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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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estava acima de qualquer questão para elas. Júlia Lopes, por exemplo, era adepta do<br />

feminismo moderado que aceitava as conquistas femininas desde que elas não<br />

subvertessem o verdadeiro lugar da mulher, que era o seu lar. Segundo Norma Telles,<br />

Júlia Lopes demonstrou uma atitude oposta à sua época, demonstrando estratégias<br />

para superar os estereótipos que elas vivenciavam, como a fragilidade e a doença. 138<br />

Através da imprensa, percebemos que as representações femininas<br />

variavam de acordo com o momento de sua vida. Os mais conservadores vão<br />

representá-la como observamos, com tendência a convencê-la do seu idealizado papel<br />

na sociedade. De modo geral, por meio dos artigos analisados para o desenvolvimento<br />

desta dissertação, podemos afirmar que a mulher foi representada freqüentemente<br />

como representante da beleza, da pureza, da delicadeza, da juventude. Ela simbolizava<br />

a natureza e se tornava por vezes sagrada. Não defendemos a hipótese de que a forma<br />

como era apresentada na imprensa seria o reflexo da realidade. Mas notamos talvez,<br />

nestas representações, um tipo ideal que a sociedade, por meio da imprensa, gostaria<br />

de ver e conviver.<br />

1.3.2 Nem tão santa assim: a mulher que não é de papel<br />

A imprensa, embora seja um importante veículo para o estudo das<br />

relações cotidianas, não pode ser entendida como reflexo da vida real e sim como<br />

espaço de representação de aspectos particulares de realidade. As críticas em relação<br />

à conduta feminina nos revelam exatamente este distanciamento entre o que era<br />

considerado ideal e o que queriam e faziam as mulheres daquele tempo. Como já<br />

138 TELLES, Norma. Escritoras Brasileiras no século XIX. In: AUAD, Sylvia M, V. A Venturoli (org).<br />

Mulher: cinco séculos de desenvolvimento da América. Belo Horizonte: Federação Internacional de<br />

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