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Baixar - Circuito de Alta Decoração

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13<br />

2˚<br />

1 2 3<br />

14<br />

25 26<br />

15<br />

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31<br />

PROFISSIONAIS DE<br />

ARQUITETURA E DESIGN<br />

DE INTERIORES DESTAQUES<br />

DO 2˚ TRIMESTRE DE 2012<br />

20<br />

32<br />

21<br />

33<br />

10<br />

2° trimestre 1 Tânia Elizário e Clarissa Broad 2 Eliane Kruschewsky<br />

3 Carla Pires 4 Carla Ribeiro e Paula Moura 5 Paulo Andra<strong>de</strong> e Paulo<br />

Melo 6 Ana Comini 7 Kellen Do Azevedoo e Joel Do Aseveedo<br />

8 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 9 Inez Fraguas 10 Camilo<br />

Baiardi 11 Liane Canário e Viviane Rêgo 12 Bianca Coelho e Janice Abreu<br />

13 Simone Selem e Gizelia Souto 14 Cristina Camerino e Vanja Maia<br />

15 Márcia Ban<strong>de</strong>ira e Indayá Duarte 16 Mário Figueiredo 17 Thais<br />

Abreu 18 Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza 19 Margareth Britto<br />

20 Vanja Paes Coêlho 21 Mila Saraiva 22 Fátima Romeu e Rosário<br />

Calmon 23 Paulo Bran<strong>de</strong>nburg 24 Cássia Paixão 25 Cátia Bacellar<br />

26 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila Mariano e Marcus Rolim<br />

27 Verana Souto 28 Maristela Bernal 29 Kaká Bulhosa 30 Márcia Amaral e<br />

Regi Amaral 31 Monicka Daniela Loureiro 32 Ana Paula Rios e Lilian Mota<br />

33 Bruno Coelho<br />

11<br />

22 23 24<br />

12


13<br />

3˚<br />

1 2 3<br />

14<br />

25 26<br />

3° trimestre 1 Carla Ribeiro e Paula Moura 2 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 3 Carla Pereira Pires 4 Elio Marques<br />

da Silva Junior 5 Paulo Melo e Paulo Andra<strong>de</strong> 6 Viviane Rego e Liane Canario 7 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila<br />

Mariano e Marcus Rolim 8 Tânia Eliezario e Clarissa Broad 9 Flavia Sanjuan 10 Marcia Ban<strong>de</strong>ira e Indayá Duarte 11 Emerson<br />

Carvalho 12 Edilson Campelo 13 Vanja Paes Coelho 14 Eliane Kruschewsky 15 Mercia Sales Passos 16 Cristina Camerino<br />

e Vanja Maia 17 Maristela Lima Bernal 18 Joel Do Aseveedo e Kellen Do Azevedoo 19 Fatima Romeu <strong>de</strong> Almeida e Rosario Calmon<br />

15<br />

27<br />

4<br />

16<br />

28<br />

5<br />

17<br />

29<br />

6<br />

18<br />

30


PROFISSIONAIS DE<br />

ARQUITETURA E DESIGN<br />

DE INTERIORES DESTAQUES<br />

DO 3˚ TRIMESTRE DE 2012<br />

7 8 9<br />

19<br />

31<br />

20<br />

32<br />

21<br />

10<br />

33 34 35 36<br />

11<br />

22 23 24<br />

20 Camilo Baiardi e Gabriela Baiardi 21 Roberto Leal Neto e Naissa Vieira 22 Mariana Fedulo Sampaio 23 Joselita Vieira dos Passos<br />

e Thelma Simões 24 Flora Silveira Martins da Costa Almeida 25 Izabela Mota e Luisa Vasconcelos 26 Andre Ricardo Rabelo Martins<br />

27 Ana Comini 28 Andrea Mesquita Gue<strong>de</strong>s 29 Verena Ver<strong>de</strong> e Fernanda Palles 30 Bianca Coelho e Janice Abreu 31 Paulo Bran<strong>de</strong>burg<br />

32 Gabriel Magalhães e Luiz Claudio Souza 33 Marcia Amaral e Regi Amaral 34 Maria Clara Mesquita Marback e Patricia Lima 35 Mônicka<br />

Daniela Loureiro 36 Camila Pompa Maia Britto<br />

12


Com a palavra a presi<strong>de</strong>nte! “Moro em um<br />

país tropical, abençoado por Deus e bonito por<br />

natureza”. A canção escrita por Jorge Ben Jor e<br />

Wilson Simonal <strong>de</strong>monstra muito bem aspectos<br />

naturais e culturais do Brasil, que po<strong>de</strong>m se resumir<br />

a uma única palavra: Tropicalismo!<br />

O movimento cultural teve seu momento <strong>de</strong><br />

auge na música por dois anos, mas <strong>de</strong>ixou consequências<br />

que marcaram a história da música<br />

popular brasileira, muitas vezes retratada na<br />

arquitetura e <strong>de</strong>coração.<br />

Então, nada mais justo que chegarmos nesta<br />

16º edição relembrando Carmen Miranda,<br />

<strong>de</strong>svendando os Doces Bárbaros e conhecendo<br />

trabalhos que são verda<strong>de</strong>iros manifestos em<br />

prol do conforto e da beleza em ambientes <strong>de</strong>scontraídos<br />

e bem coloridos, cheio <strong>de</strong> materiais<br />

naturais, muito paisagismo, cores e luz.<br />

Essa também é a nossa última edição. Calma!<br />

Não por falta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tão pouco <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>!<br />

Essa é a nossa última edição <strong>de</strong> 2012, que,<br />

diga-se <strong>de</strong> passagem, está tão cheia <strong>de</strong> conteúdo<br />

bom e tão movimentada quanto foi este ano.<br />

Só não está melhor que a nossa próxima edição.<br />

Afinal, nossas expectativas para o <strong>Circuito</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Alta</strong> <strong>Decoração</strong> da Bahia, para o setor e<br />

para cada um <strong>de</strong> nossos associados no ano que<br />

está chegando são as melhores possíveis e a<br />

nossa diretoria já está trabalhando para isso.<br />

Trabalhando para que 2013 seja cheio <strong>de</strong> energia,<br />

vivacida<strong>de</strong> e vitalida<strong>de</strong>!<br />

E, se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> inspiração, não vai nos faltar<br />

transpiração! Boa leitura!<br />

Tânia Dias<br />

capa<br />

A mo<strong>de</strong>lo Daisy Lansac posa com jarra <strong>de</strong> abacaxi inspirando o<br />

tropicalismo um kistch. Sua beleza é assinada por Ricardo Brandão<br />

em click do Estúdio Gato Louco na Casa Conceito.


quem faz<br />

Andrea Velame<br />

Nyala Cardoso<br />

Lucas Assis Paula Reis<br />

Marcelo Negromonte Nando Cor<strong>de</strong>iro<br />

expediente<br />

editorial O tropicalismo foi um movimento<br />

vanguardista que misturou<br />

manifestações tradicionais da cultura<br />

brasileira a inovações estéticas radicais,<br />

trazendo o novo, o inesperado.<br />

Talvez por isso eu tenha sempre me<br />

sentido um pouco assim, meio tropicalista.<br />

Admiro a estética clássica,<br />

tradicional, sim, mas gosto mesmo é<br />

<strong>de</strong> movimento, vibração, fusões improváveis,<br />

resultados surpreen<strong>de</strong>ntes.<br />

É isso! Gosto <strong>de</strong> ser surpreendida e<br />

<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r. Gosto <strong>de</strong> ver o que é<br />

bom se transformando em algo ainda<br />

melhor. Gosto do que faz per<strong>de</strong>r o fôlego!<br />

Eis aqui, nesta edição, um cambalacho<br />

elegante, para você se per<strong>de</strong>r<br />

e se achar... Delicie-se. Aproveite!<br />

andrea velame<br />

A revista <strong>Circuito</strong> é uma publicação trimestral da Associação <strong>Circuito</strong> <strong>de</strong> <strong>Alta</strong> <strong>Decoração</strong> presi<strong>de</strong>nte Tânia Dias Nogueira da<br />

Silva vice-presi<strong>de</strong>nte Paulo Quintiliano da Fonseca diretor financeiro Henrique Furquim White diretora <strong>de</strong> relacionamentos<br />

e marketing Magda Bomfim <strong>de</strong> Carvalho gerente <strong>de</strong> marketing Lorena Landim assistente <strong>de</strong> marketing Luana Lima assistente<br />

<strong>de</strong> comunicação interna Martoni Costa assistente financeiro Van<strong>de</strong>te Ferreira en<strong>de</strong>reço Av. acm, ed. Gol<strong>de</strong>n Plaza, 3213, Parque<br />

Bela Vista cep 40280-000, Salvador Bahia, www.circuito<strong>de</strong>alta<strong>de</strong>coracao.com.br 71 3345 1662, 3011 6030 coor<strong>de</strong>nação editorial<br />

Andrea Velame colunistas Nyala Cardoso, Lucas Assis, Paula Reis, Joana Rizério, Rodrigo Rangel, Flávio Bustani projeto gráfico<br />

Santo Design editoração Nando Cor<strong>de</strong>iro revisão Ernest Bowes Jr fale com a redação producao@andreavelame.com.br tiragem<br />

5000 exemplares impressão Gráfica Santa Marta


circuito entrevista t lucas assis f marina <strong>de</strong> oliveira<br />

6<br />

Virgínia<br />

Moraes


os mais simplistas<br />

acreditam que com apenas<br />

quatro triângulos e<br />

alguns lacinhos já é<br />

possível fazer um biquíni,<br />

peça ícone da feminilida<strong>de</strong><br />

tropical e uniforme<br />

obrigatório dos verões<br />

brasileiros. as opiniões<br />

sobre a vestimenta nunca<br />

passam <strong>de</strong>spercebidas.<br />

para a editora <strong>de</strong> moda<br />

diana vreeland, o biquíni<br />

foi a invenção mais<br />

importante do século xx,<br />

<strong>de</strong>pois da bomba atômica.<br />

já o presi<strong>de</strong>nte jânio<br />

quadros ameaçou proibir<br />

seu uso nas praias e clubes<br />

durante seu mandato.<br />

a verda<strong>de</strong> é que a famosa<br />

roupa <strong>de</strong> banho inventada<br />

na frança ficou mais<br />

bonita <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> toques<br />

em ver<strong>de</strong> e amarelo, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ajustes habilidosos <strong>de</strong><br />

criadores como a baiana<br />

virgínia moraes, que<br />

faz da marca vivire um<br />

ícone do balneário em<br />

nossas areias. virgínia<br />

também é famosa por<br />

sua alegria <strong>de</strong> viver e<br />

coleções inesquecíveis,<br />

unindo <strong>de</strong>sign, arte e<br />

cultura popular. confira<br />

a seguir a entrevista que<br />

ela conce<strong>de</strong>u à revista<br />

do circuito <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>coração da bahia.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> biquíni “cortininha lacinho” faz parte do <strong>de</strong>sign emocional<br />

do nosso país. Sempre foi assim?<br />

A moda praia povoa o imaginário das pessoas do mundo<br />

como uma moda brasileira. Sabemos que somos conhecidos<br />

como pessoas alegres, <strong>de</strong> bem com a vida e <strong>de</strong> uma<br />

sensualida<strong>de</strong> peculiar. Nossa cortininha e o lacinho são<br />

os mais vendidos e possuem uma graça que caracteriza<br />

nossa nação. A mo<strong>de</strong>lagem, apesar <strong>de</strong> se apresentar mais<br />

larguinha nos últimos verões, principalmente pela busca<br />

do conforto, acaba sempre roubando a cena.<br />

Sua passarela ganhou ares sustentáveis com tecidos ecologicamente corretos<br />

feitos com pet. Como é a aceitação <strong>de</strong>sta tecnologia nas araras das lojas?<br />

