UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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ser proporcionada a todos, e todos deveriam receber o mesmo tipo de educação.<br />
Pretendia-se com o movimento criar uma igualdade de oportunidades. A partir daí,<br />
floresceriam as diferenças naturais segundo os talentos e as características de cada<br />
um. O ensino deveria ser leigo, ou seja, sem a influência e a orientação religiosa que<br />
tinham marcado os processos educacionais até então. A função da educação era<br />
formar um cidadão livre e consciente que pudesse incorporar-se ao grande Estado<br />
Nacional em que o Brasil estava se transformando 48 .<br />
A educação da mulher visava prepará-la para o desempenho de suas<br />
funções sociais de esposa e mãe, ou seja, os cuidados com a casa, com o marido e<br />
filhos. Não havia nem por parte do governo, nem mesmo dos familiares, interesse em<br />
se educar as meninas para além dos conhecimentos básicos de prendas domésticas;<br />
aprender a cozinhar, a costurar, bordar, cuidar dos filhos, era o bastante. As opções de<br />
educação feminina disponível na Colônia eram semelhantes às existentes em Portugal.<br />
As meninas podiam aprender as primeiras letras em casa junto com seus irmãos e<br />
receber ensinamentos religiosos para acompanharem as celebrações. Outra opção era<br />
o estudo institucional nos conventos e recolhimentos.<br />
Até o século XVII, apenas dois conventos existiam na Colônia, um na<br />
Bahia, criado em 1678 e outro em São Paulo, criado em 1685 e, somente após o século<br />
XVIII, surgiram outros. Até esta época poucas mulheres tiveram acesso ao estudo,<br />
sendo a maioria absoluta analfabeta 49 . Já no século XIX, outro meio muito utilizado<br />
para educar as meninas – neste caso apenas as pertencentes às elites – foi a<br />
47 Ibidem.<br />
48 Ibidem.<br />
49 ALGRANTI, Leila Mezan.Honradas e devotas mulheres da Colônia: condição feminina nos conventos e<br />
recolhimentos do Sudeste do Brasil, 1750-1822. Rio de Janeiro; José Olympio; Brasília: EDUNUB, 1993;<br />
SAFFIOTI, op. cit.<br />
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