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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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participação na esfera pública 77 , notamos que estes eventos são quase simultâneos.<br />

Daí a importância da imprensa para o processo de emancipação feminina no Brasil.<br />

Entendemos como imprensa feminina o conjunto de publicações voltadas para as<br />

mulheres, ou seja, o que caracteriza um periódico como imprensa feminina é o seu<br />

público leitor, e não necessariamente o fato de ser redigido por mulheres ou de tratar de<br />

assuntos voltados para o ambiente doméstico.<br />

O primeiro periódico feminino conhecido é do século XVII, 1693, na<br />

Inglaterra. Na Itália surgiu em 1770 e na Alemanha em 1774. Na França o primeiro<br />

veículo conhecido foi o Courrier de la Nouveauté em 1758. Foi neste país que a<br />

imprensa feminina atingiu grande expressão social. As publicações francesas<br />

apresentam um caráter revolucionário e acalorado, com discursos em defesa do maior<br />

acesso feminino à educação, à proteção e organização do trabalho feminino e ao<br />

sufrágio. BUITONI 78 define como características mais importantes da imprensa feminina<br />

a separação entre qualidades ideais e realidade, o desprezo pela atualidade,<br />

focalização em temas como moda, beleza, culinária, etc. e a transformação da mulher<br />

do Amazonas de 1854”.SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro:<br />

Civilização Brasileira, 1999.<br />

77 Em 1832, a nordestina Nísia Floresta Augusta (abolicionista, defensora dos direitos da mulher à<br />

educação, à profissionalização e ao exercício de seus direitos civis e políticos) traduz para o português a<br />

obra de Mary Wollstonecraft Direito das mulheres e injustiça dos homens (A vindication of the Rights of<br />

Women). Em 1833 Maria Josefa Barreto passa a editar no Rio Grande do Sul o jornal Belona Irada<br />

Contra os Partidários de Momo sendo citada por Pedro Maia Soares como a primeira jornalista brasileira.<br />

Em 1837, a gaúcha Ana Eurídice Eufrosina de Barandas escreve O ramalhete ou flores escolhidas no<br />

jardim da imaginação, defendendo a participação das mulheres nos debates políticos e passa a lutar pela<br />

igualdade entre os sexos. Em 1845 Ana de Barandas edita o primeiro livro de ficção de Porto Alegre,<br />

conhecido como A filósofa por amor. Em 1850, O jornal carioca O Liberal publica uma série de artigos de<br />

Nísia Floresta Augusta Brasileira, intitulados "A emancipação da mulher". Em 1851 Joana Paula Mansos<br />

Noronha torna-se redatora do jornal A Imprensa de Pelotas (RS). Surge no Rio de Janeiro em 1852 o<br />

Jornal das Senhoras editado por Joana Paula Manso de Noronha e em 1862, o jornal feminista O belo<br />

sexo, dirigido por Júlia Albuquerque Sandy Aguiar, entra em circulação em Campanha da Princesa (MG)<br />

e no Rio de Janeiro, com um amplo conselho editorial que reunia diversas mulheres uma vez por semana<br />

para a discussão de temas a serem publicados” . ZIRBEL, ILZE. (sd).AS MULHERES DO BRASIL: tabela<br />

ilustrada de suas conquistas(1827-1970).Disponível em http:// geocities.<br />

yahoo.com.br/izirbel/tabelamulheres.html. Acesso em: 19 ago. 2005.<br />

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