Ainda temos um consumo tímido <strong>de</strong>sses produtos e seu<br />

valor agregado, neste caso, a preservação do planeta.<br />

Os produtos ainda não têm força para <strong>de</strong>terminar a<br />

opção pela sua aquisição. Acho importante as marcas<br />

irem fazendo a sua parte, mesmo que timidamente,<br />

mas <strong>de</strong> forma constante e não como uma ferramenta<br />

mercadológica. É preciso que essas ações façam parte<br />

da construção da marca se realmente esse for o <strong>de</strong>sejo.<br />

Em nossas coleções sempre procuramos uma parceria<br />

com os artistas populares e seu incrível artesanato. A<br />

moda também tem o seu papel social e a Vivire se insere<br />

nesse universo que acaba sendo o seu universo particular<br />

<strong>de</strong> criar as coleções e <strong>de</strong>corar as lojas com peças <strong>de</strong><br />

artistas baianos.<br />

Sua loja na Praia do Forte é encantadora, chamando a atenção <strong>de</strong> brasileiros<br />

e turistas <strong>de</strong> outras partes do mundo. A cliente “gringa” possui um<br />

gosto muito diferente da brasileira? O que elas têm em comum?<br />

As nossas lojas <strong>de</strong> Praia do Forte estão no seu habitat<br />

natural e já fazem parte da Vila há 15 anos. Nós não<br />

internacionalizamos nossa mo<strong>de</strong>lagem justamente pelo<br />

nosso compromisso em oferecer um produto com o<br />

<strong>de</strong>sign brasileiro. Nossa cliente “gringa” apenas escolhe<br />

uma numeração acima, mas a paixão por nossas estampas<br />

e tecidos é que conferem a Vivire a exclusivida<strong>de</strong> nos<br />

produtos. Tenho um prazer especial em ver como nosso<br />

trabalho é valorizado nos quatro cantos do mundo, como<br />

nosso cliente se encanta ao chegar na Bahia e encontrar<br />

uma marca que materializa o que só se vê na Bahia.<br />

A sua marca já contou com a participação <strong>de</strong> artistas com DNA baiano como<br />

Ayrson Heráclito, incluindo uma <strong>de</strong> suas mais marcantes obras diante do público<br />

fashionista. Como a cultura local se faz tão presente nas suas criações?<br />

Foi um <strong>de</strong>sfile que marcou nossa trajetória principalmente,<br />

que falava do recôncavo e Danilo Barata, nosso<br />

cenógrafo, que teve essa feliz i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trazermos a obra<br />

<strong>de</strong> Heráclito e colocarmos no centro da passarela. Jorge<br />

Nascimento (nosso <strong>de</strong>signer) e eu sempre brincamos<br />

em quando iremos superar esse acontecimento feliz em<br />

nossas vidas.<br />

A Vivire nasceu com esse compromisso <strong>de</strong> valorização das<br />

pessoas, dos artistas, da nossa cultura e da nossa Bahia.


sumário 8<br />

!6<br />

#0<br />

@2<br />

#5<br />

16 circuito gente Carmen Miranda: A “baiana” tropical <strong>de</strong> todas as Américas 20 circuito giro Tropicalizando 22 quero lá em<br />

casa! profissionais dão dicas <strong>de</strong> compras 30 circuito <strong>de</strong>sign Nada se per<strong>de</strong>,... 35 circuito projetos premiados do <strong>Circuito</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Alta</strong> <strong>Decoração</strong> apresentam seus projetos 66 circuito arquitetura Arquitetura ver<strong>de</strong> 72 circuito música Geleia Tropical


sumário<br />

^6<br />

&8<br />

&2<br />

*4<br />

76 circuito moda A Marca Brasil! 78 circuito arte Oiticica o herói, o marginal 84 circuito gourmet A natureza do que vai à<br />

mesa 91 circuito confete Flashes <strong>de</strong> quem circula pelas festas e premiações do <strong>Circuito</strong> <strong>de</strong> <strong>Alta</strong> <strong>Decoração</strong><br />

9


Fotos: Marcelo Negromonte


pub editorial 12<br />

Camilo<br />

Baiardi<br />

o mercado <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>coração<br />

na bahia tem promovido<br />

diversos eventos<br />

com a proposta <strong>de</strong> se tornarem<br />

verda<strong>de</strong>iras exposições<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>coração. são<br />

ambientes planejados<br />

para mostrar ao público<br />

como oferecer soluções<br />

inteligentes e diferenciadas<br />

para espaços cada<br />

vez menores.<br />

Fotos: Marcelo Negromonte<br />

A Feira Construir Bahia e<br />

o Siac´s (Simpósio Internacional<br />

<strong>de</strong> Arquitetura e<br />

Construção Sustentável),<br />

homenagearam o escritório<br />

Baiardi Arquitetos<br />

Associados, reconhecido<br />

como o melhor escritório<br />

<strong>de</strong> arquitetura <strong>de</strong> 2012,<br />

com um ambiente on<strong>de</strong> o<br />

arquiteto Camilo Baiardi<br />

imprimiu criativida<strong>de</strong><br />

e funcionalida<strong>de</strong>. “A<br />

realização do Lounge do<br />

Arquiteto é nada menos<br />

que a realização <strong>de</strong> um<br />

sonho”, <strong>de</strong>clara Camilo.<br />

Reconhecido pela<br />

atuação constante em trabalhos<br />

<strong>de</strong> caráter institucional<br />

e corporativo, o escritório<br />

Baiardi Arquitetos<br />

Associados tem realizado<br />

diversos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

Para cumprir este<br />

novo <strong>de</strong>safio, cada empresa<br />

parceira foi cuidadosamente<br />

selecionada,


pub editorial<br />

13<br />

consi<strong>de</strong>rando a excelência<br />

em seu atendimento<br />

e a qualida<strong>de</strong> e diferenciação<br />

dos seus produtos.<br />

“São parceiros que o<br />

escritório recorre sempre,<br />

pois nossos projetos<br />

prezam por um padrão <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>”, diz Baiardi.<br />

Cientes da importância<br />

em promover eventos<br />

da área que divulguem<br />

o segmento, os empresários,<br />

Rodrigo Poegere,<br />

proprietário da loja<br />

Iluminação Luzelle, Indaiá<br />

São Bernardo, proprietária<br />

da loja Efeito Home<br />

e Nadja Sette, gerente<br />

da loja Novo Projeto,<br />

apoiaram a iniciativa do<br />

escritório gerenciado por<br />

Camilo Baiardi em montar<br />

o Lounge do arquiteto.<br />

Com total <strong>de</strong>dicação,<br />

promoveram um espaço<br />

atraente, inusitado e<br />

elegante.


pub editorial 14<br />

Segundo Rodrigo Poegere, a Iluminação Luzelle<br />

sempre se preocupou em apoiar eventos neste contexto<br />

e, unindo essa iniciativa à harmoniosa parceria<br />

e à admiração pelo trabalho <strong>de</strong> Camilo Baiardi, imprimiram<br />

nesse projeto toda a experiência e conteúdo<br />

presentes na atuação da empresa no mercado.<br />

Indaiá São Bernardo, empresária do setor <strong>de</strong> <strong>Alta</strong><br />

<strong>Decoração</strong> há 10 anos, afirma que é <strong>de</strong> extrema<br />

importância apoiar projetos <strong>de</strong> escritórios parceiros<br />

como o Baiardi Arquitetos Associados, pois sabe<br />

que serão trabalhos arrojados e que priorizam o bom<br />

gosto, características que possuem uma afinida<strong>de</strong><br />

direta com os valores da Efeito Home .<br />

Para Nadja Sette,<br />

apoiar o projeto foi<br />

também um agradável<br />

<strong>de</strong>safio: “fizemos uma<br />

parceria muito positiva<br />

para este evento, on<strong>de</strong><br />

colocamos as necessida<strong>de</strong>s<br />

que o projeto <strong>de</strong><br />

Camilo Baiardi pedia, alinhado<br />

à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

inovar que possuímos,<br />

enquanto loja <strong>de</strong> fábrica.<br />

Os móveis sob medida<br />

garantiram exclusivida<strong>de</strong>”,<br />

esclarece.<br />

Todas as empresas<br />

envolvidas neste<br />

projeto são unânimes<br />

em afirmar que Camilo<br />

Baiardi confere estilo e<br />

harmonia na i<strong>de</strong>alização<br />

dos seus projetos. Estar<br />

presente em projetos<br />

como estes, é, portanto,<br />

um <strong>de</strong>safio compensador<br />

que surpreen<strong>de</strong> pela<br />

visibilida<strong>de</strong> e repercussão<br />

que confere.


circuito gente 16


circuito gente<br />

carmen miranda<br />

A “baiana”<br />

tropical <strong>de</strong> todas<br />

as Américas<br />

t nyala cardoso<br />

Do movimento das<br />

mãos e quadris ao revirar<br />

dos olhos ver<strong>de</strong>s. Os<br />

badulaques, penduricalhos,<br />

a boca pintada<br />

<strong>de</strong> vermelho, o sorriso<br />

escancarado... Tudo em<br />

Carmen era um tanto.<br />

Baiana nos babados<br />

da roupa engomada,<br />

Carmen Miranda era<br />

a maior expressão do<br />

exagero estético, a contracultura<br />

<strong>de</strong> uma época<br />

que se alimentava da<br />

mesmice pon<strong>de</strong>rada e<br />

discreta <strong>de</strong> uma distante<br />

socieda<strong>de</strong> europeia.<br />

Carmen era o avesso<br />

do avesso. O resgate<br />

<strong>de</strong> uma originalida<strong>de</strong><br />

que ainda nem existia<br />

inteira. Um paradoxo<br />

estranho e familiar. O<br />

exce<strong>de</strong>nte do ordinário.<br />

17<br />

Portuguesa <strong>de</strong> nascimento,<br />

Carmen Miranda<br />

foi criada na Lapa<br />

carioca nas décadas <strong>de</strong><br />

1910 e 1920, no meio <strong>de</strong><br />

um cal<strong>de</strong>irão cultural<br />

<strong>de</strong> artistas, malandros<br />

e gente <strong>de</strong> todo tipo.<br />

Assimilando a estética,<br />

a linguagem e as novas<br />

sonorida<strong>de</strong>s do lugar e<br />

da época, apren<strong>de</strong>u as<br />

gírias e expressões das<br />

rodas boêmias, suas<br />

favoritas, e criou um<br />

personagem que seria<br />

uma representação do<br />

século 20.


circuito gente 18<br />

Com envolvente estilo que misturava graça e<br />

malícia ingênua, Carmen tornou-se um ícone das<br />

massas, a primeira artista multimídia do Brasil.<br />

Pioneira, foi a maior estrela do disco, do rádio, do<br />

cinema, dos teatros, da mídia, e dos cassinos brasileiros.<br />

Talentosa, não só cantava, dançava e atuava,<br />

mas sabia, intuitivamente, transitar com <strong>de</strong>senvoltura<br />

pelo que viria a se tornar a indústria cultural, ao<br />

mesmo tempo criando e sendo criada por esse novo<br />

mundo do entretenimento que se <strong>de</strong>senhava.<br />

Carmen Miranda ousou cantar samba numa<br />

época em que o ritmo era abafado nos quintais da<br />

periferia, visto com <strong>de</strong>sconfiança pela caucasiana<br />

família brasileira - uma “coisa <strong>de</strong> marginal”, <strong>de</strong><br />

“mulatos <strong>de</strong>socupados”. Inventiva, tratava <strong>de</strong> cantar<br />

à sua maneira, muitas vezes trocando a letra das<br />

músicas, acrescentando uma bossa própria, um jeito<br />

<strong>de</strong> sublinhar as palavras com seus muitos erres vibrantes.<br />

De Lamartine Babo a Ary Barroso, eternizou<br />

os mais importantes compositores <strong>de</strong> seu tempo da<br />

música brasileira e partiu para os Estados Unidos.<br />

Ganhou Hollywood, fincou os pés na calçada da<br />

fama, virou <strong>de</strong>senho animado da Disney. Foi acusada<br />

no Brasil <strong>de</strong> ser instrumento da estratégia americana<br />

<strong>de</strong> boa vizinhança antes da Segunda Guerra, <strong>de</strong><br />

servir ao populismo <strong>de</strong> Getúlio Vargas, <strong>de</strong> acentuar<br />

os estereótipos do Brasil, <strong>de</strong> rebuscar os gestos, <strong>de</strong><br />

