UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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Senhorinha, protestavam na década de 1870 contra o fato de as instituições de ensino<br />
superior impedirem o ingresso de mulheres. As decisões tomadas em países como a<br />
Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Finlândia e Inglaterra tinham destaque quando a<br />
questão era o ensino superior para mulheres. Francisca Senhorinha argumentava que,<br />
se as mulheres em outros países podiam freqüentar instituições de ensino superior, o<br />
mesmo deveria acontecer no Brasil, pois já que era comum aos brasileiros imitarem os<br />
europeus nos hábitos e costumes que também nesta questão o exemplo fosse seguido.<br />
Ao noticiar estes fatos, o jornal incentivava as brasileiras a acreditarem e a lutarem para<br />
que também elas tivessem acesso ao ensino superior e assim pudessem ingressar em<br />
carreiras de maior prestígio social.<br />
O Morning Post,discutindo o ensino superior das mulheres na Inglaterra, que diz<br />
achar-se hoje em condições de poder competir com o dos Estados Unidos,<br />
acrescenta que no Reino Unido sobe hoje a 27 o numero das mulheres que se<br />
achão em condições de poderem desempenhar com grande vantagem<br />
elevadas posições sociaes,por se acharem formadas e com documento de sua<br />
capacidade.[...] O nosso império do Brasil, que faz timbre em ser submisso<br />
imitador da Europa e dos Estados Unidos em todos os progressos, porque não<br />
legisla a fim de que as mulheres em nossa terra possão ter graduadas nas<br />
sciencias naus indispensáveis aos uzos da vida? Será que o governo se<br />
arreceie de alguma revolução resultante da sciencia feminina? 103<br />
A câmara dos communs discutiu favoravelmente uma proposta para que se<br />
fossem franqueadas as universidades inglezas ao bello sexo, principalmente<br />
em relação às faculdades de medicina, e neste sentido tomar-se-há algumas<br />
providencia, logo que se obtiver os meios necessários para o desenvolvimento<br />
da instrucção universal. 104<br />
Entretanto, é necessário ressaltarmos que a relação entre mulheres e<br />
trabalho remunerado no Brasil diferia significativamente de acordo com a classe social<br />
na que estivesse inserida. A mulher pobre brasileira sempre esteve presente no<br />
103 (O) Sexo Feminino - Campanha, 28/01/1874.<br />
104 (O) Sexo Feminino - Campanha, 30/08/1874.<br />
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