em <strong>de</strong>terminados momentos da infância, fazendo com que a gran<strong>de</strong> maior parte<br />

<strong>de</strong>las cesse sua relação com o <strong>de</strong>senho, posto que todas <strong>de</strong>senvolvem essa relação<br />

até certo ponto da vida. A respeito <strong>de</strong>ssa questão, Rosa Iavelberg observou, em seu<br />

livro O Desenho Cultivado (2008), que se faz necessário, no ensino do <strong>de</strong>senho,<br />

uma série <strong>de</strong> conhecimentos e práticas que, se não houver, po<strong>de</strong>rá fatalmente vir a<br />

gerar o bloqueio <strong>de</strong>ssa linguagem no processo do sujeito.<br />

Em conversa que tive pessoalmente com a educadora, Iavelberg referiu-se a<br />

esse bloqueio do <strong>de</strong>senho como uma “invenção didática”, ou seja, que o próprio<br />

momento em que as pessoas param <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar se dá <strong>de</strong> forma praticamente<br />

planejada; isto porque, o momento em que o sujeito cria critérios <strong>de</strong> julgamento<br />

estético <strong>de</strong> seu trabalho - e precisaria <strong>de</strong> tais conhecimentos para apurar seu<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> acordo com seus novos critérios – é exatamente quando a escola não<br />

lhe fornece esses conceitos e práticas no currículo. O <strong>de</strong>senho, segundo Iavelberg,<br />

<strong>de</strong>ve ser cultivado culturalmente e em sua dimensão cognitiva. A autora afirma que<br />

”no plano subjacente das gêneses singulares do <strong>de</strong>senho, age uma base cognitiva”<br />

(2008, p.28). Imaginei – a partir <strong>de</strong>sse termo “invenção didática”, que não está em<br />

seus textos, mas na fala <strong>de</strong> Iavelberg - como seria uma escola que não viesse a<br />

alfabetizar a criança no momento em que ela tivesse <strong>de</strong>senvolvendo a fala e a<br />

relação com os escritos.<br />

Nessa linha, eis a pergunta que subjaz a esta pesquisa: como “<strong>de</strong>sinventar”<br />

didaticamente o bloqueio gráfico dos sujeitos?<br />

II. Luz e sombra<br />

A sombra é um dos maiores <strong>de</strong>safios do <strong>de</strong>senhista. Com isto, fica claro que<br />

assim também o é igualmente a luz – uma é mãe da outra, e vice-versa. O título<br />

<strong>de</strong>ste trecho foi inspirado na fala <strong>de</strong> Luiza Christov, que me alertou <strong>de</strong> que é preciso<br />

ter coragem para lidar com essa sombra que se abre sobre o ensino da técnica,<br />

ainda mais se tratando do campo da arte/educação. Penso ser preciso, ao abrir<br />

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