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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />

seu funcionamento, é fácil <strong>de</strong> prever; as frutas são pisadas <strong>no</strong> pilão e o<br />

líquido <strong>de</strong>itado na panela «cal<strong>de</strong>ira» assente <strong>sobre</strong> fogo forte; o líquido<br />

entra em ebulição e <strong>os</strong> vapores, <strong>de</strong>vido à sua expansibilida<strong>de</strong>, saem pelo<br />

ca<strong>no</strong> que, mergulhado em água fria, <strong>os</strong> liquefaz <strong>de</strong>vido à brusca mudança<br />

<strong>de</strong> temperatura e então o líquido resultante sai pelo outro extremo do<br />

tubo e vai caindo <strong>no</strong> recipiente.<br />

O tubo ou ca<strong>no</strong> da espingarda precisa estar sempre em água fria e<br />

para tal abrem o orifício <strong>no</strong> fundo da calha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, tapam-<strong>no</strong> e <strong>de</strong>itam<br />

<strong>no</strong>va água. Claro está que o recipiente on<strong>de</strong> cai o líquido (panela,<br />

lata, etc.) é também tapado. O líquido resultante guardam-<strong>no</strong> em garrafas<br />

para consumir. O fruto que usam mais é o caju, <strong>de</strong> que há gran<strong>de</strong><br />

abundância.<br />

Há outro processo <strong>de</strong> preparar o vinho, mas a única diferença está<br />

em que o ca<strong>no</strong> da espingarda é envolvido em pa<strong>no</strong>, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>itam constantemente<br />

água fria, substituindo assim a tal calha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Outr<strong>os</strong> indígenas há que não estão para tanto trabalho e limitam-se<br />

a extrair <strong>no</strong> pilão o suco do fruto e <strong>de</strong>itá-lo numa panela, on<strong>de</strong> o conservam<br />

até fermentar; <strong>de</strong>pois coam-<strong>no</strong> e bebem. É insuportável o cheiro do<br />

vinho <strong>de</strong> caju, embora haja europeus que o bebem. Em minha opinião,<br />

este vinho é que <strong>de</strong>ve ser proibido, aplicando uma forte multa a quem o<br />

fabricasse, pois prejudica a saú<strong>de</strong> do indígena, trazendo-o sempre num<br />

estado lastim<strong>os</strong>o e inútil, seja para que for. É tanto ou mais prejudicial<br />

que o tão falado e combatido «vinho colonial» impingido ao preto do Sul<br />

da Província.<br />

2008 E-BOOK CEAUP<br />

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