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INCONFIDÊNCIA MINEIRA: MEDIAÇÕES DISCURSIVAS

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como polissêmicos instrumento insinuados de condenação pelos inconfidentes, à política colonialista reiterando-os, e a suas parafrasticamente, conseqüências<br />

sociais.<br />

Ao assumir a responsabilidade pelo ato de conspiração, Tiradentes desfaz<br />

o sentido do discurso evasivo dos outros depoimentos das devassas judiciais, já<br />

que“não E, assim sendo, perderninguém” a pena (condenação talvez tivesse à forca) sido a única e o mito alternativa constroem que o lhe discurso restou.<br />

histórico transformando, através assim, do qual pena a e constituição mito em uma do realidade mito se simbólica. originou Essa nas letras transposição da lei,<br />

efetua-se desjuridição por da intermédio pena e dessacralização do que Ricoeur do (1988, jurídico”, p.368) disso define advindo como o “uma mito<br />

resgatado mínimos constituintes: e redimido a historicamente. lógica jurídica que O mito levou tem, à aplicação portanto, da pena dois e elementos<br />

que, retomando os discursos, reinterpreta-os em um novo sistema de referências a história<br />

ideológicas.<br />

ramificações Desse que modo, partem o discurso dos enunciados da Inconfidência da dominação: Mineira o discurso apresenta evasivo duas<br />

inconfidentes (o nós) que, com suas conotações polissêmicas, constitui o réu, dos e<br />

o a realidade discurso de veladamente Tiradentes enunciada (o ele) que, naquela ao retomar primeira a fala instância. que o condena, Ambas aparecem assevera<br />

respectivamente indeterminação no marcadas que se refere por formas ao envolvimento lingüísticas de outros que expressam indivíduos indefinição e à extensãoe<br />

da ação conspiratória.<br />

Portanto, o resgate político da fala da liberdade está associado à instância<br />

“discurso discursiva do da ele, História” do herói, que consistindo se prolonga em uma no outra tempo formação como discursiva: o do mito a do da<br />

nacionalidade.<br />

Assim sendo, a linguagem torna-se um instrumento de poder que reflete<br />

histórico uma prática é então lingüística um processo traduzida de reificação, no discurso através político. do Nesse qual o sentido, processo o narrativo discurso<br />

de uma determinada instância ideológica objetiva o conteúdo do discurso histórico<br />

em seus aspectos sociais.<br />

originaram<br />

A paráfrase<br />

no contexto<br />

e a polissemia<br />

da fala autoritária<br />

foram os<br />

e a<br />

constituintes<br />

ela se contrapunham<br />

lingüísticos<br />

através<br />

que<br />

de<br />

se<br />

20 Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 3, n. 2, p. 9-26, jan./jun. 2003

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