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UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA BASEADA EM ... - CIMM

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<strong>UMA</strong> <strong>SEQUÊNCIA</strong> <strong>DIDÁTICA</strong> <strong>BASEADA</strong> <strong>EM</strong><br />

REALIMENTAÇÃO PARA O ENSINO DA INTEGRAL<br />

Natália Maria Cordeiro Barroso<br />

Universidade Federal do Ceará, UFC<br />

Brasil<br />

natalia@ufc.br<br />

José Marques Soares<br />

Universidade Federal do Ceará, UFC<br />

Brasil<br />

marques@ufc.br<br />

João César Moura Mota<br />

Universidade Federal do Ceará, UFC<br />

Brasil<br />

mota@gtel.ufc.br<br />

Hermínio Borges Neto<br />

Universidade Federal do Ceará, UFC<br />

Brasil<br />

herminio@multimeios.ufc.br<br />

Luciana Lima<br />

Universidade Federal do Ceará, UFC<br />

Brasil<br />

proluli@gmail.com<br />

Resumo<br />

A integral de Riemann se constitui em um objeto matemático rico em significados e<br />

aplicações. Muitos estudantes, após estudá-la, associam-na, apenas, ao cálculo de<br />

primitivas. Neste artigo, propõe-se uma seqüência didática para introduzir o seu ensino,<br />

cuja elaboração considerou suas origens históricas relacionadas ao cálculo de medidas de<br />

regiões planas. Pretende-se, assim, associar o conceito de integral aos conhecimentos<br />

prévios dos alunos sobre medidas de segmentos e regiões planas. A seqüência foi dividida<br />

em três fases: na primeira, apresentam-se as origens históricas da integral; na segunda, o<br />

aluno é levado a se familiarizar com este conceito auxiliando-se em um programa<br />

computacional; na terceira, conteúdos abordados nas fases anteriores são<br />

institucionalizados. A seqüência foi aplicada a uma turma de estudantes de primeiro ano<br />

de engenharia e a análise dos resultados é aqui apresentada. Com base nesta análise, a<br />

sequência foi modificada e reaplicada a outra turma de primeiro ano de engenharia.<br />

Palavras-chave: Seqüência Didática, Integral, instrumentação, realimentação.<br />

1. Introdução<br />

O conceito de um objeto matemático não se reduz a uma definição. Envolve todo um contexto de<br />

situações criadoras de significados. Em muitos casos, a definição de uma noção só é consolidada<br />

após séculos de trabalho intelectual realizado sobre tal noção.


O conceito de integral, por exemplo, se constitui em um objeto matemático rico em<br />

significados e aplicações, cuja origem remonta à época de Arquimedes, séc. III, a.C. (Shenitzer e<br />

Steprans, 1994), mas cuja definição foi, historicamente, consolidada por Riemann no séc. XIX 1 . Na<br />

verdade, o conceito de integral continua a se expandir, devido, principalmente, à necessidade teórica<br />

de se elaborarem definições mais abrangentes, como a Integral de Lebesgue, no início do séc. XX, e<br />

outros tipos de integrais.<br />

O estudante brasileiro é levado a pensar que o seu primeiro contato com a noção de integral de<br />

Riemann 2 se inicia na universidade. Porém, já na escola, o conceito de integral vem sendo construído<br />

por ocasião, dentre outros, do ensino do conceito de medida de comprimentos.<br />

Com a prática de ensino, constata-se a dificuldade dos estudantes de primeiro ano universitário<br />

em compreender este conceito. No ano seguinte, a representação que muitos deles têm sobre a noção<br />

de integral está associada, em geral, ao cálculo da integral indefinida de um polinômio. Ou seja, a<br />

integral é reduzida a uma ferramenta para o cálculo de uma primitiva.<br />

Apresenta-se, neste artigo, uma seqüência 3 de ensino para a introdução do conceito de integral<br />

na qual ele é abordado de forma mais abrangente. A integral é considerada, em princípio, como uma<br />

extensão da medida de regiões do plano euclidiano para a medida de regiões do plano cartesiano e<br />

um caso particular do Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) surge como solução de um problema<br />

a ser resolvido pelos alunos.<br />

A apresentação da seqüência e a sua aplicação foram divididas em sete seções: na Seção 2,<br />

constam os objetivos e a contextualização da seqüência; a Seção 3 apresenta a metodologia de<br />

aplicação da seqüência; na Seção 4, detalha-se a seqüência de ensino dividida em três fases; a Seção<br />

