13.07.2013 Views

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma História Íntima do Desenho<br />

criativida<strong>de</strong> tendo como referência suas hipóteses sobre conhecimento cognitivo<br />

“com foco mais centrado em pesquisas sobre conceitos lógico-matemáticos” (2006,<br />

p. 12), sua perspectiva serve <strong>de</strong> importante contribuição para a compreensão sobre<br />

os processos particulares <strong>de</strong> criação artística. Christov reflete que, para Piaget, todo<br />

processo <strong>de</strong> conhecimento é <strong>de</strong> certa forma um processo criativo, por tratar-se<br />

sempre da criação <strong>de</strong> “estruturas para conhecer” (2006, p.10).<br />

Christov, em contrapartida, relembra a posição <strong>de</strong> Vigotski em que consi<strong>de</strong>ra<br />

“incompreensíveis, inexplicáveis e ocultos à consciência” os processos <strong>de</strong> criação<br />

artística; ou seja, afirma que, apesar <strong>de</strong> toda a especulação científica possível sobre<br />

o tema, o mistério ainda prepon<strong>de</strong>ra. Igualmente consi<strong>de</strong>ra que o ato artístico do<br />

sujeito, ainda que estimulado por professores e processos didáticos, tampouco<br />

po<strong>de</strong>ria vir a ser “recriado por meio <strong>de</strong> operações puramente conscientes” (2006,<br />

p.15). Christov, ao final do artigo, expressa que “também para Vigotski, conhecer é<br />

criar”. Na linha <strong>de</strong> pensamento que une Piaget e Vigotski – quer dizer, que crê que<br />

conhecimento é criação - penso eu ser igualmente possível a afirmação <strong>de</strong> que todo<br />

processo criativo é também um processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimento. Dessa<br />

forma, criar é conhecer.<br />

Ao me questionar sobre os processos criativos do <strong>de</strong>senho e, por<br />

conseguinte, os processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimento pelo <strong>de</strong>senho, senti<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar modos pelos quais se <strong>de</strong>senvolve a expressão criativa<br />

entre <strong>de</strong>senhistas. Pelo fato <strong>de</strong> o <strong>de</strong>senho se construir muito a partir da memória <strong>de</strong><br />

outros <strong>de</strong>senhos – como discuti anteriormente – eu percebo que aquilo que<br />

comumente chamamos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> linguagem tem a ver com <strong>de</strong>terminados<br />

aspectos da ação gráfica particular ligada ao <strong>de</strong>senvolvimento da criativida<strong>de</strong>. No<br />

<strong>de</strong>senho, constato que isso se dá <strong>de</strong> algumas formas.<br />

Inspirando-me no artigo <strong>de</strong> Christov e em Ostrower, classificarei a seguir<br />

quatro <strong>de</strong>les que eu pessoalmente i<strong>de</strong>ntifico mais comumente na linguagem do<br />

<strong>de</strong>senho.<br />

115

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!