“americanizar-se”.<br />

A mesma Carmen dadaísta que Caetano cantou<br />

em versos tropicalistas e que se tornou a caricatura<br />

e a radiografia do tropicalismo já tinha sido hostilizada<br />

por esses velhos baianos. Os filhos <strong>de</strong> João<br />

Gilberto, rebuscados, todos “bossa”, também diziam<br />

que “ela voltou americanizada”. Até que os baianos<br />

se renovaram e beberam da “fonte tropicália” <strong>de</strong><br />

Oiticica, na primeira tentativa <strong>de</strong> impor uma imagem<br />

brasileira ao contexto da vanguarda mundial da época,<br />

reproduzindo a arquitetura orgânica das favelas,<br />

manifestando-se contra o conformismo político,<br />

cultural e social.<br />

Esse novo cenário musical que crescia na Bahia<br />

era a voz <strong>de</strong> um movimento social que queria comer<br />

<strong>de</strong> tudo, sem regimes, nem restrições. Um banquete<br />

antropofágico que canibalizava sem pudor a força do<br />

estrangeiro, <strong>de</strong>monstrando uma liberda<strong>de</strong> um tanto<br />

incômoda para os nacionalistas. Nessa nova estética<br />

multifacetada, eletrizante, on<strong>de</strong> tudo se misturava e<br />

se reapresentava inédito, caía como vatapá no acarajé<br />

a estética <strong>de</strong> uma mulher nascida em Portugal,<br />

criada na marginalida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que assumiu<br />

uma “estilização espalhafatosamente vulgar” da<br />

roupa <strong>de</strong> baiana, conquistou com seus balangandãs<br />

a nação mais po<strong>de</strong>rosa do planeta, virou a atriz mais<br />

bem paga <strong>de</strong> Hollywood e ainda encarnou a porta-<br />

-ban<strong>de</strong>ira do Brasil.


circuito giro<br />

Tropicalizando<br />

t nathália velame<br />

o sol me enche <strong>de</strong> alegria e preguiça,<br />

com os olhos cheios <strong>de</strong><br />

cores e o peito cheio <strong>de</strong> amores e<br />

sauda<strong>de</strong>... viva a bahia! iluminado<br />

<strong>de</strong> sol, o maxitropicalismo <strong>de</strong>sperta<br />

aquela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair da<br />

areia para um passeio num reino<br />

imaginário que mistura estampas<br />

e cores, e que visita ícones brasileiros.<br />

baixou a carmen miranda<br />

em mim... que sauda<strong>de</strong> que eu estava<br />

da minha terra!


quero lá em casa! 22<br />

Objetos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

profissionais<br />

elegem, <strong>de</strong>ntro das<br />

lojas do circuito<br />

<strong>de</strong> alta <strong>de</strong>coração,<br />

seus produtos<br />

favoritos<br />

Ornato<br />

Aline Cangussú<br />

A Ornato explora segurança<br />

e tecnologia para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

projetos que abusam<br />

da transparência e da<br />

leveza. O guarda corpo<br />

em <strong>de</strong>staque é um gran<strong>de</strong><br />

exemplo das avançadas<br />

técnicas <strong>de</strong> têmpera<br />

disponíveis na loja, uma<br />

referência em vidros <strong>de</strong><br />

alto padrão e qualida<strong>de</strong>.


Xarmonix<br />

23<br />

Camila Maia<br />

A profi ssional se <strong>de</strong>parou<br />

com mais um natal<br />

brilhante nas vitrines da<br />

Xarmonix. Um espaço<br />

perfeito para quem busca<br />

complementos fundamentais<br />

ao <strong>de</strong>corar, como<br />

ornamentos para mesas<br />

temáticas, casuais e sofi<br />

sticação dos cristais.


quero lá em casa! 24<br />

Li<strong>de</strong>r Interiores<br />

Luciana Paraíso<br />

Móveis com <strong>de</strong>sign e<br />

conceito são a cara do<br />

nosso país. Técnicas<br />

conhecidas ganham nova<br />

leitura nas linhas pop,<br />

rock e vintage da Li<strong>de</strong>r<br />

Interiores. Na imagem,<br />

Luciana Paraíso aparece<br />

em volta da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

dos vazados inspirados<br />

no Richilieu, nas ripinhas<br />

e tachas, sem esquecer do<br />

colorido especial da tapeçaria<br />

exclusiva produzida<br />

pela marca, totalmente<br />

customizável.


AD Design<br />

Mila Saraiva<br />

O charme atemporal<br />

dos papéis <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />

faz parte das propostas<br />

criativas <strong>de</strong> Mila Saraiva.<br />

A AD Design oferece<br />

opções incríveis para os<br />

mais diversos tipos <strong>de</strong><br />

superfície, incluindo versões<br />

laváveis e texturas<br />

inusitadas que simulam<br />

couro e tecidos clássicos<br />

como o Jacquad, ícone <strong>de</strong><br />

elegância.<br />

Têxtil Tecidos<br />

E<strong>de</strong>uzuíta Alcântara<br />

Basta um toque Têxtil<br />

para que seu ambiente<br />

ganhe mais cores! A<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecidos<br />

e padronagens são<br />

imensas, sem esquecer<br />

o atendimento cordial<br />

característico da loja.<br />

E<strong>de</strong>uzuíta Alcântara também<br />

foi conferir as novas<br />

coleções <strong>de</strong> papéis <strong>de</strong><br />

pare<strong>de</strong>, repletos <strong>de</strong> estilo<br />

e inovação.<br />

25


quero lá em casa! 26<br />

Vintage Decor<br />

Margarete Setenta<br />

Na Vintage Decor Margarete<br />

Setenta encontrou<br />

peças <strong>de</strong> época e <strong>de</strong>sign<br />

contemporâneo em<br />

composições inusitadas e<br />

coloridas. Um verda<strong>de</strong>iro<br />

paraíso para encontrar<br />

peças cheias <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong><br />

que proporcionam<br />

novos signifi cados e bom<br />

humor ao seu espaço.


quero lá em casa!<br />

Dellano<br />

Fatima Romeu & Rosário<br />

Calmon<br />

Fatima e Rosário usaram<br />

tonalida<strong>de</strong>s pastel e a<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> do vidro<br />

para compor um closet<br />

interativo. A escolha por<br />

um produto Dellano foi<br />

um gran<strong>de</strong> diferencial,<br />

elas escolheram a porta<br />

Movie com TV integrada,<br />

unindo tecnologia e<br />

praticida<strong>de</strong>. O critério na<br />

escolha das cores remete<br />

ao luxo; o vidro Cinex<br />

possui uma matiz <strong>de</strong> Vanilla<br />

e o interior do closet<br />

é na tonalida<strong>de</strong> Fendi.<br />

Novo Projeto<br />

Virgínia Santa<br />

Bárbara<br />

A mistura <strong>de</strong> materiais<br />

diferenciados como metal<br />

e couro fazem parte do<br />

mix <strong>de</strong> mobiliário<br />

<strong>de</strong>senvolvido pela Novo<br />

Projeto. Virgínia Santa<br />

Bárbara mostra que os<br />

espaços po<strong>de</strong>m ganhar<br />

novos ares com a precisão<br />

do acabamento encontrado<br />

por lá.<br />

27


quero lá em casa! 28<br />

Electroair Climatize<br />

Nathália Velame<br />

A temperatura i<strong>de</strong>al faz<br />

<strong>de</strong> qualquer ambiente<br />

um local ainda mais<br />

agradável. Os aparelhos<br />

da Climatize Eletroair<br />

são perfeitos para inserir<br />

elegância em projetos <strong>de</strong><br />

todos os estilos, incluindo<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> instalação<br />

mais rápida, efi ciente e<br />

bonita. Nathália Velame<br />

escolheu um aparelho<br />

espelhado para manter<br />

seu espaço num clima<br />

perfeito.


circuito <strong>de</strong>sign 30<br />

Nada se per<strong>de</strong>,...<br />

t nyala cardoso f tatiana car<strong>de</strong>al<br />

No dia 1º <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2012, quarenta e sete pessoas, entre <strong>de</strong>signers,<br />

arquitetos e estudantes <strong>de</strong>sembarcam em Várzea Queimada, um povoado<br />

esquecido no coração do semiárido nor<strong>de</strong>stino. Uma região habitada por 900<br />

pessoas que sobrevivem do que cultivam, sem saneamento básico e com acesso<br />

escasso a um bem <strong>de</strong> muito valor, a água. Durante os 15 dias seguintes essa equipe<br />

<strong>de</strong>senhou, dia e noite, junto com a comunida<strong>de</strong>, uma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> futuro<br />

através da geração <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s econômicas e sociais. Assim começou<br />

o projeto A Gente Transforma 2012 – Chapada do Araripe – [Piauí].<br />

Criado pelo <strong>de</strong>signer Marcelo Rosenbaum o projeto A Gente Transforma (AGT)<br />

é uma iniciativa que usa o <strong>de</strong>sign para expor a alma brasileira. A primeira edição<br />

aconteceu em 2010 no Parque Santo Antônio, periferia <strong>de</strong> São Paulo, colorindo<br />

as casas no entorno do campo <strong>de</strong> futebol, fundando uma biblioteca e dando vida


circuito <strong>de</strong>sign<br />

31<br />

nova à comunida<strong>de</strong>.<br />

“Para conseguir fazer o<br />

trabalho lá tínhamos que<br />

pedir autorização para<br />

o Cabelo, o chefe do<br />

tráfico da favela”, conta<br />

Rosenbaum. Vendo as<br />

mudanças trazidas pelo<br />

projeto, Geovani, codinome<br />

Cabelo, se sentiu<br />

estimulado a largar o<br />

tráfico. “Eu tenho três<br />

filhos, pensava em dar<br />

o exemplo para eles”,<br />

confessou. Hoje ele<br />

trabalha na ONG Casa<br />

do Zezinho. “O Geovani<br />

é um empreen<strong>de</strong>dor,<br />

um lí<strong>de</strong>r, ele só estava<br />

jogando do lado errado”,<br />

<strong>de</strong>fine o <strong>de</strong>signer.<br />

A 2ª edição do projeto,<br />

<strong>de</strong>sta vez no Piauí,<br />

tem como principal<br />

objetivo inserir o artesanato<br />

no mercado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>coração e apresentar<br />

as oportunida<strong>de</strong>s para<br />

um novo negócio social.<br />

Trata-se <strong>de</strong> promover a<br />

noção <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ntro<br />

da comunida<strong>de</strong>. Algo<br />

que o <strong>de</strong>signer consi<strong>de</strong>ra<br />

diferente do assistencialismo<br />

por que,<br />

segundo ele, confere à<br />

comunida<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> agir e <strong>de</strong>cidir<br />

por si. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

econômico, sua principal<br />

característica está em<br />

aten<strong>de</strong>r os requisitos da<br />

nova economia: inclusiva<br />

e sustentável. Tem<br />

como visão <strong>de</strong> futuro ser<br />

um negócio social, empreen<strong>de</strong>r<br />

e, ao mesmo<br />

tempo, gerar impacto


circuito <strong>de</strong>sign 32<br />

social, econômico e minimizar os impactos ambientais<br />

em suas áreas <strong>de</strong> atuação, tendo como plataforma<br />

principal o <strong>de</strong>sign sustentável.<br />

O artesanato e a sustentabilida<strong>de</strong> já eram realida<strong>de</strong><br />

em Várzea Queimada. As mulheres trançavam<br />

a abundante palha <strong>de</strong> carnaúba e os homens<br />

esculpiam borracha reciclada <strong>de</strong> pneus velhos.<br />

A transformação da matéria prima em um “objeto-<br />

-conceito” foi feita em parceria com os portugueses<br />

Pedro Ferreira e Rita João, do Pedrita Studio<br />

e a <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> joias piauiense Kalina Rameiro.<br />