5 descreve o cenário e o desenvolvimento de uma experimentação realizada em 2006 com estudantes<br />

de primeiro ano; na Seção 6, é feita uma análise dos resultados e das fases da seqüência; a Seção 7<br />

trata da reaplicação da sequência em 2008, a qual foi concebida após modificações oriundas da<br />

análise da experimentação de 2006; finalmente, apresentam-se as conclusões e as perspectivas deste<br />

trabalho na Seção 8.<br />

2. Objetivos e contextualização<br />

Em geral, livros-texto de Cálculo diferencial e Integral (CDI) adotados no Brasil (Finney, 2004;<br />

Leithold, 1994) começam abordando a integral de uma função como uma anti-derivada. Logo em<br />

seguida, algumas técnicas de integração são consideradas. O cálculo de uma área aparece em um<br />

capítulo posterior como uma aplicação da integral e do TFC e sabe-se que esta ordem é contrária ao<br />

que ocorreu historicamente.<br />

O objetivo deste trabalho é propor uma seqüência de ensino para a introdução do conceito de<br />

integral, fundamentada em sua origem histórica, vinculada à busca de solução para a medida de<br />

regiões do plano. Questão, esta, crucial e que está na base do cálculo integral (Courant, 1969).<br />

Pretende-se, desta maneira, associar o conceito de integral aos conhecimentos prévios dos alunos de<br />

1 Riemann está representando aqui alguns de seus contemporâneos como Cauchy, Darboux, etc.<br />

2 Considera-se, neste texto, a integral de Riemann como a integral definida de uma função real, limitada, em um intervalo<br />

fechado.<br />

3 Utiliza-se aqui o termo seqüência de maneira mais geral, não exatamente como uma das fases de uma engenharia<br />

didática, como proposta por Artigue (1989).<br />

2


primeiro ano universitário sobre medidas de segmentos e de regiões planas. A seqüência prevê que<br />

os alunos sejam confrontados com problemas de cálculo de um valor aproximado para a medida de<br />

subconjuntos do plano cartesiano por meio das somas de Riemann. Eles devem verificar, também,<br />

que pelas somas de Riemann não é possível medir todos os subconjuntos do plano, dentre outros<br />

problemas citados em outras seções deste documento. Espera-se, assim, que os alunos adquiram<br />

conhecimentos mais significativos sobre o conceito de integral e não o reconheçam apenas como<br />

uma particularidade do TFC que, na verdade, só se aplica a um número restrito de casos.<br />

A elaboração de uma seqüência de ensino de um determinado conteúdo é direcionada a um<br />

público com características adequadas a sua aplicação. Para obter resultados favoráveis, é necessário<br />

que sejam considerados os conhecimentos prévios dos estudantes a quem é destinada a seqüência e<br />

estabelecer os elos entre estes conhecimentos e aqueles que se pretende ensinar (Novak e Cañas,<br />

2006).<br />

A seqüência proposta neste trabalho considera, inicialmente, o perfil dos estudantes do<br />

primeiro ano do curso de graduação em Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do<br />

Ceará, UFC, no período letivo de 2006.<br />

Uma avaliação/diagnóstico, realizada no início de 2006, dos conhecimentos prévios destes<br />

estudantes sobre o conceito de função e os conteúdos recém estudados na universidade foram<br />

também fundamentais para a elaboração da seqüência.<br />

Visando reaplicar a sequência aqui descrita, fez-se uma análise da experimentação de 2006 e,<br />

após alterações significativas, ela foi reaplicada em 2008.<br />

3. Metodologia<br />

A metodologia utilizada neste trabalho é baseada na construção do conhecimento, motivando o aluno<br />

a compreender o conceito de integral por meio da aplicação de uma seqüência de ensino dividida em<br />

três fases. Na primeira fase, são apresentadas as origens históricas do conceito de integral com o<br />

objetivo de despertar a curiosidade e o interesse dos alunos, levando-os a fazer conexões eventuais<br />

com conhecimentos que foram adquiridos anteriormente, de maneira mecânica, como é o caso da<br />

