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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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a da estudante de Direito Clarisse Alvarenga. Segundo a mesma “com a realização do<br />

Congresso, ficará provado que o feminismo em Minas não é uma utopia, como pensam<br />

muitos, mas sim uma potente realidade 203 ”. Seu depoimento confirma-nos que havia<br />

certa resistência ao movimento feminista em Minas Gerais e a realização do Congresso<br />

não deve ter agradado a todos. É uma pena, porém, que a estudante não esclareça a<br />

sua concepção de feminismo como fez uma outra entrevistada, Maria Praxedes Torres.<br />

Esta, por sua vez, era diretora de um grupo escolar, presidente da Associação Feminina<br />

de Belo Horizonte e uma das primeiras eleitoras de Minas Gerais e se considerava:<br />

140<br />

Adepta fervorosa do feminismo, não do feminismo que tende a elevar a mulher<br />

a plano superior ao do sexo forte, offerecendo competições desleaes ao<br />

elemento masculino, na conquista de posições de destaque. Sou adepta do<br />

feminismo moderado, cooperador, sensato, do feminismo christão que, pela fé,<br />

não desintegra a mulher do lar 204 .<br />

Ou seja, defendia aquele que era considerado o bom feminismo, que<br />

encontrava apoio na sociedade. É certo que houve entre as congressistas, mulheres de<br />

opiniões menos tradicionais, mas infelizmente elas não foram entrevistadas. Embora<br />

não fosse o único tema do Congresso, o voto feminino era o assunto mais defendido<br />

pelas entrevistas. Para a escritora gaúcha Anna Cezar “nenhum paiz é grande em<br />

civilização sem a contribuição moral, social e política da mulher 205 ”. Maria Praxedes não<br />

só defendeu como justificou a importância do voto feminino para a sociedade.<br />

203 Idem, 20/06/1931.<br />

204 Idem, 12/06/1931.<br />

205 Idem 21/06/1931.<br />

Mães, esposa, irmã ou filha, a mulher concorre com o seu trabalho, com a sua<br />

intelligencia, com seus exemplos, conselhos e virtudes para manter o equilíbrio<br />

social [...]. Si a mulher tem perante a sociedade a mesma responsabilidade que<br />

os homem[...] porque não deve ter a mulher os mesmos direitos conferidos ao<br />

homem?[...] A mulher pode ser eleitora sem deixar de ser mãe dedicada e<br />

esposa amantíssima. Assim como, sem se descuidar dos afazeres domésticos<br />

a mulher encontra tempo para tratar de modas, passeios, diversões, não lhe

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