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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />

A tese <strong>de</strong> A. Chilundo, que reconstrói aspect<strong>os</strong> da história <strong>de</strong> transportes<br />

na província <strong>de</strong> Nampula e utilizou também fontes orais fornecen<strong>os</strong><br />

element<strong>os</strong> para um pa<strong>no</strong> <strong>de</strong> fundo da história socio económica na<br />

década d<strong>os</strong> an<strong>os</strong> 20. Descreve o recrutamento <strong>de</strong> trabalhadores para a<br />

construção <strong>de</strong> estradas e do caminho <strong>de</strong> ferro, as obrigações das mulheres<br />

d<strong>os</strong> homens contratad<strong>os</strong>, aspect<strong>os</strong> da cobrança d<strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, faz<br />

ainda referências ao crescimento do sector das plantações na zona c<strong>os</strong>teiro<br />

e as suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> em mão <strong>de</strong> obra.<br />

Em 1927, estam<strong>os</strong> em muitas zonas do interior ainda <strong>no</strong> período<br />

mercantil. Em an<strong>os</strong> bons, <strong>os</strong> african<strong>os</strong> iam ven<strong>de</strong>r n<strong>os</strong> port<strong>os</strong> c<strong>os</strong>teir<strong>os</strong><br />

amendoim e gergelim (sésamo), às vezes também cerais. Andam distâncias<br />

<strong>de</strong> 250 a 300 km e vendiam também cera e algum tabaco curado<br />

em trança, que lhes permitia p<strong>os</strong>sivelmente adquirir <strong>no</strong> regresso alimentação<br />

ao longo do percurso. Não se cultivava ainda algodão, que entre<br />

1930 e 1937 havia <strong>de</strong> transformar o interior 41 . Mas há já uma cobrança<br />

<strong>de</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> em dinheiro e trabalhadores eram recrutad<strong>os</strong> para fora<br />

da região <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há cerca <strong>de</strong> 15 an<strong>os</strong>. A migração para <strong>os</strong> territóri<strong>os</strong> da<br />

Companhia <strong>de</strong> Moçambique (Beira, etc.) parece pouco frequente. De <strong>de</strong>stin<strong>os</strong><br />

como S. Tomé e África do Sul pouc<strong>os</strong> regressaram. As plantações<br />

<strong>de</strong> sisal <strong>de</strong> J. Ferreira d<strong>os</strong> Sant<strong>os</strong> e <strong>de</strong> outras empresas na zona c<strong>os</strong>teira<br />

da Província (então Distrito) que surgiram cerca <strong>de</strong> 1921-1922 também<br />

começaram a exigir bastante mão-<strong>de</strong>-obra, assim como as estradas construídas<br />

para <strong>os</strong> pouc<strong>os</strong> automóveis. A construção do caminho-<strong>de</strong>-ferro<br />

estava a progredir lentamente para Nampula, que em 1935 haveria <strong>de</strong><br />

tornar-se a capital do Distrito. Como Pimentel refere, em 1927 já se faziam<br />

investiment<strong>os</strong> <strong>de</strong> vulto em Nampula.<br />

A colonização do interior por europeus estava <strong>no</strong> início. A única cultura<br />

rentável era o tabaco, mesmo este onerado pel<strong>os</strong> alt<strong>os</strong> cust<strong>os</strong> <strong>de</strong> transporte.<br />

O <strong>no</strong>rte <strong>de</strong> Moçambique era também a zona para aon<strong>de</strong> foram transferid<strong>os</strong><br />

pres<strong>os</strong> europeus e african<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e fora da colónia que tinham<br />

sido con<strong>de</strong>nad<strong>os</strong> a <strong>de</strong>gredo. O <strong>de</strong>pósito d<strong>os</strong> sentenciad<strong>os</strong> tinha<br />

sido estabelecido em 1887 ou pouco antes. 42 Entre 1895 e 1920 passava<br />

41 Chilundo 1995, especialmente Cap. 3,4, e 5. O autor cita Pimentel na pág. 218 <strong>no</strong> Cap. 5.<br />

42 Ribeiro 1940 <strong>sobre</strong> Distrito <strong>de</strong> Moçambique. O número <strong>de</strong> sentenciad<strong>os</strong> metropolitan<strong>os</strong> na Ilha<br />

<strong>de</strong>ve ter sido bem me<strong>no</strong>r do que <strong>os</strong> mandad<strong>os</strong> para Angola na altura.<br />

2008 E-BOOK CEAUP<br />

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