Os grupos criaram, ao todo, uma coleção com 30<br />

peças, intitulada Toca da Borracha e Toca da Palha<br />

com peças <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração e joias. O resultado é<br />

a criação <strong>de</strong> coleções exclusivas, esteticamente<br />

avançadas e que valorizam o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> raiz.<br />

“É empreen<strong>de</strong>dor e ao mesmo tempo gera impacto<br />

social, econômico e ambiental em suas áreas <strong>de</strong><br />

atuação, tendo como plataforma principal o <strong>de</strong>sign<br />

sustentável”, diz Rosenbaum.<br />

Outra frente <strong>de</strong> trabalho foi coor<strong>de</strong>nada pelos arquitetos<br />

Henrique Pinheiro e Tomaz Lotufo e contou<br />

com a participação <strong>de</strong> 18 estudantes <strong>de</strong> todo Brasil.<br />

O resultado foi a construção <strong>de</strong> uma casa para os<br />

artesãos se reunirem e trabalharem: dois edifícios<br />

construídos em terreno público seguindo os critérios<br />

da permacultura.<br />

Em junho, Marcelo Rosenbaum foi convidado por<br />

Paulo Borges, diretor e criador do SPFW, para colocar<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta edição do evento uma amostra da<br />

vivência do projeto A Gente Transforma. “Fiquei muito<br />

feliz quando o Paulo Borges me disse que não esperava<br />

que eu fizesse a cenografia, mas que contasse<br />

o projeto e expusesse o seu conteúdo <strong>de</strong>ntro do espaço<br />

do evento”, conta o <strong>de</strong>signer. A exposição apresentada<br />

por Rosenbaum no SPFW é composta por<br />

imagens da fotógrafa Tatiana Car<strong>de</strong>al impressas em<br />

tecido. Também está exposta a coleção <strong>de</strong> produtos<br />

Toca da Palha e Toca da Borracha, <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pelo AGT no Piauí. “A exposição não tem a pretensão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>corar o prédio da Bienal, mas trazer ao público<br />

um pouco <strong>de</strong>ssa experiência tão rica que o A Gente<br />

Transforma tem proporcionado”, reflete Rosenbaum.<br />

Empenhado na transformação <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong><br />

através das suas próprias habilida<strong>de</strong>s, o AGT


circuito <strong>de</strong>sign<br />

une saberes ancestrais<br />

a mo<strong>de</strong>rnas técnicas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, produzindo<br />

parcerias com comunida<strong>de</strong>s<br />

que guardam<br />

séculos <strong>de</strong> conhecimento,<br />

gerando, assim,<br />

produtos esteticamente<br />

avançados e que<br />

valorizam o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong><br />

raiz. Por outro lado – ou<br />

mais para <strong>de</strong>ntro – traz<br />

uma reflexão sobre uma<br />

perspectiva <strong>de</strong> novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

para o país.<br />

Nega a presente apatia<br />

social que se justifica<br />

no nosso paradoxal<br />

sistema <strong>de</strong> governo e<br />

movimenta-se, remediando<br />

o que não está<br />

são. Provando que, com<br />

algum empenho, TUDO<br />

SE TRANSFORMA.<br />

33


Rua das Rosas, 658, Pituba, 71 3353.8349 <strong>de</strong>signvidros@terra.com.br


circuito projetos<br />

Novos talentos e profi ssionais<br />

renomados: o <strong>Circuito</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Alta</strong> <strong>Decoração</strong> apresenta<br />

projetos dos arquitetos e<br />

<strong>de</strong>coradores da Bahia<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7


circuito projetos t andrea velame f marcelo negromonte<br />

36<br />

1<br />

arquitetas<br />

anaclaudia@doisaarquitetura.com.br,<br />

anapaula@doisaarquitetura.com.br,<br />

www. doisaarquitetura.com.br,<br />

71 3013.8202 / 9247.6567 / 8864.4579<br />

Ana Paula<br />

Nonato &<br />

Ana Claudia<br />

Nonato<br />

Tons <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e beringela predominam na sala<br />

<strong>de</strong>ste apartamento localizado no Morro Ipiranga,<br />

on<strong>de</strong> um pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cristal da Luzelle passou a<br />

ser o principal elemento do projeto que leva a assinatura<br />

das irmãs e profissionais Ana Claudia Nonato<br />

e Ana Paula Nonato. Com o recurso dos espelhos,<br />

as profissionais tiraram partido dos ambientes que<br />

mereciam ser ampliados. O espaço gourmet foi<br />

outro ambiente realizado com muito carinho pelas<br />

profissionais, que utilizaram mobiliário da MAC e<br />

produção da Vintage Decor. O mobiliário da Li<strong>de</strong>r<br />

se fizeram presentes neste projeto, nas camas e<br />

mesas <strong>de</strong> centro e laterais. As cortinas e papéis <strong>de</strong><br />

pare<strong>de</strong> foram da Têxtil. Fechamentos da Balcony<br />

Brasil também foram utilizados neste projeto,<br />

tendo sempre o cuidado <strong>de</strong> manter a harmonia do<br />

interno com o externo, pois a vista do apartamento<br />

já faz parte <strong>de</strong> um cenário especial.


circuito projetos<br />

37


circuito projetos 38


circuito projetos<br />

39


circuito projetos t andrea velame f marcelo negromonte<br />

40<br />

Márcia<br />

Amaral &<br />

Regi Amaral<br />

Projetar um loft <strong>de</strong>bruçado sobre a Baía <strong>de</strong> Todos<br />

os Santos, mais do que um trabalho foi uma gran<strong>de</strong><br />

fonte <strong>de</strong> inspiração – <strong>de</strong>finiram os arquitetos Márcia<br />

Amaral e Regi Amaral. Um loft para um homem<br />

jovem e solteiro, cujo ponto <strong>de</strong> partida foi criar um<br />

espaço mo<strong>de</strong>rno, cosmopolita com toque <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong>.<br />

O cinza, preto e branco formam a paleta <strong>de</strong><br />

cores utilizadas. Pinceladas <strong>de</strong> azul, e principalmente<br />

<strong>de</strong> amarelo, fazem referência ao céu e mar da Baía <strong>de</strong><br />

Todos os Santos que inva<strong>de</strong>m o apartamento, numa<br />

vista <strong>de</strong>slumbrante. Móveis italianos da Incantto se<br />

integram a peças do <strong>de</strong>sign brasileiro, numa mistura<br />

sofisticada, mo<strong>de</strong>rna e pop, com uma produção<br />

acertada e bem pontuada pela Vintage Decor. Uma<br />

cozinha black e portas <strong>de</strong> passagem ultra mo<strong>de</strong>rnas<br />

receberam a assinatura da Evviva Bertoline.<br />

Os mármores da Artimex criaram cenas exclusivas


circuito projetos<br />

no lavabo com a padronagem Armani.<br />

Revestimentos, louças e metais da FonsecaShop<br />

reiteram a parceria da dupla com a loja.<br />

Fechamentos em vidro da Balcony Brasil e cortinas<br />

motorizadas da AD Design dialogam com a belíssima<br />

vista da Baía <strong>de</strong> Todos os Santos, a iluminação<br />

cênica da Luzelle cria efeitos para valorizar<br />

as obras <strong>de</strong> arte e os vidros e espelhos da Design<br />

Vidros criam amplitu<strong>de</strong> e mistério a este projeto<br />

digno <strong>de</strong> aplauso!<br />

2<br />

arquitetos<br />

contato@marciaamaral.com,<br />

www.marciaamaral.com,<br />

71 3495.2000 / 9202.1503 / 9184.4256<br />

41


circuito projetos 42


circuito projetos<br />

43


circuito projetos t andrea velame f marcelo negromonte<br />

44<br />

Kaká<br />

Bulhosa<br />

3<br />

<strong>de</strong>signer <strong>de</strong> interiores<br />

kaka.bulhosa@hotmail.com,<br />

71 9922.8660 / 9198.7289


circuito projetos<br />

45<br />

O projeto <strong>de</strong>ste apartamento<br />

assinado por Kaká Bulhosa segue<br />

o estilo contemporâneo funcional.<br />

Os ambientes entraram em<br />

perfeita sintonia, dando uma sensação<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong> e integração<br />

com tons terrosos e azuis. Kaká<br />

utilizou móveis da Casa Kaiada,<br />

Novo Projeto e puffs folheados<br />

da Incantto. Destaque para a<br />

iluminação realizada pela Luzelle<br />

e na produção <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>senvolvida<br />

pela Container Home.<br />

O painel na pare<strong>de</strong> principal da<br />

sala escolhido na FonsecaShop<br />

foi a ve<strong>de</strong>te do projeto que teve<br />

cortinas <strong>de</strong> tecidos e papéis <strong>de</strong><br />

pare<strong>de</strong>s fornecidos pela Têxtil.


circuito projetos 46


circuito projetos<br />

47


circuito projetos t andrea velame f lucas silva<br />

48<br />

Carla Ribeiro &<br />

Paula Moura<br />

4<br />

arquitetas<br />

www.mrarquitetos.com,<br />

projetos@mrarquitetos.com.br,<br />

71 3267.1599 / 8769.0558 / 8769. 0559


circuito projetos<br />

Um living que divi<strong>de</strong> a cena com o home. Uma varanda que também é espaço<br />

gourmet, um jantar integrado à área social. Este projeto é focado em receber amigos<br />

e integrar espaços!<br />

A dupla <strong>de</strong> arquitetas Carla Ribeiro e Paula Moura escolheu o branco e cinza<br />

e aqueceu com a ma<strong>de</strong>ira para a composição <strong>de</strong>ste projeto contemporâneo e<br />

extremamente elegante.<br />

O projeto <strong>de</strong> luminotecnia <strong>de</strong>ste apartamento levou a assinatura da Casa<br />

Kaiada, assim como a escolha dos móveis contemporâneos. Os bancos em<br />

ma<strong>de</strong>ira foram da Mega Ma<strong>de</strong>ira, o fechamento <strong>de</strong> vidro da Balcony Brasil e os<br />

espelhos da Design Vidros. Outro ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ste projeto é o piso <strong>de</strong><br />

mármore fornecido pela Artimex.<br />

49


circuito projetos 50


circuito projetos<br />

51


circuito projetos t andrea velame f lucas silva<br />

52


circuito projetos<br />

Emerson<br />

Carvalho<br />

5<br />

arquiteto<br />

emersoncc3@hotmail.com,<br />

71 3264.3827 / 8101.9508<br />

Branco, preto, cinza e vermelho foram as cores<br />

escolhidas pelo arquiteto Emerson Carvalho para<br />

este apartamento. O projeto luminotécnico <strong>de</strong>senvolvido<br />

por Emerson foi adquirido na Luzelle. O piso<br />

Perfect White da Artimex <strong>de</strong>u uma amplitu<strong>de</strong> e uma<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> ao espaço. Os móveis levaram a assinatura<br />

da Sierra e as cortinas da AD Design.<br />

Todos os metais e a pastilha preta da cozinha<br />

foram especificados por Emerscon Carvalho na<br />

FonsecaShop.<br />

A proposta <strong>de</strong> Emerson Carvalho foi <strong>de</strong>senvolver<br />

um projeto sem estar preso a regras e tendências,<br />

elaborando uma casa que tivesse a alma e o estilo do<br />

seu cliente!<br />

A monocromia foi quebrada na escolha das obras<br />

<strong>de</strong> arte.<br />

53


circuito projetos 54


circuito projetos<br />

55


circuito projetos<br />

Cristina Camerino<br />

& Vanja Maia<br />

6<br />

<strong>de</strong>signers <strong>de</strong> interiores<br />

cristinacamerino@yahoo.com.br,<br />

vanjamam@yahoo.com.br,<br />

71 3353.7985 / 9961.0934 / 9963.2636<br />

t andrea velame f xico diniz<br />

O projeto para um apartamento <strong>de</strong> 130m 2 com estilo contemporâneo realçam<br />

conceitos <strong>de</strong> beleza e bem-estar. As profissionais adotaram como base, gesso e<br />

iluminação, que valorizaram o layout e personalizaram o ambiente. Tons pastéis<br />

e ma<strong>de</strong>ira dão aconchego e elegância integrando o living, a varanda e a sala<br />

