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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

Edith Derdyk é artista plástica, ilustradora e autora <strong>de</strong> diversos livros<br />

<strong>de</strong>dicados à questão do <strong>de</strong>senho e <strong>de</strong> sua educação como Formas <strong>de</strong> Pensar o<br />

Desenho (1988), O Desenho da Figura Humana(1989) pela editora Scipione e Linha<br />

<strong>de</strong> Costura (1997), pela Editora Iluminuras, entre outros. Em 2007, lançou como<br />

organizadora o livro Disegno, Desenho, Desígnio pela Editora SENAC em que<br />

diversos artistas <strong>de</strong>senvolveram textos/imagens a respeito do tema <strong>de</strong>senho. Tais<br />

publicações apenas ilustram a trajetória <strong>de</strong> Edith, artista que <strong>de</strong>dicou sua vida ao<br />

<strong>de</strong>senho e à pesquisa sobre a linha que lhe é estrutural.<br />

- A linha sempre foi uma espinha dorsal que foi me costurando todas as<br />

pesquisas. Como disse o Mario <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senho é muito mais do que essa<br />

coisa <strong>de</strong> lápis e papel.<br />

Des<strong>de</strong> os <strong>de</strong>zesseis anos, trabalha com aulas <strong>de</strong> arte. Edith disse-me ter<br />

constantemente trabalhado com os professores em busca da potência do <strong>de</strong>senho<br />

<strong>de</strong> cada um. Reconhecer-se. Ela percebeu que a questão da linha sempre foi, em<br />

suas palavras, o núcleo poético <strong>de</strong> seu trabalho. Contudo, Edith não gosta sequer da<br />

palavra “professora”. Contou-me preferir “propositora”, pois afirma que, mais do que<br />

ensinar <strong>de</strong>senho como um conteúdo, faz proposições gráficas aos alunos em busca<br />

<strong>de</strong> um novo sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, uma <strong>de</strong>sconstrução dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho que<br />

fazem parte do imaginário geral do senso comum acerca do tema.<br />

- Eu crio proposições para convocar, na pessoa que está ali disponível e<br />

disposta, ações gráficas que a gente possa pesquisar o <strong>de</strong>senho como linguagem<br />

expressiva e poética.<br />

Edith explica que o <strong>de</strong>senho vem hoje carregado pela influência do<br />

neoclassicismo francês, assim como o próprio formato <strong>de</strong> escola e que vem <strong>de</strong>ssa<br />

aproximação a idéia do <strong>de</strong>senho como uma cópia do real.<br />

- Nesse sentido, a linha acabou virando submissão. Ela está em função <strong>de</strong><br />

uma representação.<br />

Edith explica que toda sintaxe do <strong>de</strong>senho é oriunda da linha, dando-lhe<br />

enfoque maior do que a contrapartida neoclássica que submete a idéia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<br />

artístico à noção <strong>de</strong> pura representação mimética. Através da linha, Edith disse-me<br />

ser possível po<strong>de</strong>r compreen<strong>de</strong>r a dicção gráfica <strong>de</strong> cada época, a relação corpo-<br />

espaço em cada período.<br />

- A linha no renascimento, a linha clássica, a linha romântica, a linha<br />

abstrata, a linha egípcia. Cada linha vai revelar a relação mão-gesto-instrumento,<br />

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