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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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146<br />

Francisco A. Lobo Pimentel<br />

dá tiquetes a<strong>os</strong> indígenas e diz -lhes que vão trabalhando porque o dinheiro<br />

há-<strong>de</strong> vir e assim há pret<strong>os</strong> que aguardam a vinda do dinheiro há<br />

quase três an<strong>os</strong>; não paga a<strong>os</strong> pret<strong>os</strong> e para lhes ser agradável, diz-lhes e<br />

garante-lhes que ali ninguém <strong>os</strong> vai buscar para outr<strong>os</strong> serviç<strong>os</strong> e imp<strong>os</strong>to<br />

<strong>de</strong> palhota e é esta a razão por que o régulo, indo lá já por duas vezes<br />

procurar <strong>os</strong> indígenas que ainda não pagaram o im p<strong>os</strong>to <strong>de</strong> palhota, foi<br />

maltratado com pancadas e proibido <strong>de</strong> lá voltar.<br />

Tanto o régulo, como o cabo e até cipais, têm medo <strong>de</strong> ir ali. Todas as<br />

ocorrências tenho comunicado para a Administração e só a uma <strong>de</strong>ram<br />

andamento, proibindo-me <strong>de</strong> me dirigir a<strong>os</strong> agricultores e <strong>de</strong> mandar<br />

pren<strong>de</strong>r ou chamar indígenas sem autorização do agricultor; não admira,<br />

porque esta or<strong>de</strong>m foi dada por um agricultor.<br />

Como todo este triste assunto está arquivado ou consta da secretaria<br />

da Administração, dou um resumo do proce<strong>de</strong>r do senhor Oliveira e seu<br />

empregado, fact<strong>os</strong> provad<strong>os</strong> com testemunhas.<br />

Não quer nem consente que a autorida<strong>de</strong> vá à proprieda<strong>de</strong> (que está<br />

concedida provisoriamente) e on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m indígenas da área do P<strong>os</strong>to e<br />

portanto a este subordinad<strong>os</strong>. Chama sua gente a<strong>os</strong> indígenas resi<strong>de</strong>ntes<br />

na proprieda<strong>de</strong>. O empregado <strong>de</strong>srespeita a autorida<strong>de</strong> ameaçando-a,<br />

armado, acompanhado d<strong>os</strong> seus serviçais também armad<strong>os</strong>. Ameaça <strong>os</strong><br />

pret<strong>os</strong> que au xiliam a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lhes queimar as palhotas. Escon<strong>de</strong><br />

num barracão, perto <strong>de</strong> sua casa, <strong>os</strong> indígenas que não querem pagar o<br />

imp<strong>os</strong>to <strong>de</strong> palhota ou não o po<strong>de</strong>m fazer por não terem dinheiro. Escon<strong>de</strong><br />

<strong>os</strong> indígenas ao arrolamento. Não paga a<strong>os</strong> indígenas. Apo<strong>de</strong>rase<br />

d<strong>os</strong> tiquetes. Manda fugir <strong>os</strong> indígenas quando da aproximação da<br />

autorida<strong>de</strong>. Critica as or<strong>de</strong>ns supe riores perante <strong>os</strong> indígenas. Com a<br />

promessa da vinda <strong>de</strong> dinheiro (que nun ca vem) engana <strong>os</strong> indígenas<br />

para trabalharem <strong>de</strong> graça. D<strong>os</strong> indígenas ali resi<strong>de</strong>ntes, manda-<strong>os</strong> para<br />

a proprieda<strong>de</strong> em Nampula, sem licença. Desafia <strong>os</strong> indígenas para irem<br />

para a sua proprieda<strong>de</strong>, dizendo-lhes que lá ninguém <strong>os</strong> pren<strong>de</strong>. Intriga<br />

<strong>os</strong> indígenas contra o régulo. Obriga à força <strong>os</strong> indígenas a conduzirem<br />

a machila e não lhes paga. Resolve miland<strong>os</strong>. Dá tiquetes a<strong>os</strong> in dígenas<br />

para não serem pres<strong>os</strong>. Obrigou um indígena a receber pan<strong>os</strong> como pagamento<br />

<strong>de</strong> salário. Com a promessa <strong>de</strong> não serem incomodad<strong>os</strong> pela<br />

autorida<strong>de</strong> para outr<strong>os</strong> serviç<strong>os</strong>, convence-<strong>os</strong> a não se queixarem. Tudo<br />

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