<strong>de</strong> jantar numa perfeita harmonia para o bem viver. Móveis da Novo Projeto e<br />

Quartier fizeram parte da especificação da dupla. Persianas da S’paço Decor<br />

também foram utilizadas na concepção <strong>de</strong>ste projeto.<br />

57


circuito projetos 58


circuito projetos<br />

59


t andrea velame f javier escu<strong>de</strong>ro<br />

Protécnica<br />

Arquitetura e<br />

Engenharia<br />

Há quase duas décadas no mercado, a Protécnica<br />

Arquitetura e Engenharia Ltda. se consolida como<br />

referência em arquitetura médico-hospitalar no<br />

Nor<strong>de</strong>ste. Alinhada aos interesses <strong>de</strong> um público<br />

tão personalizado, a Protécnica executa gran<strong>de</strong>s<br />

projetos na região. Dentre eles, o audacioso<br />

empreendimento <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um Cíclotron<br />

do Grupo Delfin, no município <strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas.<br />

“O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é fazer com que o trabalho<br />

arquitetônico humanizado acompanhe a evolução<br />

tecnológica dos equipamentos <strong>de</strong> diagnósticos e<br />

terapêuticos que possuem alto custo e são atualizados<br />

constantemente”, explica Tânia Eliziario,<br />

sócio-fundadora da Protécnica.<br />

Com mais <strong>de</strong> 8mil m 2 <strong>de</strong> área construída, a<br />

Artimex foi uma forte parceiria na realização <strong>de</strong>ste<br />

empreendimento. A Protécnica vem intensificando<br />

sua atuação em vários estados do Nor<strong>de</strong>ste,<br />

realizando projetos <strong>de</strong> média e alta complexida<strong>de</strong><br />

e acompanhando a execução <strong>de</strong>stes projetos <strong>de</strong><br />

forma intensa. “Estaremos sempre on<strong>de</strong> houver<br />

empresas interessadas em trabalho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

responsabilida<strong>de</strong>”, sentencia Tânia Eliziario.<br />

Este projeto da Protécnica foi realizado pela<br />

equipe técnica: Clarissa Broad, Thiago Mendonça e<br />

Tânia Eliziario.<br />

7<br />

arquitetas<br />

www.protecnica.arq.br,<br />

71 9107.0578, 82 3327.4848, 82 9981.9104


circuito projetos<br />

61


circuito projetos 62


circuito projetos<br />

63


Foto Estúdio Gato Louco


circuito arquitetura t andrea velame<br />

66<br />

Arquitetura<br />

ver<strong>de</strong><br />

ser sustentável está<br />

na moda. atualmente<br />

gran<strong>de</strong> parte da socieda<strong>de</strong><br />

recicla materiais,<br />

economiza água e energia.<br />

mas a nova tendência<br />

agora é arquitetura<br />

sustentável. você já<br />

ouviu falar?<br />

Nos primeiros <strong>de</strong>z anos do século XXI aparecem as<br />

edificações <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> Green Buildings, ou<br />

Edifícios Ver<strong>de</strong>s, mas não po<strong>de</strong>mos esquecer que<br />

já tínhamos a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>ste movimento nos anos 60<br />

e que, com a crise do Petróleo na década <strong>de</strong> 70, se<br />

começou a falar sobre a necessida<strong>de</strong> da construção<br />

com um menor impacto ambiental.<br />

O conceito <strong>de</strong>sta nova maneira <strong>de</strong> viver é simples.<br />

Na hora <strong>de</strong> construir, reformar ou <strong>de</strong>corar é importante<br />

ficar atento para adotar práticas sustentáveis<br />

<strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong> materiais e, acima <strong>de</strong> tudo,<br />

evitar criar resíduos que causem prejuízos à natureza<br />

. Para estar a<strong>de</strong>quado ao conceito <strong>de</strong> arquitetura ver<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>vem-se usar produtos que possuem algumas<br />

características básicas da sustentabilida<strong>de</strong> como


circuito arquitetura<br />

salubrida<strong>de</strong> , qualida<strong>de</strong>, durabilida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong><br />

social e ambiental.<br />

O custo <strong>de</strong> uma casa “ver<strong>de</strong>” <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da tecnologia<br />

construtiva utilizada para fazê-la, e este<br />

investimento costuma retornar em um curto espaço<br />

<strong>de</strong> tempo. A cada ano, as novida<strong>de</strong>s surgem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

painéis solares, a lançamentos <strong>de</strong> esquadrias com<br />

gran<strong>de</strong>s vãos para garantir melhor iluminação,<br />

até reutilização <strong>de</strong> água em casas e edifícios com<br />

sistemas ultra mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> drenagens. Uma outra<br />

gran<strong>de</strong> tendência na arquitetura são as pare<strong>de</strong>s<br />

vivas e telhados utilizados para plantações, além <strong>de</strong><br />

fachadas inteiras revestidas <strong>de</strong> plantas. É a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma rea<strong>de</strong>quação da arquitetura trazendo a<br />

cada dia a natureza para o entorno.<br />

67


circuito arquitetura 68<br />

Um gran<strong>de</strong> ícone em 1936<br />

A Casa da Cascata, projetada por Frank Lloyd Wright, foi concebida a partir<br />

da sua integração com a natureza. O arquiteto iniciou o projeto respeitando o<br />

curso d’água que passa pela proprieda<strong>de</strong> e imaginou que os futuros moradores<br />

sempre sentissem a força com que cai e passa o riacho, não visualmente, mas<br />

através do som que se produz, percorrendo toda a casa.<br />

A Casa da Cascata é formada por duas partes: a casa principal dos clientes e o<br />

quarto <strong>de</strong> hóspe<strong>de</strong>s. A casa original contém ambientes simples, proporcionados<br />

pelo arquiteto, uma sala <strong>de</strong> estar ampla com uma cozinha compacta no nível térreo<br />

e uma enorme suíte principal no segundo andar. O terceiro nível era o lugar <strong>de</strong><br />

estudo e dormitório do filho do cliente, o Sr. Kaufmann.<br />

Todos os recintos da casa se relacionam com o entorno natural. A sala <strong>de</strong> estar,<br />

inclusive, apresenta uma escada que conduz diretamente ao riacho. A beleza <strong>de</strong>sses<br />

espaços se encontra em suas extensões à natureza, feito com gran<strong>de</strong>s varandas em<br />

balanço, projetadas em ângulos retos, que são elementos esculturais da casa.<br />

Para a estrutura das varandas, Wright trabalhou com concreto armado, um material<br />

<strong>de</strong>finitivo para dialogar com o entorno. O exterior da casa impõe certa horizontalida<strong>de</strong>,<br />

que se <strong>de</strong>staca pela presença das pedras e tijolos, e principalmente<br />

das varandas. As janelas apresentam uma condição especial: se abrem também<br />

nas esquinas da casa, procurando romper a configuração <strong>de</strong> caixa e permitir a<br />

incorporação da natureza.<br />

A perfeição <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>talhes leva esta obra a uma consistência <strong>de</strong> alto<br />

grau. É uma obra que vai muito além <strong>de</strong> sua forma, on<strong>de</strong> a presença física e espiritual<br />

do homem se faz mais transparente, em sincronia com a relação harmônica<br />

entre arquitetura e natureza!


circuito arquitetura<br />

69


circuito arquitetura 70<br />

77 anos <strong>de</strong>pois<br />

em construção: o primeiro<br />

bosque vertical / boeri studio<br />

Bosco Verticales <strong>de</strong><br />

Boeri Studio é um edifício<br />

<strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

que experimenta a<br />

integração da paisagem<br />

com a fachada arquitetônica.<br />

As duas torres<br />

se encontram atualmente<br />

em construção<br />

em Milão, lidando com<br />

o conceito <strong>de</strong> recuperar<br />

a paisagem perdida<br />

pela cida<strong>de</strong> junto com<br />

melhorar a habitabilida<strong>de</strong><br />

dos edifícios atuais.<br />

Ambas as torres, <strong>de</strong> 80<br />

e 112 metros <strong>de</strong> altura<br />

terão uma capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 480 árvores médias e<br />

gran<strong>de</strong>s, 250 pequenas,<br />

16.000 plantas e arbustos;<br />

o equivalente a um<br />

hectare <strong>de</strong> bosque.<br />

As plantas crescem<br />

na fachada, assim<br />

como o fazem em um<br />

ambiente natural. Elas<br />

atuam <strong>de</strong> maneira similar<br />

como ocorreria em<br />

uma ‘fachada inteligente’,<br />

filtram a poeira do<br />

ar, absorvem o dióxido<br />

<strong>de</strong> carbono e liberam<br />

oxigênio ao exterior,<br />

enquanto dão sombra<br />

e um microclima que<br />

refresca os meses <strong>de</strong><br />

verão. Esta ‘recolonização’<br />

urbana com espécies<br />

biológicas, além <strong>de</strong><br />

gerar maior biodiversida<strong>de</strong>,<br />

cria um ambiente<br />

seguro para animais<br />

que encontram nestas<br />

espécies refugio e alimento.<br />

Isto leva vida à<br />

cida<strong>de</strong>, vida tipicamente<br />

exclusiva <strong>de</strong> parques<br />

e jardins.<br />

A forma dos edifícios<br />

foi escolhida para ajudar<br />

a prevenir a expansão<br />

urbana, proporcionando<br />

aos resi<strong>de</strong>ntes uma<br />

paisagem privada <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> seus apartamentos e<br />

oferecendo as mesmas<br />

vantagens <strong>de</strong> viver em<br />

uma cida<strong>de</strong>. A proposta<br />

é o equivalente a 50.000<br />

metros quadrados <strong>de</strong><br />

bosque e casas <strong>de</strong> família<br />

em um entorno <strong>de</strong><br />

expansão.


circuito arquitetura<br />

71


Paulo Salomao / Editora Abril


circuito música<br />

Geleia<br />

Tropical<br />

t rodrigo rangel e flávio bustani<br />

Po<strong>de</strong> ser difícil <strong>de</strong> imaginar, mas um dia artistas brasileiros se reuniram para<br />

realizar uma passeata contra a guitarra elétrica. Eram os tumultuados anos 60, a<br />

Ditadura Militar estendia seus tentáculos sobre a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e a influência<br />

política e cultural americana assombrava o Brasil. Nesse contexto, a guitarra<br />

tinha se tornado um símbolo da colonização estrangeira à música brasileira, e nomes<br />

como Elis Regina, Jair Rodrigues e Edu Lobo <strong>de</strong>ram as mãos para combatê-la.<br />