área do círculo. Na segunda fase, o aluno é levado, por intermédio de um programa de computador, a<br />

melhor se familiarizar com o conceito de integral por meio da execução de um conjunto de<br />

exercícios práticos, sem exposições predefinidas e demonstrações controladas pelo professor.<br />

Somente na terceira fase, quando o aluno já possui noções sobre o conceito de integral de maneira<br />

informal, é realizada uma formalização dos conteúdos trabalhados nas fases anteriores. A Figura 1<br />

sintetiza estas três fases.<br />

1a. fase:<br />

Apresentação das<br />

origens do conceito de<br />

integral.<br />

2a. fase:<br />

Construção do<br />

conceito por meio de<br />

exercícios.<br />

3a. fase:<br />

Formalização do<br />

conceito de integral.<br />

Figura 1: As três fases da seqüência para a introdução do ensino de Integral.<br />

3


3.1. Organização do Experimento e Recursos Utilizados<br />

O experimento é organizado em três sessões 4 de 2 horas-aula cada, correspondentes às três fases da<br />

seqüência. Na primeira, utilizam-se transparências eletrônicas, pincel e quadro convencionais. A<br />

filmagem da primeira sessão permite uma melhor análise do comportamento dos alunos. Para os<br />

exercícios da segunda sessão, utiliza-se um programa de computador, descrito na próxima subseção.<br />

Realiza-se a terceira sessão em sala de aula, quando se espera que os alunos manifestem as<br />

dificuldades encontradas na resolução dos exercícios da sessão anterior.<br />

3.2. Exercícios com o apoio de um programa de computador<br />

Vários estudos indicam que alguns estudantes podem melhorar o resultado de seu aprendizado por<br />

meio de atividades realizadas em ambientes computacionais adaptados para este fim (Borges e<br />

Santana, 2000; Artigue, 2002). A dinâmica da utilização de um programa de computador pode<br />

motivar o estudante a experimentar, a procurar estratégias para a resolução de problemas de<br />

matemática.<br />

No caso específico do ensino/aprendizado do conceito de integral, o uso de uma ferramenta é<br />

extremamente adequado, pois, em geral, ao introduzir este conceito, o professor (e não o aluno)<br />

começa com quadro e pincel, sozinho, elaborando vários gráficos de uma mesma região limitada por<br />

curvas e subdividida em retângulos. Como na criação de um desenho animado, ele representa a<br />

mesma região preenchida por um maior número de retângulos e assim os gráficos vão se sucedendo,<br />

enquanto a classe apenas acompanha a passagem do filme em câmera muito lenta. Poder-se-ia propor<br />

ao professor fazer uma apresentação apenas por transparências para evitar este “desperdício” de<br />

tempo e de trabalho manual. Porém, além de, neste caso, ele já levar as construções prontas, tudo<br />

acontece tão rápido que o aluno não consegue acompanhar os detalhes de uma aula assim 5 .<br />

Para a realização da segunda fase da seqüência, propõe-se o programa GeoGebra, um software<br />

de Geometria Dinâmica, livre, que pode ser instalado em qualquer computador ou acessado a<br />

qualquer momento pela Internet pelo endereço www.geogebra.at. Por apresentar uma interface<br />

simples e de fácil utilização pelo usuário, o GeoGebra pode contribuir para facilitar o<br />

desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos de uma maneira mais uniforme por meio da<br />

vinculação e da interligação entre os aspectos algébricos e geométricos utilizando, para isto, a<br />

dinamicidade nas transformações gráficas realizadas pelo próprio usuário.<br />

Usando o GeoGebra para resolver situações/problema propostas pelo professor para o<br />

aprendizado do conceito de integral, o próprio estudante elabora gráficos, partições, realiza cálculos<br />

de somas inferiores ou superiores, representa-as graficamente por meio do programa, enfim,<br />

experimenta, investiga. O processo é dinâmico e o estudante não espera, ele faz acontecer.<br />

