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Os teatros de Belo Horizonte não mantinham espetáculos de
companhias vindas de outras cidades durante todo o ano, mas havia sempre outros
tipos de espetáculos artísticos. Assistir a um espetáculo teatral era um passeio para os
membros da elite da cidade. Muito mais que um espaço para manifestações artísticas, o
teatro era palco para as representações sociais, ou seja, um espaço para a construção
de uma imagem sobre como a elite mineira queria ser vista pelos outros e também por
si mesma. Do mesmo modo, os cinemas e clubes eram locais de notar e ser notado.
Também eram freqüentados pelos elegantes da cidade, que, estavam mais
preocupados em se fazer notados dentro deste universo cultural chic como pessoas
finas, de comportamento elegante e quase majestoso do que com o divertimento em si,
não obstante se divertir fosse também essencial. Nestes espaços de sociabilidade a
presença feminina era marcante. A ida ao teatro, ao cinema, ao clube era ao momento
propício para desfilar as novidades da moda, de desfilar charme e elegância, de ser
notado.
Conhecidos como footing, os passeios a pé pelas ruas da cidade eram
uma diversão muito apreciada principalmente pelos mais jovens, segundo nos relata as
notas sociais dos jornais de todo Brasil. As mulheres realizavam o passeio sempre em
pequenos grupos, que podiam ser formados por amigas de idade próxima como filhas,
sobrinhas, tias, mães. O footing era um acontecimento com muito glamour, charme e
elegância. A imprensa noticiava os acontecimentos do footing com grande entusiasmo.
O destaque maior era dado a elas que eram sempre muito elogiadas pela elegância e
charme e tinham seus nomes citados nos artigos. Estes eventos aconteciam tanto na
capital como em algumas cidades do interior, geralmente nas mais desenvolvidas. Os
mais famosos aconteciam nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No caso de
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