UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA BASEADA EM ... - CIMM
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A análise dos questionários mostrou, relativamente à aplicação de 2006, uma melhor<br />
compreensão do aluno sobre os novos conceitos e uma maior facilidade em se expressar por meio de<br />
uma linguagem um pouco mais rigorosa. Contudo, apesar de terem sido mescladas, durante todo o<br />
ano, as linguagens intuitiva e formal, não se pôde alcançar o nível de generalidade desejado, o qual se<br />
refere à definição da integral de funções descontínuas em pontos isolados. Para se atingir este<br />
objetivo, seriam necessários conhecimentos de supremos, ínfimos e sequências numéricas. Tais<br />
noções não puderam ser abordadas, devido ao pouco tempo de ensino para a grande quantidade de<br />
conteúdo.<br />
Portanto, uma análise da experimentação de 2008 aponta para a necessidade de modificações na<br />
sequência visando outra aplicação, o que caracteriza o processo de realimentação.<br />
A construção, a experimentação e uma análise da sequência de 2008 estão descritas de forma<br />
mais minuciosa em Barroso, 2009.<br />
8. Conclusão<br />
Restringindo-se ao âmbito no qual foi aplicada a seqüência, pode-se concluir que os alunos têm<br />
conhecimentos deficientes sobre conteúdos relativos à medida, o que pode contribuir para a<br />
formação de pseudo-concepções relativas ao conceito de integral.<br />
Antes da elaboração da seqüência, previsões sobre as possíveis dificuldades que os alunos<br />
poderiam encontrar para compreender determinados conteúdos foram consideradas, tais como a<br />
construção de uma medida fracionária ou irracional, a partir de uma unidade de medida padronizada.<br />
Entretanto, a análise dos resultados da experimentação permitiu identificar que outros conteúdos,<br />
considerados adquiridos, podiam-se constituir em obstáculos para a aprendizagem do conceito de<br />
integral, como, por exemplo, a atribuição de um valor negativo para uma medida geométrica.<br />
Com informações deste tipo, por um lado, o professor pode melhorar o seu ensino sobre<br />
integral, organizando-o para que o aluno supere as dificuldades detectadas. Sob outra perspectiva, o<br />
aluno, participando ativamente da seqüência, pode eventualmente corrigir erros conceituais dos<br />
quais, talvez, não tenha ainda consciência.<br />
Pela ótica do professor/pesquisador, é possível realimentar a seqüência e reaplicá-la,<br />
enriquecendo-a a cada análise e contribuindo, assim, com um melhor ensino/aprendizagem deste<br />
conceito.<br />
Enfatiza-se que o objetivo da seqüência não é que o aluno adquira o conceito de integral em<br />
apenas três ou quatro sessões, mas o de sedimentar conhecimentos introdutórios que poderão servir<br />
de alicerce para o aprendizado de outros conceitos, seguramente mais complexos, que serão<br />
explorados consecutivamente.<br />
Do ponto de vista da dinâmica de sala de aula, a aplicação da seqüência aqui proposta mostrou<br />
vantagens comparativas à praticada no ano anterior, 2005, para alunos do mesmo curso, na mesma<br />
instituição e pelo mesmo professor. Na ocasião, após uma apresentação expositiva, com a elaboração<br />
de vários gráficos, pediu-se aos alunos para calcular as somas de Riemann relativas a algumas<br />
partições, tarefa à qual nenhum deles se dispôs a realizar, nem com o auxílio de máquinas de<br />
calcular. Já na atual seqüência, onde os exercícios práticos fazem parte natural do desenrolar da aula,<br />
os alunos realizaram, sem relutância, as atividades planejadas com o programa GeoGebra. Pode-se<br />
supor que o fato de ter sido estabelecido, com antecedência, o papel de cada um na aplicação da<br />
seqüência contribuiu para a mudança de postura dos alunos.<br />
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