73


circuito música 74<br />

Gabriel Bittar<br />

Paulo Salomao / Editora Abril<br />

Neste contexto, fica fácil enten<strong>de</strong>r o “<strong>de</strong>sbun<strong>de</strong>”<br />

que Caetano Veloso e Gilberto Gil causaram<br />

ao apresentarem, no popularíssimo III Festival <strong>de</strong><br />

Música Popular Brasileira, músicas que combinavam<br />

elementos regionais e da música internacional,<br />

inclusive com a tal da guitarra elétrica. Não eram<br />

quaisquer músicas, e sim dois futuros clássicos:<br />

“Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”. Entre<br />

encantamento e protestos, estava lançado ali o<br />

embrião <strong>de</strong> um movimento cultural que esten<strong>de</strong><br />

suas influências até os dias <strong>de</strong> hoje. Nascia o<br />

Tropicalismo.<br />

As apresentações <strong>de</strong> Caetano e Gil, que foram<br />

acompanhados respectivamente pelos Beat Boys e<br />

pelos Mutantes, expressavam a característica mais<br />

fascinante dos tropicalistas: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> harmonizar<br />

diferentes tendências e criar algo extremamente<br />

original. Mesclando samba, baião e bossa nova<br />

com elementos da cultura jovem mundial, como o<br />

rock e a psico<strong>de</strong>lia, o movimento universalizou a linguagem<br />

da música popular brasileira e abriu espaço<br />

para o surgimento <strong>de</strong> novos ídolos. Berimbau, distorção<br />

e sanfona; Coca-cola, cangaço e espaçonaves,<br />

cabiam tudo na geleia geral.<br />

Seleção brasileira<br />

Entre aqueles que engrossaram as fileiras do movimento<br />

estão alguns dos nomes mais importantes<br />

da música brasileira. As letras e poemas <strong>de</strong> Capinam<br />

e Torquato Neto ganharam vida nas vozes <strong>de</strong> Gal<br />

Costa e Nara Leão, enquanto muitos dos os arranjos


circuito música<br />

Acervo Iconographia<br />

receberam o acabamento refinado e criativo do maestro<br />

Rogério Duprat. Sem contar a inventivida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Tom Zé, a irreverência dos Mutantes e, mais tar<strong>de</strong>, o<br />

swing <strong>de</strong> Jorge Ben (ainda sem o Jor).<br />

Em suas letras, os compositores tropicalistas se<br />

relacionavam mais profundamente com a literatura,<br />

influenciados pelo mo<strong>de</strong>rnismo <strong>de</strong> Oswald <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong> e pelos poetas concretistas do final da década<br />

<strong>de</strong> 50. Este aprofundamento estético terminou<br />

gerando críticas ao movimento, que supostamente<br />

negligenciava a situação política do país ao se afastar<br />

das canções <strong>de</strong> protesto, tão recorrentes na época.<br />

Aos críticos restou a hoje célebre frase <strong>de</strong> Caetano:<br />

“Vocês não estão enten<strong>de</strong>ndo nada!”.<br />

Aquele abraço<br />

Apesar <strong>de</strong> toda repercussão, o Tropicalismo teve<br />

vida curta. Iniciado em 1967, o movimento teve o seu<br />

final relacionado às perseguições do governo militar<br />

a Gil e Caetano, presos pela primeira vez no final <strong>de</strong><br />

1968, e o consequente exílio dos dois em Londres,<br />

on<strong>de</strong> permaneceram até 1972. Se o movimento durou<br />

pouco, seus <strong>de</strong>sdobramentos po<strong>de</strong>m ser sentidos até<br />

hoje na música brasileira. Alguns <strong>de</strong> seus participantes<br />

se tornaram referências da música mundial e suas<br />

sementes proporcionaram o nascimento <strong>de</strong> ritmos<br />

como o samba-rock e o mangue beat. Canções como<br />

“Tropicália”, “Alegria, Alegria”, “Baby’, “Panis et<br />

Circensis”, “Aquele Abraço” e “Domingo no Parque”<br />

se tornaram verda<strong>de</strong>iros hinos e continuam sendo<br />

cantadas nos quatro cantos do país.<br />

Para ouvir<br />

Tropicália ou Panis et Circencis (1968)<br />

Consi<strong>de</strong>rado um disco-manifesto,<br />

foi produzido por Manoel<br />

Berenbein, com arranjos do maestro<br />

Rogério Duprat, e traz na capa a<br />

emblemática foto com a escalação<br />

completa do Tropicalismo (cheia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes bem humorados, que<br />

garantem a diversão do observador<br />

mais atento). Destaques para<br />

“Parque Industrial”, interpretada<br />

por Tom Zé; Gal Costa cantando<br />

“Baby” (música que marcou a<br />

carreira da cantora); e a celebração<br />

final com o “Hino ao Senhor do<br />

Bonfim”, que encerra o disco.<br />

Gilberto Gil (1968)<br />

A vibrante capa <strong>de</strong> Rogério Duarte<br />

já anuncia: este é um disco tropicalista.<br />

Com arranjos <strong>de</strong> Rogério<br />

Duprat, músicas <strong>de</strong> Gil em parceria<br />

com Torquato Neto e a participação<br />

dos Mutantes, que funcionaram<br />

como banda base para o álbum, o<br />

disco reúne alguns dos pilares do<br />

movimento. No repertório estão<br />

as marcantes “Frevo rasgado” e<br />

“Domingo no Parque”.<br />

Os Mutantes (1968)<br />

As i<strong>de</strong>ias tropicalistas tomam<br />

formas claras no disco <strong>de</strong> estreia<br />

da banda li<strong>de</strong>rada por Arnaldo<br />

Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias.<br />

Como em “Panis et Circencis”, que<br />

se tornou um dos hinos do movimento,<br />

e “Bat Macumba”, que<br />

surpreen<strong>de</strong>u a todos na época<br />

pela sua temática afro-religiosa e<br />

a relação íntima com a poesia concreta.<br />

Destaque ainda para “A<strong>de</strong>us<br />

Maria Fulô”, baião composto por<br />

Humberto Teixeira e Sivuca e “A<br />

Minha Menina”, com participação<br />

<strong>de</strong> Jorge Ben Jor.<br />

75


circuito moda 76<br />

A Marca<br />

Brasil!<br />

t paula reis<br />

Não é <strong>de</strong> hoje que o<br />

mundo anda <strong>de</strong> olho no<br />

que se faz nas terras tupiniquins.<br />

Des<strong>de</strong> nossa<br />

querida lusitana com<br />

alma brasileira Carmen<br />

Miranda (1909-1955),<br />

que conquistou o Brasil<br />

e os Estados Unidos<br />

com a célebre canção<br />

<strong>de</strong> Dorival Caymmi<br />

(1914-2008) “O que<br />

é que a Baiana Tem?”,<br />

até a Bossa Nova e o<br />

Tropicalismo, o Brasil<br />

Tropical sempre representou<br />

estilo, <strong>de</strong>sign,<br />

alegria e sensualida<strong>de</strong><br />

inigualável.<br />

Marcas brazucas cada<br />

dia mais <strong>de</strong>spontam<br />

nos cinco continentes.<br />

As velhas Sandálias<br />

Havaianas, aquelas que<br />

não soltam as tiras e<br />

que não têm cheiro, são<br />

sinônimo <strong>de</strong> conforto e<br />

bom gosto em looks <strong>de</strong><br />

verão. Para se ter uma<br />

i<strong>de</strong>ia do atilamento <strong>de</strong>stes<br />

calçados, atualmente<br />

são exportados, somente<br />

nos EUA, 22 milhões<br />

<strong>de</strong> pares por ano, distribuídos<br />

em 1.700 pontos<br />

<strong>de</strong> venda.<br />

E pensar que, no ano<br />

<strong>de</strong> seu lançamento, em<br />

1958, até a década <strong>de</strong><br />

noventa, as Havaianas<br />

eram consi<strong>de</strong>radas<br />

“chinelo <strong>de</strong> pobre”. Mas<br />

campanhas publicitárias<br />

com o intuito <strong>de</strong> divulgar<br />

o produto no exterior, a<br />

partir <strong>de</strong> 1997, centraram<br />

na marca como algo<br />

tipicamente brasileiro.<br />

E este era exatamente<br />

o filão. Com suas várias<br />

cores a simbolizarem<br />

o mar, as matas e as<br />

frutas do Brasil, e seu<br />

formato simples (uma<br />

base <strong>de</strong> borracha ligada<br />

a duas tiras), <strong>de</strong>spojado,<br />

perfeito para quem<br />

sai à praia, à piscina ou<br />

às ruas em dias ensolarados.<br />

As Havaianas<br />

transformaram-se, nos<br />

anos 2000, no maior<br />

símbolo da moda vindo<br />

<strong>de</strong> um país emergente,<br />

cuja população, com po<strong>de</strong>r<br />

aquisitivo crescente,<br />

tem viajado mundo<br />

afora consumindo com<br />

intensida<strong>de</strong> e sendo, por<br />

isto, cada vez mais bem<br />

recebida no exterior.<br />

Até a maior loja <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>partamentos do mundo,<br />

a Macy’s, apostou<br />

na brasilida<strong>de</strong> como<br />

tema do seu verão 2012,<br />

em sua campanha “A<br />

Magical Journey”. A nossa<br />

cultura foi celebrada<br />

pela gigante corporação<br />

nova-iorquina em diversas<br />

coleções inspiradas<br />

nas nossas cores e nos<br />

nossos artistas, como<br />

os <strong>de</strong>signers Marcelo<br />

Rosenbaum, Romero<br />

Brito, Isabela Capetto,<br />

Francisco Costa (o <strong>de</strong>signer<br />

da po<strong>de</strong>rosa Calvin<br />

Klein), entre outros. Um<br />

time <strong>de</strong> craques que<br />

também vestem a camisa<br />

canarinho.<br />

Todas estas conquistas<br />

e reconhecimentos<br />

são reflexos da ascensão<br />

econômica brasileira,<br />

atual sexta maior economia<br />

do Planeta. Somos<br />

vistos com olhos diferentes<br />

do tempo em que<br />

éramos apenas o “País<br />

do Futebol”. Claro que<br />

o ludopédio continua a<br />

<strong>de</strong>sempenhar papel <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque na projeção<br />

do Brasil no mundo.


circuito moda<br />

Contudo, agora, ele e<br />

outros esportes servem<br />

como mais um atrativo<br />

para a realização <strong>de</strong><br />

eventos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nosso<br />

quintal, o que antes nem<br />

se cogitava.<br />

Os dois maiores acontecimentos<br />

esportivos da<br />

Terra, com movimentação<br />

financeira <strong>de</strong> bilhões<br />

<strong>de</strong> dólares, serão realizados<br />

consecutivamente no<br />

Brasil. A Copa do Mundo<br />

<strong>de</strong> 2014 e as Olimpíadas<br />

do Rio <strong>de</strong> 2016 são a prova<br />

inequívoca <strong>de</strong> que nos<br />

tornamos gente gran<strong>de</strong><br />

e com dinheiro aos<br />

olhos dos “velhos ricos”.<br />

Alguns nem tanto, como<br />

a maioria das nações<br />

europeias.<br />

Com a visibilida<strong>de</strong><br />

econômica brasileira,<br />

o que se produziu e se<br />

produz por aqui em termos<br />

<strong>de</strong> artes naturalmente<br />

começa a ser procurado<br />

pelos “gringos”.<br />

Aí é que o Tropicalismo<br />

entra em cena.<br />

Carmen Miranda,<br />

com seus balangandãs,<br />

inspirados na música do<br />

baiano Caymmi “O que é<br />

que a Baiana Tem?” foi a<br />

precursora inconsciente<br />

<strong>de</strong>ste movimento, materializado<br />

e sistematizado<br />

cerca <strong>de</strong> duas décadas<br />

<strong>de</strong>pois por Caetano, Gil,<br />

Gal, Bethânia e outros.<br />

Não apenas Carmen,<br />

mas outros brasileiros<br />

famosos contribuíram<br />

para tornar o Brasil o<br />

“País das Cores e dos<br />

Sentidos”, hoje revisitado,<br />

por esta alcunha, pelos<br />

gran<strong>de</strong>s do cenário<br />

mundial.<br />

Ary Barroso (1903-<br />

1964), compositor <strong>de</strong><br />

sucessos musicais<br />

tipicamente tropicalistas,<br />

como “Aquarela do<br />

Brasil” e “No Tabuleiro<br />

da Baiana”. Di Cavalcanti<br />

(1897-1976), pintor<br />

responsável por quadros<br />

como “Samba” (que<br />

77<br />

retratava um grupo <strong>de</strong><br />

sambistas, em primeiro<br />

plano, com vários morros<br />

ao fundo, lamentavelmente<br />

<strong>de</strong>struídos<br />

em agosto <strong>de</strong>ste ano,<br />

num incêndio na casa do<br />

marchand Jean Boghici),<br />

“Mulheres com Frutas”,<br />

“Duas Mulatas”. Jorge<br />

Amado (1912-2001),<br />

autor lido em 55 países<br />

e por 49 idiomas<br />

e dialetos diferentes,<br />

responsável por livros<br />

essenciais da brasilida<strong>de</strong>,<br />

como “Gabriela,<br />

Cravo e Canela”, “Tenda<br />

dos Milagres”, “Tieta do<br />

Agreste” e “Jubiabá”.<br />

Os artistas e suas<br />

obras aqui citados, e<br />

outros do gênero, traçam<br />

um Brasil, por assim dizer,<br />

brasileiro. É o país da<br />

mulata, do índio, da floresta,<br />

das praias, do sol,<br />

das frutas, das aves, das<br />

cores, das sensações,<br />

enfim, das nossas coisas.<br />

Toda esta gama <strong>de</strong> elementos<br />

está <strong>de</strong>ntro da<br />

febre pela Pátria Brasilis<br />

que tem feito tremer a<br />

Terra, sendo estudadas<br />

e enaltecidas pelas mais<br />

respeitadas casas <strong>de</strong><br />

moda do mundo.<br />

As Havaianas, como<br />

já ressaltado, são um<br />

símbolo <strong>de</strong>ste bem<br />

sucedido processo. O<br />

Planeta é Brasilei ro, é<br />

Tropical!


