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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

que relação o homem tinha com seu tempo e com seu espaço. Pois se a linha é<br />

fruto <strong>de</strong>ssa relação, o corpo está absolutamente envolvido.<br />

Segundo Edith, sem representar como no mo<strong>de</strong>lo neoclássico ou apresentar<br />

como no mo<strong>de</strong>rnismo, o contemporâneo traz outro paradigma.<br />

- A arte é. – diz Edith.<br />

A experiência da arte contemporânea trouxe a Edith essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar com os alunos o <strong>de</strong>senho não como representação e tampouco como uma<br />

apresentação, mas como uma ação gráfica sobre o papel que não envolve apenas o<br />

olho, mas o corpo inteiro. A relação mão-gesto-instrumento parte da experiência do<br />

“sensível”.<br />

- A partir do momento que você percebe que a relação do seu olhar não é<br />

mais cartesiana, não é mais iluminista, nem mais neoclássica, mas uma visão<br />

multifacetada, cacofônica, transitiva, transitória, rizomática. O <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />

submisso à idéia <strong>de</strong> representação, <strong>de</strong> duplo do real.<br />

Para Edith, pelo fato <strong>de</strong> o <strong>de</strong>senho ser uma linguagem do efêmero - uma<br />

linguagem do emergente -, ele se aproxima do pensamento. Por isso está tão<br />

presente em diferentes campos científicos. Edith argumentou que, geralmente, os<br />

alunos buscam – no lugar <strong>de</strong> simplesmente <strong>de</strong>senhar - o ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar uma idéia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senho; e que é necessário romper esse padrão <strong>de</strong> expectativa.<br />

Edith contou-me que busca “rebater” em seu método o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<br />

como representação. Perguntei-lhe como ela lidava com o público formado por<br />

alunos leigos que ainda não teriam essa maturida<strong>de</strong>.<br />

gente que não.<br />

- É preciso haver uma cumplicida<strong>de</strong>. Mas sempre tem gente que vai gostar e<br />

Edith disse-me que <strong>de</strong>vemos lembrar que estética tem a ver com a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ver com todos os sentidos, e não apenas com o olho, Lembrou-me<br />

que, na concepção da palavra, estética significa acordar os sentidos, da mesma<br />

maneira que o termo anestesiar significa dormir os sentidos. Edith explicou-me que,<br />

em sua concepção <strong>de</strong> oficina <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, o <strong>de</strong>senvolvimento da percepção que se<br />

dá com o <strong>de</strong>senho não <strong>de</strong>ve se restringir ao momento do <strong>de</strong>senho, mas num<br />

segundo momento a pessoa passa a levar a questão para sua vida.<br />

Nas ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolve com os alunos em aula, Edith não gosta da<br />

palavra exercícios; por consi<strong>de</strong>rar que não se po<strong>de</strong> pensar em erro em uma<br />

ativida<strong>de</strong> artística, ela prefere e renova o termo proposições. Acredita que, a partir<br />

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