UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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em usada. Esta comparação é considerada pelo artigo curiosa e humorística,<br />
chegando mesmo a provocar risos na platéia. E para finalizar o poeta enfatizava a<br />
importância do leque a serviço da coqueteria, ou seja, da arte da sedução.<br />
O chapéu também teve grande importância no traje elegante, tanto no<br />
masculino como no feminino. Este adereço era alvo de vários artigos que além de<br />
explicar a sua importância, criticavam a sua ausência entre a gente elegante de Minas<br />
Gerais. Segundo um artigo escrito por J. Antonio no jornal Diário de Noticias de<br />
05/051907, intitulado O CHAPEO, este fora inventado pelos padres e em princípio eram<br />
quadrados. Seguia o texto respondendo a pergunta: Porque usa a mulher o chapéu?<br />
102<br />
Dizem alguns que é por motivos hygienicos, outros acham que o chapeo não<br />
passa de um simples atavio destinado a realçar a beleza da mulher. Adorno ou<br />
não, o facto é que o chapeo agrada a vista e da um porte elegante, distincto e<br />
delliciosamente “chic” [...] não preciso demonstrar que o chapeo eleva a belleza<br />
feminina porque há muito tempo elle está consagrado pela crítica mundana dos<br />
centros elegantes.<br />
Ora assim sendo, era de se presumir que em Bello Horizonte, cidade “chic” e<br />
moderna também o chapeo tivesse grande numero de admiradores, tal não<br />
acontece, entretanto, - o chapeo em nossa cidade não é tratado com o menor<br />
carinho.A principio com a introdução dos bonds o chapeo fez furor, e as nossas<br />
gentis patricias não davam um só passo sem elle. 147<br />
Neste mesmo artigo, o autor notava a ausência de outros elementos<br />
femininos importantes como o véu. Embora como vimos, a preocupação em estar em<br />
consonância com as tendências da moda fosse uma constante no dia a dia das<br />
mineiras, havia também este outro lado. Era comum nos jornais que circulavam na<br />
capital mineira, artigos de visitantes ou de moradores insatisfeitos com a vida social de<br />
Belo Horizonte, considerada muito inferior à dos grandes centros do país do período. 148<br />
147 Diário de Notícias – Belo Horizonte, 05/05/1907.<br />
148 Sobre a vida social da capital mineira nas primeiras décadas de Belo Horizonte, ver: SILVEIRA, Anny<br />
Jackeline Torres. A capital e o sonho de uma Petit Paris: Os cafés de Belo Horizonte: 1897-1954. Belo<br />
Horizonte,1995. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Minas Gerais.