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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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elevância da vida cotidiana privada e suas interações com o espaço público. As<br />

desigualdades de gênero produzem mecanismos discriminatórios que se tornam<br />

concretos nos diferentes campos da vida social pública e privada. Por isso, o conceito<br />

de gênero não permite que as diferenças sejam vistas apenas sob o aspecto biológico,<br />

uma vez que, a adoção do modelo naturalista implica na aceitação da subordinação da<br />

mulher ao homem baseada nas estruturas biológicas de cada indivíduo.<br />

As duas últimas décadas viram surgir, no âmbito das ciências sociais, um<br />

conjunto de estudos feministas que produziram uma considerável reavaliação<br />

das explicações correntes da vida social, apoiadas na experiência de mulheres<br />

e na crítica às teorias sociais, geralmente omissas quanto à importância das<br />

relações de gênero na explicação da organização social.O conceito central que<br />

unifica esse conjunto de estudos e fornece argumento central refere-se à<br />

categoria de gênero e envolve, pelo menos duas dimensões. A primeira<br />

compreende á idéia que o equipamento biológico sexual inato não dá conta da<br />

explicação do comportamento diferenciado masculino e feminino observado na<br />

sociedade. Diferentemente do sexo, o gênero é um produto social, aprendido,<br />

representado, institucionalizado e transmitido ao longo das gerações. E,<br />

segundo, envolve a noção de que o poder é distribuído de maneira desigual<br />

entre os sexos, cabendo às mulheres uma posição subalterna na organização<br />

da vida social 18 .<br />

O gênero é uma criação cultural contraída e transmitida nas estruturas<br />

sociais. O pensamento sexista equivale às diferenças anatômicas e fisiológicas de<br />

mulheres e homens, a suas capacidades para o exercício de funções sociais partindo<br />

de um prejulgamento que estabelece o que é adequado para cada sexo. Esta conduta<br />

leva a existência de uma ditadura de gênero para ambos os sexos e que determina a<br />

hierarquização do masculino sobre o feminino. Segundo MATTOS 19 , “o que importa não<br />

é o fato de corpos de homens e mulheres portarem diferenças [...], mas sim que foram<br />

18 SORJ, Bila. O feminismo na encruzilhada da modernidade. In: COSTA, Albertina de Oliveira &<br />

BRUSCHINI, Cristina.(orgs.). Uma questão de gênero. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1992. p. 15-<br />

16.<br />

19 MATTOS, Sonia Missagia. Repensando o gênero. In: AUAD, Sylvia M. Von Atzingen Venturoli. Mulher -<br />

Cinco séculos de desenvolvimento na América - capitulo Brasil. BH: Federação Internacional de Mulheres<br />

da Carreira Jurídica, CREZ/MG, Centro universitário Newton Paiva, IA/MG, 1999. p.28.<br />

21

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