Para se trabalhar com a noção de Integral, o GeoGebra oferece a possibilidade de visualização<br />

dos retângulos relacionados com as somas superiores ou inferiores de uma função, além de efetuar o<br />

cálculo destas somas. Para isso, dada uma função f(x) e informado o intervalo [a, b] de integração,<br />

bem como o número n desejado de subdivisões deste intervalo, podem-se calcular a soma inferior e a<br />

soma superior desta partição a partir do uso dos comandos específicos no campo de entrada de<br />

dados: SomaInferior[f,a,b,n] e SomaSuperior[f,a,b,n]. Além disso, os retângulos relacionados são<br />

4 A palavra sessão está associada ao número de duas horas-aula previsto para a aplicação de cada fase.<br />

5 Comentário de um grupo de alunos que declararam preferir o quadro e o pincel às transparências.<br />

4


epresentados graficamente. Apresenta-se na figura 2 uma ilustração, feita no GeoGebra, dos<br />

conteúdos envolvidos no cálculo de uma soma inferior relativa à função f(x) = x 2 +1 no intervalo [0,4].<br />

Figura 2: Soma Inferior da função f(x) = x 2 +1 no intervalo [0,4], subdividido<br />

em oito subintervalos.<br />

Pode-se também utilizar o comando Integral[f,a,b] diretamente no campo de entrada de dados<br />

e visualizar os resultados algébricos e geométricos em suas respectivas janelas de apresentação.<br />

3.3. Mecanismos de Avaliação do Aprendizado<br />

Na segunda fase, o estudante recebe uma lista de problemas que devem ser resolvidos com a<br />

utilização do GeoGebra. A solução da lista deve ser entregue ao professor na aula seguinte.<br />

É feita uma análise dos resultados desta lista na qual se verifica se os estudantes são capazes de<br />

adaptar seus conhecimentos antigos sobre função e aqueles adquiridos no primeiro semestre da<br />

universidade sobre limite, continuidade e derivada para a resolução de problemas que envolvem as<br />

noções exploradas na fase precedente.<br />

Faz-se, também, um paralelo entre o ensino realizado no ano anterior para a introdução do<br />

conceito de integral e o ensino realizado por meio da seqüência aqui proposta.<br />

Entretanto, é importante que se tenha em mente que, como afirma Aline Robert (1992), não se<br />

pode testar diretamente se a aplicação de um determinado ensino foi responsável pela evolução do<br />

aprendizado. Dessa maneira, as análises dos resultados obtidos com o emprego da seqüência<br />

proposta levam também em conta a experiência anterior do professor em sala de aula e a comparação<br />

subjetiva com turmas precedentes do mesmo curso (em nosso caso, alunos do curso de Engenharia<br />

de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará) que passaram por preparação durante o ensino<br />

médio e seleção no vestibular em condições muito semelhantes.<br />

4. Seqüência de ensino para a introdução do conceito de<br />

integral<br />

Cada uma das fases da seqüência de ensino para a introdução do conceito de integral é apresentada<br />

detalhadamente nas próximas subseções.<br />

5


4.1. Primeira Fase<br />

Na primeira fase, é realizado um apanhado histórico sobre as origens do conceito de integral sob uma<br />

perspectiva de resolução de problemas de medida. O objetivo desta fase é introduzir o conceito de<br />

integral partindo do “início”, de uma epistemologia histórica, até uma situação concreta da<br />

Geometria Analítica que levou à procura por um método mais geral para o cálculo de área. Pretendese<br />

fazer uma conexão entre o conceito de medida de comprimento, medida de regiões do plano<br />

euclidiano e, finalmente, uma medida de regiões do plano cartesiano realizada por meio das somas de<br />

Riemann.<br />

Recorrendo a transparências previamente preparadas, sem deixar de lado o quadro branco e o<br />

pincel, considera-se uma unidade de medida padronizada pelos alunos, questiona-se sobre a<br />

construção da medida de um comprimento como múltiplo inteiro da unidade, um comprimento<br />

fracionário, um irracional e sobre a impossibilidade de se construírem certas medidas.<br />

