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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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sistematicamente um maior nível de educação e instrução para as mesmas, pois<br />

segundo estas pioneiras feministas, a mulher era um ser inútil na sociedade, um objeto<br />

de decoração apenas, se não tivesse independência intelectual. Esta visão contribuiu<br />

para levar às páginas da imprensa brasileira uma representação feminina que ia além<br />

da figura da mãe e esposa> a mulher foi vista na imprensa feminista como ser<br />

integrante e participativo da sociedade que poderia contribuir com a mesma de várias<br />

maneiras, como, por exemplo, trabalhando em diversas profissões, até mesmo<br />

naquelas até então consideradas inapropriadas para o sexo feminino como o exercício<br />

da medicina, do direito e da engenharia.<br />

Independente da classe social a que pertenciam, quanto mais as<br />

mulheres se afastavam dos espaços domésticos, mais oposição masculina elas<br />

encontravam. A partir do momento que elas rompiam como os paradigmas<br />

conservadores, sofriam uma forte rejeição por grande parte dos homens. Para muitos<br />

era inadmissível mulher graduada em Medicina ou Direito. Aliás, aquelas que se<br />

tornavam advogadas enfrentavam muitas dificuldades para exercer a profissão,<br />

principalmente porque era por meio da carreira jurídica que os homens entravam na<br />

política, outro meio proibido a elas. Já sediado na cidade do Rio de Janeiro, o jornal O<br />

Sexo Feminino de 16 de junho de 1889 noticiava: “O Instituto da Ordem dos Advogados<br />

Brazileiros vai discutir se ‘a mulher graduada em direito póde exercer a advocacia e a<br />

magistratura’. [...] Parece que a recente formatura em direito de duas senhoras na<br />

faculdade do Recife tem tirado o sono dos advogados”.<br />

O sufrágio feminino não foi alvo de reivindicação das primeiras<br />

feministas brasileiras. Grande parte da imprensa feminista da época mostrou-se muitas<br />

152 Cf. DUARTE, Constância Lima. Nísia Floresta: Vida e Obra. Natal: UFRN. Ed. Universitária, 1995.<br />

109

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