07.07.2013 Views

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

28<br />

Francisco A. Lobo Pimentel<br />

colónias, a resti tuí rem-n<strong>os</strong> todas as p<strong>os</strong>sessões que a Holanda n<strong>os</strong> tomasse<br />

<strong>de</strong>pois daquele e, finalmente, a restituírem-n<strong>os</strong> a parte das rendas e<br />

território <strong>de</strong> Colombo, quando esta ilha, por qualquer modo, lhes f<strong>os</strong>se à<br />

mão. Este tratado, como verem<strong>os</strong>, não foi cumprido e a ilha <strong>de</strong> Colombo<br />

ainda hoje está em po<strong>de</strong>r d<strong>os</strong> ingleses. O tratado <strong>de</strong>sagradou à Espanha,<br />

que ainda se achava em guerra conn<strong>os</strong>co. Os ingleses vieram combater a<br />

n<strong>os</strong>so lado, vencendo conn<strong>os</strong>co a batalha <strong>de</strong> Amexial, mas como precisavam<br />

<strong>de</strong> forças para apanharem a<strong>os</strong> holan<strong>de</strong>ses as terras por nós cedidas<br />

procuraram forma <strong>de</strong> se conseguir a paz e mesmo, e principalmente, para<br />

estorvar a aliança da França que se inclinava para nós. A paz foi feita em<br />

1668 e uma das condições era a cessão <strong>de</strong> Ceuta; e <strong>os</strong> ingleses que, <strong>no</strong><br />

tratado <strong>de</strong> 1661, se tinham obrigado a <strong>de</strong> fen<strong>de</strong>r-n<strong>os</strong> como a si própri<strong>os</strong> e<br />

a integrida<strong>de</strong> das n<strong>os</strong>sas colónias, foram <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> que n<strong>os</strong> obrigaram<br />

a ce<strong>de</strong>r Ceuta a<strong>os</strong> espanhóis. Para <strong>os</strong> ingleses, <strong>os</strong> tratad<strong>os</strong> eram «papéis»<br />

tal como o disse o ex-imperador da Alemanha, Gui lherme II.<br />

E foi assim que começám<strong>os</strong> a per<strong>de</strong>r o património colonial que tanto<br />

sangue fez verter a portugueses e tanto luto nesta pequena Nação, e <strong>os</strong><br />

in gleses, <strong>de</strong>fraudando <strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> interesses em seu proveito, arrastandon<strong>os</strong><br />

a estipulações ruin<strong>os</strong>as, e, em vez <strong>de</strong> aliança, tem<strong>os</strong> visto opressão.<br />

Em 1703 — Com promessa <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> território e da aliança<br />

matrimonial da princesa Teresa com o preten<strong>de</strong>nte à casa <strong>de</strong> Áustria,<br />

instigad<strong>os</strong> pela n<strong>os</strong>sa gran<strong>de</strong> aliada Inglaterra, que neste País <strong>de</strong>scobriu<br />

uma mina como a do Transval, fom<strong>os</strong> envolvid<strong>os</strong> na <strong>de</strong>sastr<strong>os</strong>a guerra<br />

da sucessão ao tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Espanha, do neto <strong>de</strong> Luís XVI. O que auferim<strong>os</strong><br />

nós <strong>de</strong>sta guerra? Nada, na verda<strong>de</strong>ira acepção da palavra e apenas assinám<strong>os</strong><br />

o tratado <strong>de</strong> aliança e outro <strong>de</strong> comércio, neste mesmo a<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

1703, conhecido pelo tratado <strong>de</strong> Metwen, que arrui<strong>no</strong>u a n<strong>os</strong>sa indústria.<br />

Como era <strong>de</strong> prever, só a Inglaterra honrou, cobrindo as <strong>de</strong>spesas<br />

da guerra, negociando assim a ajuda d<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> soldad<strong>os</strong> e o auxílio d<strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> já parc<strong>os</strong> haveres, e assim n<strong>os</strong> íam<strong>os</strong> arruinando em proveito da<br />

Inglaterra, que ainda hoje, na sombra, n<strong>os</strong> prejudica.<br />

Em virtu<strong>de</strong> do tratado comercial <strong>de</strong> Metween, o comércio <strong>de</strong> Inglaterra<br />

com Portugal subiu <strong>de</strong> £ 300 000 a um milhão esterli<strong>no</strong>, o<br />

número <strong>de</strong> na vi<strong>os</strong> ingleses entrad<strong>os</strong> n<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> port<strong>os</strong> quadruplicou,<br />

<strong>os</strong> principais nego ciantes ingleses tinham o arrojo <strong>de</strong> dizer: «Que con-<br />

E-BOOK CEAUP 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!