UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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encontrou aqui um terreno fértil para a propagação de seus ideais, mas nem por isso<br />
deixou de ter opositores.<br />
A imprensa mineira representou a feminista sob pontos de vista<br />
opostos. Alguns criaram uma imagem depreciativa desta mulher, pois entendiam que as<br />
idéias feministas contribuíam para a desvalorização dos costumes e para a<br />
desmoralização da sociedade. Outros buscaram legitimar a importância da mulher na<br />
sociedade e a necessidade de sua emancipação para o bem comum; dentre estes uns<br />
mantiveram uma postura conservadora buscando relacionar a imagem da mulher<br />
emancipada com a de uma pessoa melhor preparada para suas funções primordiais de<br />
esposa e mãe; os demais – uma pequena parcela – buscaram representar a feminista<br />
como uma mulher livre das amarras sociais que a tornava subjugada ao homem em<br />
todos os aspectos da vida política, econômica e social.<br />
A adesão de Minas Gerais ao movimento liderado por Bertha Lutz foi<br />
imediata. Logo após a criação da Federação Brasileira para o Progresso Feminino em<br />
1922, foi fundada a Liga Paulista pelo Progresso Feminino, chamada posteriormente<br />
Conselho Paulista de Senhoras e em seguida a Liga Mineira pelo Progresso Feminino<br />
composta por mulheres da alta sociedade como todas as demais ligas 185 .<br />
1.2.1 O jornal Voz Feminina e as primeiras manifestações sufragistas<br />
O jornal Voz Feminina foi fundado em 21 de abril de 1900 na cidade de<br />
Diamantina por três moças de família tradicional da região: Clélia, Zélia e Nícia Corrêa<br />
Rabello, duas irmãs e uma prima que cuidavam elas mesmas da redação, diagramação<br />
184 (O) Norte – Diamantina, 30/01/1909.<br />
185 HAHNER, op. cit.<br />
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