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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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natureza inferior da mulher justificava-se pelo predomínio das faculdades afetivas o que<br />

a impedia de realizar atividades intelectuais. Por ser considerada intelectualmente<br />

incapaz, foi negado ao sexo feminino o acesso à instrução. Para as meninas bastava o<br />

conhecimento das atividades domésticas, uma vez que o espaço do lar era o único<br />

ambiente permitido a elas. As escolas eram lugar reservado apenas aos homens, pois a<br />

eles era dada a responsabilidade de conduzir e desenvolver a sociedade. As poucas<br />

mulheres que tiveram acesso à educação pertenciam à elite e só o fizeram de forma<br />

limitada, em ambientes religiosos ou dentro de suas próprias casas.<br />

Somente em finais do século XIX no Brasil, as atenções voltaram-se<br />

para a necessidade de se instruir as mulheres. Apoiado nas proposições positivistas e<br />

em autores como Tito Lívio de Castro 223 , os argumentos em favor da necessidade de<br />

instruir as mulheres ganharam espaço entre os intelectuais, no governo e na imprensa.<br />

Em relação à última, destacamos a importância do jornal O Sexo Feminino, publicação<br />

feminista, editado por uma professora que defendeu abertamente a necessidade de se<br />

instruir a mulher. Neste periódico, a inferioridade atribuída à mulher era considerada<br />

conseqüência de seu estado de ignorância por não ter acesso à instrução como os<br />

homens. Ela era representada como um ser dotado de habilidades intelectuais iguais às<br />

do homem e com condições de desempenhar diversas funções além das realizadas no<br />

espaço doméstico. Os papéis de esposa e mãe mantiveram-se como primordiais, mas<br />

não poderiam ser vistos como empecilhos para a emancipação intelectual e sim como<br />

incentivadores, pois a mulher era responsável por educar os filhos. A designação de<br />

primeira educadora das crianças na esfera do lar incentivou os defensores da<br />

emancipação intelectual da mulher a defenderem que ela freqüentasse as Escolas<br />

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