relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />
— Dois an<strong>os</strong> <strong>de</strong>corrid<strong>os</strong>, em<br />
1573 — Como <strong>os</strong> ingleses apresentassem queixas <strong>de</strong> que sofriam<br />
vio lências e roub<strong>os</strong> por parte d<strong>os</strong> portugueses, <strong>no</strong> comércio em África,<br />
manda a mesma rainha Isabel dispor da proprieda<strong>de</strong> portuguesa para<br />
pagar as reclamações d<strong>os</strong> negociantes ingleses. Começam nesta data <strong>os</strong><br />
ingleses a rou barem <strong>de</strong>scaradamente o que é n<strong>os</strong>so.<br />
1640 — Por um golpe audaz <strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> portugueses patriotas,<br />
livramo -n<strong>os</strong> do jugo castelha<strong>no</strong>, sob o qual vivíam<strong>os</strong> havia 60 an<strong>os</strong>, durante<br />
<strong>os</strong> quais per <strong>de</strong>m<strong>os</strong> muito do n<strong>os</strong>so património colonial. Des<strong>de</strong> então <strong>os</strong><br />
ingleses, por sua con veniência, fizeram nascer uma série <strong>de</strong> tratad<strong>os</strong> que<br />
arruinaram a n<strong>os</strong>sa pr<strong>os</strong>perida<strong>de</strong>, gabando-se terem-n<strong>os</strong> garantido a dinastia<br />
<strong>de</strong> Bragança, como uma gran<strong>de</strong> preci<strong>os</strong>ida<strong>de</strong>, pois foi ela que <strong>de</strong>u<br />
começo à <strong>de</strong>cadência da n<strong>os</strong>sa Pátria.<br />
1642 — No reinado <strong>de</strong> Carl<strong>os</strong> I <strong>de</strong> Inglaterra, <strong>no</strong>vo tratado se estipula<br />
ce<strong>de</strong>ndo nós a<strong>os</strong> ingleses a franquia d<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> port<strong>os</strong> da Europa; extinção<br />
<strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> mo<strong>no</strong>póli<strong>os</strong> <strong>de</strong> comércio, etc. Este tratado mal foi cumprido.<br />
Passam-se 12 an<strong>os</strong> e em<br />
1654 — É re<strong>no</strong>vado o tratado <strong>de</strong> 1642, mas ainda mais vexatório<br />
para nós do que o prece<strong>de</strong>nte. Conce<strong>de</strong>-se a<strong>os</strong> ingleses a franquia do comércio<br />
das colónias, é entregue a árbitr<strong>os</strong> ingleses as <strong>de</strong>savenças entre<br />
negociantes ingleses e a Alfân<strong>de</strong>ga, e Portugal obriga-se a pagar todas as<br />
dívidas con traídas entre o n<strong>os</strong>so Gover<strong>no</strong> e súbdit<strong>os</strong> ingleses, sujeitando-se<br />
a restituir toda a proprieda<strong>de</strong> britânica que tinha sido apreendida<br />
em represália da pirataria do almirante Blacke. No entanto, em quanto<br />
dávam<strong>os</strong> tanta garantia à Inglaterra, o seu ministro Cromwell, célebre na<br />
história do seu país, prejudica <strong>os</strong> interesses da n<strong>os</strong>sa marinha mercante<br />
com o célebre Acto <strong>de</strong> Nave gação. Como a Inglaterra tinha interesses na<br />
Península Ibérica, e dava-lhe que fazer a Espanha, aproveitando o facto<br />
da n<strong>os</strong>sa libertação do jugo espanhol, o que faz ela? Em<br />
1661 — Estipulou com Portugal um tratado. Mas malfadado foi ele,<br />
pois ce<strong>de</strong>m<strong>os</strong> ao rei <strong>de</strong> Inglaterra a mão da princesa Catarina, a p<strong>os</strong>se<br />
<strong>de</strong> Tânger, a cessão <strong>de</strong> Bombaim, hoje capital d<strong>os</strong> domíni<strong>os</strong> ingleses na<br />
Índia, gran<strong>de</strong>s somas <strong>de</strong> dinheiro e o direito a todas as conquistas que<br />
das n<strong>os</strong>sas terras fizessem a<strong>os</strong> holan<strong>de</strong>ses. Reciprocamente, <strong>os</strong> ingleses<br />
obrigavam-se: a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-n<strong>os</strong> como a si próprio, a segurar-n<strong>os</strong> as n<strong>os</strong>sas<br />
2008 E-BOOK CEAUP<br />
27