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Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Artes UMA ...

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Uma História Íntima do Desenho<br />

bibliotequinha do colégio, lendo. Fiz um <strong>de</strong>senho no Macunaíma, o livro da escola,<br />

que vergonha!<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todos ali terem um ambiente cultural bastante estimulante e<br />

cheio <strong>de</strong> referências <strong>de</strong> cultura clássica, Ana disse-me que dos quatro irmãos,<br />

somente ela se <strong>de</strong>senvolveu na área das artes visuais. Tornou artista gráfica, uma<br />

<strong>de</strong>senhista gravadora. Embora a irmã seja cantora <strong>de</strong> música popular. Ana estudou<br />

música durante a infância e ainda toca flauta transversal ocasionalmente.<br />

- Passei catorze anos na mesma escola. Você acaba se apossando da<br />

escola. O ensino <strong>de</strong> arte não era legal. Tinha muito ensino <strong>de</strong> música, isto sim se<br />

<strong>de</strong>stacava. Eu tinha um trio <strong>de</strong> flautas.<br />

Na infância, Ana ia sempre à Bienal com os pais. Costumava ir tantas vezes<br />

ao MASP com seus pais que já tinha ali suas pinturas favoritas. Sua relação com as<br />

ilustrações era <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época bastante intensa. Conta que um <strong>de</strong> seus<br />

passatempos era recortar os <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> personagens dos gibis que lia como da<br />

Mônica <strong>de</strong> Maurício <strong>de</strong> Souza e os levava às páginas <strong>de</strong> livros que lia nessa mesma<br />

fase. Fazia com que se movessem <strong>de</strong> acordo com a narrativa lida em cada livro e<br />

que conversavam entre eles a cada episódio. Montava a cena que imaginava dos<br />

livros, mexia os personagens <strong>de</strong> acordo com elas, como em lições <strong>de</strong> composição<br />

híbrida entre literatura e quadrinhos. Seus livros <strong>de</strong> fábulas <strong>de</strong> La Fontaine e suas<br />

revistas eram repletos <strong>de</strong> silhuetas <strong>de</strong> personagens alheios. Contou-me que se<br />

espantou aos saber que o ex-marido, Marcelo Grassmann também tinha essa<br />

mesma diversão na infância.<br />

Com relação à música, diz que não teve tanto gosto nesse processo <strong>de</strong><br />

aprendizado. Estudou sempre música clássica e teve um trio <strong>de</strong> flautas barrocas.<br />

Aos <strong>de</strong>zoito anos, fazia parte <strong>de</strong> um trio <strong>de</strong> flautas transversais na Vila Madalena.<br />

- Odiava estudar piano. Não sou <strong>de</strong> claves diferentes, passei pro sopro e<br />

<strong>de</strong>scobri que sou <strong>de</strong> uma clave só. Toco para mim, é parte <strong>de</strong> minha formação.<br />

Agora estou parada.<br />

Ao mesmo tempo, sempre permanecia <strong>de</strong>senhando. Diz que seu berço<br />

sempre foi cheio <strong>de</strong> referências à cultura erudita. Suas lembranças da infância são<br />

sempre “emolduradas” pelo som do piano <strong>de</strong> sua mãe. Até hoje <strong>de</strong>senha escutando<br />

música, sem exceções. Geralmente ópera ou a radio cultura.<br />

Ana recorda-se <strong>de</strong> um pintor brasileiro que seu pai, homem com gran<strong>de</strong><br />

contato com artes plásticas, gostava muito do trabalho. Chamava-se J. Hugo<br />

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