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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

- Não aceito nada que seja fórmula.<br />

Para Edith, não existe exercício. Porque ela tem clareza <strong>de</strong> que na arte,<br />

assim como em seu aprendizado, não po<strong>de</strong> haver erro. Trata-se <strong>de</strong> percepção e,<br />

para ela, isto não po<strong>de</strong> ser corrigido. Edith contou-me que a oficina tem o ponto <strong>de</strong><br />

partida no sensível, mas passa pela observação do que se vê. Todo o processo é<br />

vinculado no real.<br />

- Chega um <strong>de</strong>terminado momento que você vai sacando as dinâmicas do<br />

grupo e você vai aprofundando em questões pessoais. Sempre a idéia é cada um<br />

buscar a sua singularida<strong>de</strong> máxima. No final do curso nunca tem um conjunto <strong>de</strong><br />

trabalhos igual ao outro. É incrível. Porque a idéia é cada um buscar a sua dicção, a<br />

sua digital: o que é intransferível.<br />

Em suas aulas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> buscar as sensações, Edith faz proposições sobre<br />

objetos em suas múltiplas características sensoriais.<br />

Perguntei-lhe sobre o ensino das chamadas técnicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, como<br />

perspectiva, luz e sombra, etc. Edith disse-me não trabalhar sob nenhuma hipótese<br />

com esses sistemas <strong>de</strong> representação.<br />

- De jeito nenhum. Isto se conquista com o tempo.<br />

Edith acredita que esses conceitos <strong>de</strong>vem vir com o repertório, e como<br />

conseqüência do <strong>de</strong>senvolvimento da percepção.<br />

Conversar com Edith Derdyk me colocou em contato com uma série <strong>de</strong><br />

questões que antes não se faziam presentes. Lidar com uma artista-propositora<br />

trouxe às minhas indagações uma nova perspectiva. Uma maneira bastante distinta<br />

da concepção que costumava abordar em meus cursos livres – a <strong>de</strong> trabalhar a<br />

partir <strong>de</strong> seus gostos para estimulá-los ao <strong>de</strong>senho.<br />

Em vez <strong>de</strong> observar os alunos em suas inclinações e gostos para ajudá-los a<br />

se <strong>de</strong>senvolverem na linguagem, a proposta <strong>de</strong> Edith permitia generosamente aos<br />

sujeitos uma nova experiência: a <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ntrarem, por meio <strong>de</strong> sua oficina, a poética<br />

pessoal <strong>de</strong>ssa artista, cujas teorias estéticas formuladas ao longo <strong>de</strong> sua vida<br />

formam agora a base <strong>de</strong> sua pedagogia.<br />

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