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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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principalmente pelos positivistas. Para eles a natureza feminina determinava-lhe o<br />

exercício de atividades relacionadas ao lar, pois ela era a base da família que por sua<br />

vez seria o alicerce moral da sociedade. Embora a reivindicação pelo sufrágio feminino<br />

tivesse sido negada pela Assembléia Constituinte, a discussão ganhou força nas<br />

discussões feministas e se tornou a principal bandeira dos movimentos de mulheres no<br />

século XX.<br />

Algumas dessas manifestações deram-se de forma organizada por meio<br />

de movimentos e grupos, outras, surgiram de vozes solitárias que se rebelavam contra<br />

as condições em que viviam na época. Porém, o feminismo defendido por elas era de<br />

certa forma, bem aceito socialmente, pois não reivindicavam mudanças nas relações<br />

familiares. Para elas, nem o titulo universitário, nem o voto impediria uma mulher de<br />

realizar suas tarefas domésticas. As reivindicações do movimento sufragista neste<br />

período não expressavam desejos de uma reestruturação radical do sistema político da<br />

nação, nem mesmo da sociedade. Não questionavam a definição que estabelecia o lar<br />

e a família como esfera onde concentravam os interesses da mulher, apenas<br />

redefiniram o significado de lar para incluir novas áreas de interesse, ou seja, o lar<br />

deixava de ser apenas a moradia da família e abrangia todas as dependências nas<br />

quais assuntos referentes a elas estivessem em questão 159 .<br />

As líderes feministas eram em sua maioria profissionais com formação<br />

superior, pertenciam a classes sociais mais elevadas e, a exemplo das européias e<br />

norte-americanas, não queriam ficar à parte do processo histórico. Embora no caso<br />

157 Cf: ALVES, Branca Moreira. Ideologia & Feminismo. A luta da Mulher pelo Voto no Brasil. Petrópolis:<br />

Vozes, 1980; HAHNER, op. cit.; SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classe mito e realidade.<br />

Petrópolis: Vozes, 1979; PINTO, op. cit.<br />

158 HAHNER, op. cit. ,p. 83.<br />

159 Ibidem.<br />

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