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Baixar - Circuito de Alta Decoração

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circuito música<br />

Acervo Iconographia<br />

receberam o acabamento refinado e criativo do maestro<br />

Rogério Duprat. Sem contar a inventivida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Tom Zé, a irreverência dos Mutantes e, mais tar<strong>de</strong>, o<br />

swing <strong>de</strong> Jorge Ben (ainda sem o Jor).<br />

Em suas letras, os compositores tropicalistas se<br />

relacionavam mais profundamente com a literatura,<br />

influenciados pelo mo<strong>de</strong>rnismo <strong>de</strong> Oswald <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong> e pelos poetas concretistas do final da década<br />

<strong>de</strong> 50. Este aprofundamento estético terminou<br />

gerando críticas ao movimento, que supostamente<br />

negligenciava a situação política do país ao se afastar<br />

das canções <strong>de</strong> protesto, tão recorrentes na época.<br />

Aos críticos restou a hoje célebre frase <strong>de</strong> Caetano:<br />

“Vocês não estão enten<strong>de</strong>ndo nada!”.<br />

Aquele abraço<br />

Apesar <strong>de</strong> toda repercussão, o Tropicalismo teve<br />

vida curta. Iniciado em 1967, o movimento teve o seu<br />

final relacionado às perseguições do governo militar<br />

a Gil e Caetano, presos pela primeira vez no final <strong>de</strong><br />

1968, e o consequente exílio dos dois em Londres,<br />

on<strong>de</strong> permaneceram até 1972. Se o movimento durou<br />

pouco, seus <strong>de</strong>sdobramentos po<strong>de</strong>m ser sentidos até<br />

hoje na música brasileira. Alguns <strong>de</strong> seus participantes<br />

se tornaram referências da música mundial e suas<br />

sementes proporcionaram o nascimento <strong>de</strong> ritmos<br />

como o samba-rock e o mangue beat. Canções como<br />

“Tropicália”, “Alegria, Alegria”, “Baby’, “Panis et<br />

Circensis”, “Aquele Abraço” e “Domingo no Parque”<br />

se tornaram verda<strong>de</strong>iros hinos e continuam sendo<br />

cantadas nos quatro cantos do país.<br />

Para ouvir<br />

Tropicália ou Panis et Circencis (1968)<br />

Consi<strong>de</strong>rado um disco-manifesto,<br />

foi produzido por Manoel<br />

Berenbein, com arranjos do maestro<br />

Rogério Duprat, e traz na capa a<br />

emblemática foto com a escalação<br />

completa do Tropicalismo (cheia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes bem humorados, que<br />

garantem a diversão do observador<br />

mais atento). Destaques para<br />

“Parque Industrial”, interpretada<br />

por Tom Zé; Gal Costa cantando<br />

“Baby” (música que marcou a<br />

carreira da cantora); e a celebração<br />

final com o “Hino ao Senhor do<br />

Bonfim”, que encerra o disco.<br />

Gilberto Gil (1968)<br />

A vibrante capa <strong>de</strong> Rogério Duarte<br />

já anuncia: este é um disco tropicalista.<br />

Com arranjos <strong>de</strong> Rogério<br />

Duprat, músicas <strong>de</strong> Gil em parceria<br />

com Torquato Neto e a participação<br />

dos Mutantes, que funcionaram<br />

como banda base para o álbum, o<br />

disco reúne alguns dos pilares do<br />

movimento. No repertório estão<br />

as marcantes “Frevo rasgado” e<br />

“Domingo no Parque”.<br />

Os Mutantes (1968)<br />

As i<strong>de</strong>ias tropicalistas tomam<br />

formas claras no disco <strong>de</strong> estreia<br />

da banda li<strong>de</strong>rada por Arnaldo<br />

Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias.<br />

Como em “Panis et Circencis”, que<br />

se tornou um dos hinos do movimento,<br />

e “Bat Macumba”, que<br />

surpreen<strong>de</strong>u a todos na época<br />

pela sua temática afro-religiosa e<br />

a relação íntima com a poesia concreta.<br />

Destaque ainda para “A<strong>de</strong>us<br />

Maria Fulô”, baião composto por<br />

Humberto Teixeira e Sivuca e “A<br />

Minha Menina”, com participação<br />

<strong>de</strong> Jorge Ben Jor.<br />

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