07.07.2013 Views

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />

1823 — Volta a Lourenço Marques «pesquisando» o tal capitão<br />

Owen, que ali fora <strong>no</strong> a<strong>no</strong> anterior. Não per<strong>de</strong>u o tempo, parece, pois<br />

que passad<strong>os</strong> dois an<strong>os</strong>, em 1825, volta <strong>no</strong>vamente, mas, abusando da<br />

boa h<strong>os</strong>pitalida<strong>de</strong> que lhe fora proporcionada, obtém cessão <strong>de</strong> territóri<strong>os</strong><br />

por parte <strong>de</strong> alguns régul<strong>os</strong>, conseguindo que Mahota como seu<br />

avô Capela se submetessem à Inglaterra, isto com o fim <strong>de</strong> assegurar <strong>no</strong><br />

futuro as ilhas Inhaca e Elefantes, quando é certo que, em 1823, aqueles<br />

régul<strong>os</strong> prestaram vassalagem a Por tugal. Conseguiu também a mesma<br />

vassalagem do régulo Macassane.<br />

O governador do então Presídio <strong>de</strong> Lourenço Marques, após a saída<br />

do dito capitão inglês, fez com que aqueles régul<strong>os</strong> re<strong>no</strong>vassem em público<br />

a sua já antiga submissão a Portugal. Por fatalida<strong>de</strong>, foi aprisionado<br />

<strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1825, <strong>no</strong> rio Maputo, o navio inglês Eleo<strong>no</strong>r, que andava<br />

contraban <strong>de</strong>ando, e o mesmo capitão Owen não só o tirou à força às<br />

autorida<strong>de</strong>s portuguesas como ainda matou a tiro um tambor da Praça.<br />

No dia 31 fez mais: sitiou a fortaleza e ameaçou arrasá-la, se não se ren<strong>de</strong>sse<br />

em 24 horas. A n<strong>os</strong>sa ban<strong>de</strong>ira foi arrancada <strong>de</strong> Tembe e levada<br />

para Londres. Vá-se vendo o arrojo com que este pirata enxovalhou a<br />

ban<strong>de</strong>ira, símbolo da Nação!!!<br />

Decorrid<strong>os</strong> três an<strong>os</strong> em<br />

1828 — Outro navio foi aprisionado e n<strong>os</strong> foi tirado também à força<br />

por um navio <strong>de</strong> guerra inglês. O gover<strong>no</strong> protestou e <strong>os</strong> ingleses foram<br />

buscar as tais cessões feitas ao capitão Owen. Novo protesto da n<strong>os</strong>sa<br />

parte, m<strong>os</strong>trando o tratado <strong>de</strong> 1817 entre Portugal e Inglaterra e então<br />

<strong>os</strong> ingleses calaram-se, mas não por muito tempo, como vam<strong>os</strong> ver.<br />

No a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1829 — Veio para Lourenço Marques, como governador,<br />

Paulo J<strong>os</strong>é Miguel <strong>de</strong> Brito, a quem o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Basto, então ministro e<br />

secretário <strong>de</strong> Estado d<strong>os</strong> Negóci<strong>os</strong> da Marinha e Ultramar, recomendou a<br />

máxima cautela, pois havia uma Companhia das Índias Orientais da Grã-<br />

-Bretanha, que projectava apo<strong>de</strong>rar-se da baía <strong>de</strong> Lourenço Marques.<br />

No mesmo a<strong>no</strong>, digo, Passou-se três an<strong>os</strong> e <strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

1832 — O gover<strong>no</strong> inglês priva-n<strong>os</strong> d<strong>os</strong> direit<strong>os</strong> diferenciais para <strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> vinh<strong>os</strong>. Sempre a prejudicarem-n<strong>os</strong>.<br />

Em 1839, a 15 <strong>de</strong> Fevereiro, escrevia Lord Howard a Lord Palmenston,<br />

dizendo: «que dissera ao viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sá da Ban<strong>de</strong>ira, que Portugal<br />

2008 E-BOOK CEAUP<br />

31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!