relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
68<br />
Francisco A. Lobo Pimentel<br />
A corda cambala [khwampala] é extraída <strong>de</strong> quatro qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> árvores:<br />
n’tònia [nttònya], nampôvê [namphovo], tàcàta [muttakattha] e<br />
m’tà cŭre 74 . Não usam a do embom<strong>de</strong>iro m’lapa [mulapa] porque, dizem,<br />
apodre ce e parte com facilida<strong>de</strong>. Para a extraírem, dão um golpe a machado<br />
<strong>no</strong> tronco junto ao terre<strong>no</strong> e puxam as tiras <strong>de</strong> baixo para cima.<br />
Para a aplicarem, secam-na ao sol e põem-na <strong>de</strong> molho, em água,<br />
para não apodrecer <strong>de</strong>ntro da pare<strong>de</strong>. Note-se que o preto não tem estes<br />
cuidad<strong>os</strong> com a casa ou palhota a construir para o europeu. Terminada a<br />
palhota, formam um cercado <strong>de</strong> paus bem espetad<strong>os</strong> para a preservarem<br />
d<strong>os</strong> ataques das feras. Alguns fazem ainda um compartimento <strong>de</strong>ntro da<br />
palhota. As portas são construídas <strong>de</strong> bambu e são feitas como indica a<br />
figura 4. Para a construírem, espetam <strong>no</strong> solo quatro bambus, dois a dois<br />
fronteiriç<strong>os</strong>, com o in ter valo suficiente para caberem um ou dois; vão introduzindo<br />
<strong>os</strong> bambus na queles espaç<strong>os</strong> e atando cordas para <strong>os</strong> segurar,<br />
apertando; chegando à altura que <strong>de</strong>sejam, cortam até ficar nas dimensões,<br />
digo, um pouco maior que a porta; para a fecharem, por <strong>de</strong>ntro da<br />
palhota, e junto à porta, e <strong>de</strong> cada lado, espetam um pau bem seguro; a<br />
porta é colocada entre estes paus e a pa re<strong>de</strong>; <strong>de</strong>pois enc<strong>os</strong>tam um pau e<br />
<strong>sobre</strong> este assenta um que o aperta <strong>de</strong> en contro à porta.<br />
No Niassa, Lurio e on<strong>de</strong> há palmeira brava, vão buscar as nervuras<br />
principais das folhas, junto ao pecíolo, tirando-lhe este, ou seja, a parte<br />
mais gr<strong>os</strong>sa; cravam <strong>no</strong> chão, a distância conveniente, dois paus, arredondad<strong>os</strong>,<br />
e mais ou men<strong>os</strong> aparelhad<strong>os</strong> e a medida da distância entre estes<br />
é aplicada na palmeira e aí fazem dois burac<strong>os</strong>, cujo diâmetro é igual ou<br />
pouco maior do que a do pau, aplicando a palmeira (nervura) <strong>sobre</strong> <strong>os</strong><br />
paus, <strong>de</strong> forma que estes entrem n<strong>os</strong> burac<strong>os</strong> previamente feit<strong>os</strong>. Sucessivamente,<br />
fazem a porta. Sobre mobiliário, trato <strong>no</strong> capítulo «Indústria».<br />
Há muit<strong>os</strong> mais us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes indígenas que estão tratad<strong>os</strong> em capítul<strong>os</strong><br />
respectiv<strong>os</strong>.<br />
74 Palavra não i<strong>de</strong>ntificada. Será “mutakure”?<br />
E-BOOK CEAUP 2008