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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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A imprensa foi um espaço utilizado por muitas que como Francisca<br />

Senhorinha, queriam denunciar e transformar a forma como a mulher era vista e tratada<br />

pela sociedade. O jornal O Sexo Feminino contava com diversas colaboradoras, de<br />

assinantes a importantes escritoras como Narciza Amália 92 . No exemplar do dia 01 de<br />

novembro de 1873 Francisca Senhorinha escreveu um artigo sobre a referida escritora<br />

e poetisa. Nele, citava sua obra chamada Nebulosas e dava-lhe a designação de<br />

heroína brasileira por não se curvar diante das dificuldades enfrentadas pelas mulheres<br />

mostrando sua capacidade intelectual. Como Narciza, ressaltava Senhorinha, muitas<br />

despontavam como escritoras e redatoras de jornais fazendo de seus escritos um meio<br />

para reivindicar a emancipação feminina.<br />

A tiragem de 800 exemplares revela-nos um público leitor considerável<br />

para a época, principalmente por ser um periódico destinado exclusivamente às<br />

mulheres, como tantas vezes frisou sua redatora. Em alguns números, foram<br />

publicadas cartas de assinantes que elogiavam a postura do jornal e as suas causas.<br />

Desde modo, podemos concluir que as questões defendidas, denunciadas e criticadas<br />

atingiram muitas mulheres das principais cidades mineiras. Talvez a exigência de<br />

Francisca Senhorinha de só publicar artigos assinados tenha inibido muitas de<br />

manifestar suas opiniões, mas não faltaram aquelas que defendiam o propósito de<br />

reestruturar a condição social feminina.<br />

92 Narciza Amália de Campos nasceu em São João da Barra, RJ, a 03 de abril de 1852, foi casada duas<br />

vezes e em ambas separou-se do marido. Escreveu várias obras; a primeira foi um livro de poesias com<br />

o título de Nebulosas. Foi a primeira mulher a se profissionalizar como artista no Brasil. Na imprensa,<br />

publicou artigos em defesa da abolição dos escravos, da mulher e dos oprimidos em geral. Fundou em<br />

1884 um jornal na cidade de Resende de nome Gazetinha como suplemento do Tymburitá, que era<br />

voltado para o público feminino. Faleceu em 24 de junho de 1924. Cf. PAIXÃO, Sylvia Perlingeiro.<br />

Narciza Amália. IN: MUZART, Zahidé Lupinacci. Escritoras brasileiras do século XIX: antologia.<br />

Florianópolis: Editora Mulheres; Santa Cruz do Sul:EDUNISC,1999. pp. 534-539.<br />

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