UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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A imprensa foi sem sombra de dúvida a grande aliada do movimento<br />
sufragista no Brasil, mesmo sendo também por meio dela que tenham surgido as mais<br />
duras críticas. No que concerne a Minas Gerais, vimos que houve espaço tanto para as<br />
sufragistas adeptas do bom feminismo aceito pela sociedade, como para as propostas<br />
feministas de Maria Lacerda de Moura que geralmente se contrapunham às sufragistas.<br />
Durante o I Congresso Feminista Mineiro, a cobertura da imprensa se deu de forma<br />
ampla e com riqueza de detalhes, o que proporcionou uma boa divulgação do<br />
movimento no Estado.<br />
Não obstante, em ocasião da reforma eleitoral estabelecida pelo<br />
governo provisório de Getúlio Vargas, não encontramos nos documentos analisados,<br />
nenhuma referência à extensão dos votos às mulheres. A imprensa mineira<br />
acompanhava passo a passo o andamento da reforma e publicava artigos e entrevistas<br />
de líderes políticos que davam sua opinião sobre as principais questões da reforma,<br />
principalmente em relação ao voto secreto. Quando a mesma foi instituída, todos os<br />
jornais de grande circulação no Estado divulgaram as principais mudanças que teriam<br />
sido aprovadas, mas em nenhum momento a questão do voto feminino foi apresentada,<br />
mesmo sendo esta uma das modificações ocorridas.<br />
Mesmo com o sufrágio feminino garantindo por lei, alguns ainda usaram<br />
da imprensa para repudiar a participação feminina na política. Como a reforma<br />
precisava ser confirmada no texto da Constituição que ainda estava por ser<br />
promulgada, acreditavam que o voto feminino talvez não fosse realmente validado. O<br />
trecho citado abaixo mostra-nos a indignação de uma normalista com a conquista do<br />
DO BRASIL: tabela ilustrada de suas conquistas(1827-1970).Disponível em http:// geocities.<br />
yahoo.com.br/izirbel/tabelamulheres.html. Acesso em: 19 ago. 2005.<br />
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