circuito arte 78


circuito arte<br />

Oiticica:<br />

o herói,<br />

o marginal<br />

t joana rizério<br />

79<br />

As últimas notícias que recebi sobre Hélio Oiticica,<br />

um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros,<br />

vieram em um correio maldito: um incêndio,<br />

em 2009, <strong>de</strong>struiu, estima-se, 70% <strong>de</strong> sua obra.<br />

As primeiras, entretanto, foram notícias melhores.<br />

Adolescente e sem qualquer repertório <strong>de</strong> arte, em<br />

2005 visitei o Inhotim, museu <strong>de</strong> arte contemporânea<br />

em Brumadinho, Minas Gerais, e vi, pela primeira<br />

e única vez, uma obra <strong>de</strong> Oiticica.<br />

“Cosmococa 5 Hendrix War” é apresentada<br />

numa sala com pouca luz e com sofás e re<strong>de</strong>s para<br />

o público sentar, caixas <strong>de</strong> som po<strong>de</strong>rosas tocando<br />

“Purple Haze”, <strong>de</strong> Jimi Hendrix, e projeções <strong>de</strong> fotos<br />

do músico, Marilyn Monroe e Yoko Ono cobertos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senhos feitos com cocaína. O ambiente faz parte<br />

<strong>de</strong> uma série chamada <strong>de</strong> “Blocos Experiências em<br />

Cosmococa”, todas com trilhas sonoras específicas e<br />

projeções com a droga.


circuito arte 80<br />

O uso da cocaína na obra <strong>de</strong> Oiticica é recorrente<br />

e aparece como símbolo <strong>de</strong> resistência ao imperialismo<br />

americano e em referência à contra-cultura – coisa<br />

que Andy Warhol já tinha feito colorindo Marilyn<br />

e replicando as famosas latas <strong>de</strong> sopa Campbell.<br />

Em todas as Cosmococas – aliás, em quase tudo <strong>de</strong><br />

Oiticica –, o público interage e assim a obra, efêmera<br />

por <strong>de</strong>finição, acontece.<br />

Nascido em berço fértil - o avô, José Oiticica, foi<br />

um conhecido jornalista, anarquista e filólogo; o pai,<br />

José Oiticica Filho, era um dos mais importantes<br />

fotógrafos brasileiros – Hélio teve educação informal,<br />

com aulas particulares ao invés <strong>de</strong> escola. Deixou<br />

o Rio <strong>de</strong> Janeiro para morar com a família em Nova<br />

York aos 10 anos, e na volta, já com quase 20, estudou<br />

pintura e <strong>de</strong>senho. Ele subverte a tela e adota o<br />

ambiente como o suporte <strong>de</strong> sua arte quando funda,<br />

em 1959, o Grupo Neoconcreto com Lygia Clark e<br />

outros importantes artistas da época.<br />

A i<strong>de</strong>ia da arte interativa, fui <strong>de</strong>scobrir mais tar<strong>de</strong>,<br />

era a gran<strong>de</strong> senha pra <strong>de</strong>svendar um pouco da<br />

estética e do jeito <strong>de</strong> pensar <strong>de</strong> Oiticica, que morreu<br />

em 1980. Da interação nasce o termo antiarte, que<br />

Oiticica <strong>de</strong>fine como arte experimental, fora dos<br />

padrões, que transcen<strong>de</strong> o quadro e inva<strong>de</strong> espaços<br />

além <strong>de</strong> museus e galerias. São obras que, sozinhas,<br />

não significam coisa alguma: funcionam apenas com<br />

a presença do espectador. Representa a quebra,<br />

sobretudo, da relação passiva do visitante, costumaz<br />

em tudo que é época.<br />

Os Parangolés são o maior exemplo da arte interativa<br />

<strong>de</strong> Oiticica. São tipos <strong>de</strong> obras para se vestir<br />

ou para se usar como estandarte ou ban<strong>de</strong>ira – só<br />

“viram” arte assim, quando usadas. Na década <strong>de</strong><br />

1960, Oiticica conhece a comunida<strong>de</strong> do Morro da<br />

Mangueira e transforma os integrantes da escola <strong>de</strong><br />

samba em parte <strong>de</strong>ssa obra. A criação seria apresentada<br />

na mostra Opinião 65, no Museu <strong>de</strong> Arte<br />

Mo<strong>de</strong>rna (MAM) do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Mas ao ver o<br />

circo armado – sambistas, instrumentos, passistas,<br />

Parangolés – a direção do MAM resolve expulsar todo<br />

mundo. Reza a lenda que Oiticica aproveitou para<br />

apresentar a obra na rua, obtendo muito mais sucesso<br />

e atenção do que se estivesse do lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro.<br />

SEJA MARGINAL<br />

Nos anos 1970, a imprensa e a polícia carioca<br />

brindavam o episódio final <strong>de</strong> uma história com<br />

meses <strong>de</strong> capítulos: a morte <strong>de</strong> Cara <strong>de</strong> Cavalo,<br />

bandido à La Robin Hood pintado pela mídia como<br />

perigoso por ter supostamente matado um <strong>de</strong>tetive.<br />

Depois <strong>de</strong> histórica perseguição, Cara <strong>de</strong> Cavalo<br />

foi encontrado e morto com mais <strong>de</strong> cem tiros pela<br />

Scu<strong>de</strong>rie Le Coq, organição clan<strong>de</strong>stina criada para<br />

vingar a morte do PM.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scobriu-se que Cara <strong>de</strong> Cavalo não<br />

era o autor do assassinato do <strong>de</strong>tetive. Hélio Oiticica<br />

era amigo do suposto bandido e fez uma homenagem<br />

que, segundo ele, vinha da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “um<br />

momento ético numa socieda<strong>de</strong> que marginaliza e<br />

mata”. A obra Homenagem a Cara <strong>de</strong> Cavalo é uma<br />

caixa com fotografias do jovem morto. Em 1968,<br />

Oiticica complementa a obra com o poema-ban<strong>de</strong>ira<br />

“Seja Marginal, Seja Herói”, que os tropicalistas<br />

Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes usariam<br />

mais tar<strong>de</strong> como pano <strong>de</strong> fundo dos seus shows.


circuito arte<br />

TROPICÁLIA<br />

Duas tendas, cenário<br />

tropical e uma espécie<br />

<strong>de</strong> labirinto com pare<strong>de</strong>s<br />

coloridas, montado<br />

sobre um chão coberto<br />

<strong>de</strong> brita, levam a um<br />

ambiente totalmente<br />

escuro on<strong>de</strong> há uma<br />

televisão sempre ligada.<br />

Era preciso tirar os<br />

sapatos pra entrar no<br />

penetrável Tropicália,<br />

<strong>de</strong> Hélio Oiticica, que<br />

integrou a mostra Nova<br />

Objetivida<strong>de</strong> Brasileira,<br />

exposta no MAM do<br />

Rio em 1967, e mudou<br />

para sempre o rumo da<br />

cultura no Brasil. A obra<br />

era um brado pelo fim<br />

do mito estrangeirizado<br />

da brasilida<strong>de</strong>, que só<br />

existia, como i<strong>de</strong>ia, nos<br />

estereótipos americanos<br />

e europeus.<br />

Caetano Veloso, no<br />

livro Verda<strong>de</strong> Tropical,<br />

conta que a primeira<br />

vez que escutou o nome<br />

Hélio Oiticica foi num<br />

almoço, “na casa <strong>de</strong> não<br />

se sabe quem em São<br />

Paulo”, on<strong>de</strong> pediram<br />

que ele cantasse algumas<br />

<strong>de</strong> suas composições.<br />

Foi aí que ele<br />

entoou “Sobre a cabeça<br />

os aviões/ Sob os meus<br />

pés os caminhões/<br />

Aponta contra os chapadões<br />

meu nariz”, canção<br />

ainda sem título <strong>de</strong>finido,<br />

e impressionou o<br />

fotógrafo e cineasta Luís<br />

Carlos Barreto. O amigo,<br />

que tinha acabado <strong>de</strong><br />

assistir à exposição da<br />

obra Tropicália, insistiu<br />

que Caetano usasse o<br />

mesmo nome. “Eu naturalmente<br />

disse que não,<br />

que não poria o nome da<br />

obra <strong>de</strong> outra pessoa na<br />

minha música”. Na verda<strong>de</strong>,<br />

Caetano não tinha<br />

gostado muito do nome,<br />

mas gostava muito<br />

menos do título Mistura<br />

Fina, único em que tinha<br />

pensado. “Como eu não<br />

achasse nunca um outro<br />

melhor e o disco já estivesse<br />

pronto,Tropicália<br />

ficou e oficializou-se”.<br />

A Tropicália, enquanto<br />

movimento,<br />

começa em uma noite<br />

em 1967, no Festival<br />

<strong>de</strong> Música Popular<br />

Brasileira (programa <strong>de</strong><br />

TV que revelou a maioria<br />

dos artistas consagrados<br />

da MPB, como<br />

Nara Leão, Wilson<br />

Simonal e Elis Regina).<br />

As apresentações<br />

<strong>de</strong> Gilberto Gil, com<br />

Domingo no Parque,<br />

acompanhado <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> orquestra e dos<br />

então “meninos” dos<br />

Mutantes; <strong>de</strong> Tom Zé,<br />

com a emblemática São<br />

Paulo – “São oito milhões<br />

<strong>de</strong> habitantes/ De<br />

todo canto em ação/<br />

Que se agri<strong>de</strong>m cortesmente/<br />

Morrendo<br />

a todo vapor” –; e <strong>de</strong><br />

Caetano, com Alegria,<br />

Alegria, acompanhado<br />

do grupo roqueiro The<br />

81<br />

Beat Boys, marcaram a<br />

gênese do movimento.<br />

A contribuição <strong>de</strong><br />

Oiticica foi além do<br />

simples empréstimo<br />

do nome. Sem <strong>de</strong>us,<br />

<strong>de</strong>mônio ou mártir, o<br />

movimento tropicalista<br />

traduzia o que Oiticica e<br />

outros artistas, estudantes,<br />

jornalistas, pintores,<br />

escultores, compositores<br />

e cineastas <strong>de</strong> sua<br />

época queriam: fazer<br />

arte, já que a experiência<br />

estética era, ela própria,<br />

um instrumento social<br />

revolucionário. A outra<br />

batalha era por construir<br />

uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> real, que<br />

não negava as nossas<br />

araras e bananeiras, mas<br />

ia muito além <strong>de</strong>las.