Neste contexto, as medidas de comprimentos devem ser “expandidas” para as medidas de<br />

regiões planas. Questionamentos sobre como medir regiões planas, quais as origens das fórmulas<br />

conhecidas de medidas de área e sobre se mudanças nas unidades padronizadas de medidas<br />

causariam mudanças nas fórmulas atuais são também discutidos. As definições básicas de partição,<br />

refinamento de uma partição, somatório, soma inferior, soma superior são consideradas pelo<br />

professor para, finalmente, definir-se a integral de Riemann como o limite das somas superiores, no<br />

caso de existir este limite e de ser igual ao limite das somas inferiores, caso este exista (Lima, 2000).<br />

Embora o ensino, nesta fase, seja mediado pelo professor com o uso de slides, quadro e pincel,<br />

em todos os momentos, a participação do aluno deve ser incentivada por intermédio de<br />

questionamentos, em especial contra-exemplos, levantados pelo professor ou pelo próprio aluno.<br />

Em resumo, serão apresentadas e discutidas algumas noções envolvidas na construção do<br />

conceito de integral, procurando-se fazer relações entre os conhecimentos prévios dos alunos, sobre a<br />

noção de medida, e os conhecimentos a serem adquiridos, sobre a noção de integral.<br />

4.2. Segunda Fase<br />

Numa segunda fase, o aluno é confrontado com situações-problema bem contextualizadas. São<br />

deixados inteiramente ao seu encargo o cálculo das somas de Riemann e a resposta a questões<br />

elaboradas com o intuito de introduzir o conceito de integral de forma mais abrangente e menos<br />

engessada.<br />

Neste momento, a classe trabalha em um laboratório usando o programa GeoGebra,<br />

apresentado brevemente na Seção 3.2. Cada estudante recebe uma folha com 5 exercícios que devem<br />

ser resolvidos individualmente utilizando, quando possível, o GeoGebra. Os exercícios são descritos<br />

suscintamente a seguir. Para maiores detalhes, ver Barroso, 2009.<br />

O exercício 1 envolve o cálculo de um valor aproximado, por meio das somas inferiores e das<br />

superiores, para a integral e para a área de uma região limitada por uma função não negativa definida<br />

em um intervalo fechado; o exercício 2 pede para repetir o exercício 1, porém, a função envolvida é<br />

não positiva no intervalo considerado; no exercício seguinte, 3, deve ser calculado um valor<br />

aproximado para a integral e para a área de uma região limitada por uma função que assume tanto<br />

valores negativos quanto positivos. Nos exercícios 2 e 3, respectivamente, o estudante é confrontado<br />

com um problema no qual a integral é negativa e outro no qual ela é nula.<br />

6


Outro exercício, o 4, pede que se calcule a integral da função de Dirichlet D(x), definida por<br />

⎧1,<br />

se x for racional<br />

D(<br />

x)<br />

= ⎨<br />

. A integral de Riemann desta função não existe. Trata-se, portanto, de<br />

⎩0,<br />

se x for irracional<br />

uma situação-problema que foge ao senso comum e que não pode ser resolvida no GeoGebra. Esta<br />

questão tem por objetivo desestruturar a construção da falsa concepção de que é sempre possível<br />

calcular a integral definida de qualquer função.<br />

Por fim, o exercício 5 envolve a demonstração do seguinte corolário do TFC (Lima, 2000), a<br />

qual foi dividida em etapas que incluem o Teorema do Valor Médio (TVM) e o Teorema do<br />

Confronto (também conhecido como Teorema do Sanduíche): Se f : [ a,<br />

b]<br />

→ R é contínua e se F´=<br />

∫<br />

b<br />

f em [a,b], então f ( x)<br />

dx = F(<br />

b)<br />

− F(<br />

a)<br />

.<br />

a<br />

As respostas desses exercícios devem ser entregues na seção seguinte.<br />

Deve-se observar que, excetuando a função de Dirichlet D(x), as funções compreendidas nos<br />

exercícios são contínuas nos intervalos considerados.<br />

Quanto ao professor, nesta fase, ele deve fazer o papel de orientador, não se manifestar de<br />

forma coletiva e interagir com o aluno, a propósito das questões, apenas quando solicitado. Pois, um<br />

dos objetivos desta fase é observar se os estudantes são capazes, de forma autônoma, de usar os<br />

conteúdos explorados na fase anterior para resolver problemas relacionados ao conceito de integral.<br />

