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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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Francisco A. Lobo Pimentel<br />

1894, a 16 <strong>de</strong> Junho, recebe-se a triste <strong>no</strong>tícia que o barão <strong>de</strong> Schele,<br />

governador da África Oriental Alemã, içará a ban<strong>de</strong>ira do Império em<br />

Kionga. «Quem lhes havia <strong>de</strong> dizer nessa data, que passad<strong>os</strong> vinte e um<br />

an<strong>os</strong>, Portugal reaveria o que fora seu e tão traiçoeiramente lhe fora tirado.»<br />

Houve reclamações, recorreu-se a <strong>no</strong>va arbitragem, apresentaramse<br />

razões plausíveis, tudo <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> e a pequena Nação mais uma vez era<br />

espoliada e vítima do <strong>de</strong>spotismo das gran<strong>de</strong>s nações!! O que fizeram <strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> amig<strong>os</strong> e senhores aliad<strong>os</strong>? Nada, e mais tirariam, se pu<strong>de</strong>ssem,<br />

como já o tinham tentado fazer por várias vezes.<br />

Começa o Gover<strong>no</strong> a pensar em abolir <strong>de</strong> vez o po<strong>de</strong>rio do Gungunhana,<br />

que tão prejudicial n<strong>os</strong> estava sendo e resolve organizar uma<br />

expe dição para seguir para a África Oriental.<br />

1895 — Dá-se a campanha contra o Gungunhana, on<strong>de</strong> António<br />

Ennes evi<strong>de</strong>nciou a sua vasta inteligência e sangue-frio. Mas lá estavam<br />

ingleses armad<strong>os</strong> em jornalistas a amesquinharem-n<strong>os</strong> e, entre eles, dois<br />

e um ameri ca<strong>no</strong> pagaram com as ventas o arrojo, pois Paiva Couceiro, à<br />

laia <strong>de</strong> D. Fuas, esmurrou-lhas, bem esmurradas; <strong>de</strong>u-se esta cena a 13<br />

<strong>de</strong> Fevereiro.<br />

No entanto, o Gungunhana foi vencido e preso e assim fizem<strong>os</strong> ver<br />

a<strong>os</strong> ingleses que as forças numer<strong>os</strong>as <strong>de</strong> que dispunha o Gungunhana,<br />

armadas por eles, não n<strong>os</strong> amedrontaram e fom<strong>os</strong> capazes <strong>de</strong> as vencer.<br />

1898 — A n<strong>os</strong>sa fiel aliada estabelece um convénio com a Alemanha,<br />

na qual se trata da partilha da Colónias Africanas Portuguesas entre a<br />

Alemanha e Grã-Bretanha, quando as «circunstâncias levassem Portugal<br />

a ce<strong>de</strong>r esta glori<strong>os</strong>a herança».<br />

1913 — Novo conluio da Inglaterra com a Alemanha (secreto) para a<br />

partilha das Colónias Africanas Portuguesas.<br />

Em Ag<strong>os</strong>to do mesmo a<strong>no</strong> (1913) na Deutch Colonial Zeitung, Singelmann,<br />

n<strong>os</strong>so cônsul em Brunswick (foi espião em Angola), <strong>de</strong>monstrava<br />

que três milhões <strong>de</strong> alemães cabiam à vonta<strong>de</strong> <strong>no</strong> planalto <strong>de</strong> Benguela,<br />

servido pelo Caminho <strong>de</strong> Ferro do Lobito, que em breve seria alemão.<br />

Isto foi escrito um a<strong>no</strong> antes da Gran<strong>de</strong> Guerra.<br />

1915 — Entram<strong>os</strong> na guerra em África, contra <strong>os</strong> alemães.<br />

1919 — Entram <strong>os</strong> alemães <strong>no</strong> Distrito <strong>de</strong> Moçambique. Os ingleses<br />

cá apareceram, para... «salvarem a Rodésia». O que eles fizeram<br />

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