circuito gourmet 84<br />

A<br />

t nyala cardoso f<br />

natureza<br />

estúdio gato louco<br />

do que vai<br />

à mesa


circuito gourmet<br />

O Chef Beto Pimentel<br />

tem uma presença <strong>de</strong><br />

espírito tão gostosa<br />

quanto as maravilhas<br />

que ele põe à mesa, para<br />

a <strong>de</strong>lícia <strong>de</strong> quem tenha<br />

o prazer <strong>de</strong> saboreá-las.<br />

Boa praça, divertido e <strong>de</strong><br />

bem com a vida, o garoto<br />

<strong>de</strong> 79 anos levanta cedo<br />

e se mete no pomar, aos<br />

fundos do restaurante<br />

que mantém há mais<br />

<strong>de</strong> 20 anos no bairro do<br />

Cabula, para fazer o que<br />

mais gosta: colher os<br />

bons frutos do que tem<br />

plantado ao longo <strong>de</strong>sses<br />

anos todos.<br />

Marcamos a entrevista<br />

numa quarta-feira,<br />

quase fim <strong>de</strong> tar<strong>de</strong>, tentando<br />

fugir do inevitável<br />

e bem-vindo alvoroço<br />

dos meios-dias, quando<br />

o Paraíso Tropical fica<br />

repleto <strong>de</strong> paladares<br />

ansiosos, fazendo filas<br />

na rua. Sentamos lá nos<br />

fundos, entre as plantas<br />

da chácara do restaurante,<br />

on<strong>de</strong> estão alguns<br />

dos cerca <strong>de</strong> 35 mil pés<br />

<strong>de</strong> plantas que Beto<br />

cultiva– os outros ficam<br />

na sua fazenda em Bom<br />

Jesus dos Pobres, na região<br />

do Recôncavo, lugar<br />

<strong>de</strong> refúgio do chef.<br />

Antes <strong>de</strong> qualquer<br />

pergunta, Beto me <strong>de</strong>u<br />

uma frutinha: “coma<br />

isso!”. O Achachairú é<br />

um pequeno fruto <strong>de</strong> cor<br />

alaranjada e polpa branca<br />

e suculenta. Pequeno<br />

no tamanho, mas <strong>de</strong><br />

sabor imenso. E assim<br />

abrimos a entrevista e<br />

o apetite, passeando<br />

pelo pomar, entre uma<br />

agradável conversa e<br />

<strong>de</strong>liciosas <strong>de</strong>gustações<br />

in natura.<br />

85


circuito gourmet 86<br />

“Essa aqui, menina,<br />

é a Fruta do Milagre.<br />

Tem um fruto vermelho<br />

e tão doce, que se<br />

você chupar um limão<br />

<strong>de</strong>pois, ele também fica<br />

doce!”. Beto parecia um<br />

alquimista, revelando os<br />

mistérios da natureza.<br />

Provei uma florzinha <strong>de</strong><br />

cor rosa pink, que mais<br />

tar<strong>de</strong> coloriu a surpreen<strong>de</strong>nte<br />

moqueca <strong>de</strong> camarão.<br />

A flor tinha gosto<br />

<strong>de</strong> vinagre e Beto explicou<br />

que a usa para dar o<br />

sabor acre dos molhos:<br />

“não uso nada industrializado,<br />

aproveito os sabores<br />

característicos das<br />

plantas para temperar a<br />

minha comida”. É assim<br />

com o <strong>de</strong>ndê e o leite <strong>de</strong><br />

cocô, tudo natural. Até<br />

a água que ele cozinha<br />

não tem cloro: é agua<br />

<strong>de</strong> coco ver<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>ndê<br />

ele espreme do próprio<br />

fruto direto na panela,<br />

no finalzinho do preparo,<br />

para que o calor do<br />

fogo não transforme o<br />

alimento em triglicerí<strong>de</strong>o,<br />

um veneno para o<br />

organismo. “Assim como<br />

o amor, a gastronomia<br />

<strong>de</strong>ve ser permeada pela<br />

consciência. Amor inconsequente<br />

é pior que<br />

não ter amor”, afirma o<br />

chef, casado com a bela<br />

e simpática fisioterapeuta<br />

Luzia Silva.<br />

O fascínio e respeito<br />

pela natureza é herança<br />

do pai, Luiz Pimentel,<br />

que saía mata a<strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> suas terras plantando<br />

<strong>de</strong> tudo e já naquela<br />

época se posicionava<br />

contra o <strong>de</strong>smatamento<br />

e a favor da preservação<br />

da natureza. “Ai<br />

<strong>de</strong> quem tirasse uma<br />

árvore das margens do<br />

rio!”, lembra Beto. A<br />

paixão pela gastronomia<br />

aconteceu por acaso, quando Beto fazia Agronomia<br />

em Piracicaba, interior <strong>de</strong> São Paulo, e cozinhava, por<br />

sauda<strong>de</strong>, alguns quitutes baianos para os colegas. O<br />

dom natural foi revelado e Beto começou a ganhar<br />

dinheiro com suas receitas, fazendo jantares <strong>de</strong><br />

aniversário até nas cida<strong>de</strong>s vizinhas. “Mas eu estava<br />

às cegas, naquela época não havia faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gastronomia<br />

e eu queria enten<strong>de</strong>r como o alimento funcionava<br />

no nosso organismo. Aproveitei que minha<br />

mãe foi passar um ano na França, fui com ela e me<br />

especializei em química alimentar”, conta.<br />

Beto foi se alimentando <strong>de</strong> diversos cursos na área<br />

da gastronomia, como apicultura, piscicultura e floricultura,<br />

até se tornar um exímio mestre na arte da<br />

culinária. Hoje o Paraíso Tropical é o único restaurante<br />

no Brasil premiado pelo prestigiado Le Cordon<br />

Bleu <strong>de</strong> Paris e o único sul-americano que ganhou o<br />

prêmio <strong>de</strong> gastronomia da FITUR (Feira Internacional<br />

<strong>de</strong> Turismo), em Madrid.<br />

A cozinha <strong>de</strong> Beto Pimentel é feita, predominantemente,<br />

com as maravilhas da flora brasileira. São<br />

inúmeras plantas, flores e frutos sazonais que dão<br />

cor e sabor às imprevisíveis receitas do chef, numa<br />

espécie <strong>de</strong> ‘culinária tropical consciente’. Para Beto,<br />

um país com a dimensão territorial do Brasil, com a<br />

fantástica diversida<strong>de</strong> que nós temos, não precisa<br />

passar a vida sendo papel carbono do primeiro mundo.<br />

Segundo ele é preciso, aí sim, apren<strong>de</strong>r a técnica<br />

<strong>de</strong>les, que é milenar: “centenas <strong>de</strong> chefes passaram<br />

a vida inteira <strong>de</strong>senvolvendo técnicas maravilhosas<br />

para te dar <strong>de</strong> mão beijada. Você apren<strong>de</strong>, agra<strong>de</strong>ce<br />

e modifica”, pon<strong>de</strong>ra.<br />

Não há como não se encantar ainda mais pela<br />

natureza e pela agricultura quando se caminha<br />

pelos quintais <strong>de</strong> Beto. A cada planta, uma divertida<br />

<strong>de</strong>scoberta. A Sapota Negra, um caqui selvagem <strong>de</strong><br />

polpa negra e muito doce, foi presente do embaixador<br />

do México. A folha da “Menta Verda<strong>de</strong>ira”,<br />

divulgada pelo chef como “a planta pra namorar”,<br />

refresca o hálito como uma pastilha <strong>de</strong> menta<br />

mesmo. Tudo cultivado <strong>de</strong> maneira orgânica,<br />

sem agrotóxicos ou aditivos. “Quem <strong>de</strong>ra a gente<br />

pu<strong>de</strong>sse abastecer o mundo apenas com produtos<br />

orgânicos!”, lamenta Beto, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira<br />

enérgica um controle <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> mais expressivo,<br />

por parte do governo. Viúvo <strong>de</strong> quatro mulheres<br />

e pai <strong>de</strong> 23 filhos, Beto se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>: “Ah, minha filha,<br />

naquela época eu não tinha consciência, não. Eu<br />

queria era povoar o mundo!”.


circuito confete<br />

1 3<br />

Um brin<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>sign!<br />

o circuito <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>coração premiou os arquitetos do 2º e 3º semestres do ano <strong>de</strong><br />

2012 em duas noites que brindaram a <strong>de</strong>coração baiana em gran<strong>de</strong> estilo!<br />

4 5<br />

1 Tania Dias 2 Kaka Bulhosa 3 Camila Mariana 4 Ana Paula Nonato 5 Paulo Fonseca<br />

2<br />

91


circuito confete 92<br />

6<br />

9<br />

6 Naissa Vieiralves e Roberto Leal Neto 7 Fatima Romeu e Rosario Calmon 8 Vanja Maia 9 Wilna Carneiro e Emerson Carvalho<br />

10 Luiz Claudio Souza e Gabriel Magalhães<br />

7<br />

8<br />

!0


circuito confete<br />

!1<br />

!2<br />

!4<br />

11 Eliane Kruschewsky 12 Cátia Bacellar 13 Paula Brandão e Eduardo Schnitman 14 Inez Fraguas Fraga e Danilo Fraga 15 Flávio Moura<br />

e Nádia Taquary<br />

!3<br />

!5<br />

93


circuito confete 94<br />

!6 !7<br />

!8 !9<br />

@0<br />

16 Simone Drouillard e Andrea Sá 17 Mila Saraiva e Maurício D’Ávila 18 Marcia Amaral, Daidone Junior e Regi Amaral 19 Indayá São Bernardo<br />

20 Isa Brandão, Vanja Maia, Monicka Daniela e Cristina Camerino


circuito confete<br />

@1<br />

@3<br />

@5<br />

21 Marcos Renê e José Amâncio 22 Paula Moura e Paulo Guimarães 23 Rodrigo Poegere e Daniela Silvany 24 Joane Freitas, Andrea Velame e<br />

Lucinha Santanna 25 Elio Marques e Lorena Landim 26 Thais Abreu e Vitor Brasileiro<br />

@2<br />

@4<br />

@6<br />

95


Envidraçamento, vidros e espelhos<br />

Marcenaria<br />

Iluminação<br />

Objetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração<br />

Construção<br />

Pisos e revestimentos<br />

Papel <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />

Tecidos, carpetes e tapetes<br />

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7 8 9<br />

19<br />

31<br />

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DO 2˚ TRIMESTRE DE 2012<br />

20<br />

32<br />

21<br />

33<br />

10<br />

2° trimestre 1 Tânia Elizário e Clarissa Broad 2 Eliane Kruschewsky<br />

3 Carla Pires 4 Carla Ribeiro e Paula Moura 5 Paulo Andra<strong>de</strong> e Paulo<br />

Melo 6 Ana Comini 7 Kellen Do Azevedoo e Joel Do Aseveedo<br />

8 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 9 Inez Fraguas 10 Camilo<br />

Baiardi 11 Liane Canário e Viviane Rêgo 12 Bianca Coelho e Janice Abreu<br />

13 Simone Selem e Gizelia Souto 14 Cristina Camerino e Vanja Maia<br />

15 Márcia Ban<strong>de</strong>ira e Indayá Duarte 16 Mário Figueiredo 17 Thais<br />

Abreu 18 Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza 19 Margareth Britto<br />

20 Vanja Paes Coêlho 21 Mila Saraiva 22 Fátima Romeu e Rosário<br />

Calmon 23 Paulo Bran<strong>de</strong>nburg 24 Cássia Paixão 25 Cátia Bacellar<br />

26 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila Mariano e Marcus Rolim<br />

27 Verana Souto 28 Maristela Bernal 29 Kaká Bulhosa 30 Márcia Amaral e<br />

Regi Amaral 31 Monicka Daniela Loureiro 32 Ana Paula Rios e Lilian Mota<br />

33 Bruno Coelho<br />

11<br />

22 23 24<br />

12


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Grupo AV | Foto Marcelo Negromonte

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