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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />

chambas para sua alimentação são perto da palhota da residência e tão<br />

perto que chega a abafar por completo a habitação. Pois é este o motivo<br />

das feras filarem o indígena com facilida<strong>de</strong> ou à <strong>no</strong>ite ao luar na conversa<br />

ou quando vêm fora satisfazer alguma necessida<strong>de</strong> corporal. Escolhida<br />

a terra, é o ho mem que, com o machado, ipàço [ipasó], <strong>de</strong>rruba<br />

as árvores, cortando-as aci ma do solo coisa <strong>de</strong> 1 metro a metro e meio;<br />

<strong>os</strong> ram<strong>os</strong> maiores são colo cad<strong>os</strong>, com o tronco para <strong>de</strong>ntro, em volta da<br />

machamba e <strong>os</strong> filh<strong>os</strong>, se <strong>os</strong> têm, vão juntando <strong>os</strong> ram<strong>os</strong> pequen<strong>os</strong> em<br />

molh<strong>os</strong>, que <strong>de</strong>pois são quei mad<strong>os</strong>, cujas cinzas servem <strong>de</strong> adubo. Feito<br />

isto, a mulher e o marido, cada um com a sua enxada, ipa [ihipá], vão<br />

culimar, ou seja, arrancar as ervas pela raiz e ao mesmo tempo cavando<br />

fundo (para eles é fundo e bem fundo), en quanto <strong>os</strong> filh<strong>os</strong> juntam o<br />

capim ou as ervas e vão lançando-as para fora da machamba ou juntam<br />

para, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> secas, serem queimadas, tornam a cavar a terra muito<br />

bem, partindo <strong>os</strong> torrões, segurando-<strong>os</strong> na mão esquerda e aplicandolhes<br />

com força com a parte superior do cabo da enxada, ope ração esta<br />

que também fazem para tirar a terra das raízes das ervas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> extraídas<br />

à enxada. Fica assim o terre<strong>no</strong> preparado. Esta primeira operação<br />

é iniciada às primeiras trovoadas que ouvem. Passam seguidamente à<br />

sementeira, que é feita por espécies agrícolas e estas nas épocas respectivas<br />

como indico <strong>no</strong> quadro que se segue.<br />

Têm o cuidado <strong>de</strong> puxar a terra ao pé da planta quando esta está<br />

<strong>de</strong>senvolvida e a maioria, quando o milho fi<strong>no</strong> atinge 1 metro, cortamlhe<br />

as pontas das folhas para mais <strong>de</strong>pressa <strong>de</strong>senvolver. Aproveitam as<br />

languas para o arroz; este é semeado e quando algo crescido, tiram-n<strong>os</strong>,<br />

lavam-lhes a raiz e vão plantá-l<strong>os</strong> na langua; são semead<strong>os</strong> em síti<strong>os</strong><br />

húmid<strong>os</strong> e sombri<strong>os</strong>, perto da palhota. O preto não tem método na sementeira;<br />

não faz alinhament<strong>os</strong>, não dá a distância <strong>de</strong>vida, etc.; é tudo<br />

rudimentarmente feito.<br />

2008 E-BOOK CEAUP<br />

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