Portanto, na análise dos exercícios resolvidos pelos estudantes, pretende-se verificar, após uma só<br />

aula introdutória sobre o conceito de integral:<br />

a) Qual a associação que os estudantes fazem entre área entre curvas e integral;<br />

b) Se os estudantes são capazes de perceber a necessidade de se calcular as somas superiores e as<br />

somas inferiores;<br />

c) Se eles conseguem concluir que uma função limitada e não negativa pode ser não integrável no<br />

sentido de Riemann;<br />

d) Se eles conseguem fazer a ligação entre a derivada e a integral por meio de um exercício dividido<br />

em etapas que envolvem algumas propriedades das funções deriváveis, mais precisamente, um<br />

corolário do TFC;<br />

e) As diferenças no comportamento dos alunos entre a primeira fase, na qual o ensino/aprendizado é<br />

mediado pelo professor usando quadro, pincel e slides, e a segunda fase, na qual o computador<br />

passa a ser o recurso determinante no processo de ensino/aprendizagem.<br />

4.3. Terceira Fase<br />

Em um terceiro momento, os conhecimentos relacionados com a construção da integral que foram<br />

parcialmente trabalhados em contextos particulares, nas sessões anteriores, são institucionalizados<br />

com a participação dos alunos. Para o desenvolvimento desta fase, contando com o envolvimento dos<br />

alunos, é fundamental que eles tenham resolvido a folha de exercícios da fase anterior e que<br />

conteúdos trabalhados durante o ano, como limite, derivada, continuidade, o TVM, o Teorema do<br />

Valor Extremo (TVE), já sejam, pelo menos, mobilizáveis 6 (Robert, 1998) por eles.<br />

6 Um conteúdo é dito mobilizável se, quando ele é identificado, ele é utilizado pelo aluno mesmo que seja necessário<br />

adaptá-lo a um contexto particular.<br />

7


5. Experimentação<br />

5.1. Cenário<br />

A seqüência foi aplicada no segundo semestre do período letivo de 2006, por ocasião da introdução<br />

do conceito de Integral na disciplina de Cálculo Fundamental. Trinta estudantes regulares de<br />

primeiro ano do curso de graduação em Engenharia de Teleinformática participaram da<br />

experimentação.<br />

É importante destacar que, na aula anterior à primeira sessão de aplicação da seqüência, o<br />

professor da disciplina estabeleceu um contrato didático para as aulas seguintes, ou seja, um sistema<br />

de obrigações recíprocas que determinam o que cada parte, o professor e os alunos, tem a<br />

responsabilidade de cumprir, uma perante a outra (Brousseau, 1986). Portanto, os alunos não foram<br />

tomados de surpresa em relação à metodologia proposta.<br />

Três estudantes do Laboratório de Pesquisa Multimeios da UFC<br />

(HTTP://www.multimeios.ufc.br) participaram das duas primeiras sessões para observar o<br />

envolvimento dos estudantes na realização das tarefas, suas participações e o comportamento do<br />

professor ao aplicar a seqüência.<br />

5.2. Desenvolvimento da Experimentação e Observações<br />

Na primeira sessão, o professor apresentou as origens históricas do conceito de integral partindo do<br />

problema de se medir comprimentos até a definição de integral. Foram utilizados quadro, pincel e<br />

transparências como materiais de apoio. A sessão foi filmada.<br />

Os estudantes pareciam bastante concentrados. Mas, participaram timidamente apesar dos<br />

incentivos do professor.<br />

Discutiu-se sobre o problema aparentemente simples de se realizar medidas de comprimentos<br />

até chegar a uma medida não construtível. No início da sessão, um aluno reclamou: “não acredito<br />

que a gente vá voltar para o jardim”. Porém, ao se falar da medida de figuras planas, nenhum deles<br />

soube dar uma justificativa para a área do quadrado de lado um ou para as fórmulas de outras figuras<br />

planas. Alguém comentou: “foi a tia que disse que a fórmula era esta”.<br />

Ainda na primeira sessão, ao se definir partição, soma superior e soma inferior para o cálculo<br />

da área de uma região limitada por curvas, alguns alunos questionaram sobre a necessidade de se<br />

fazer o cálculo dos dois tipos de somas (inferior e superior) se os limites de ambas “sempre”<br />

convergiam para o mesmo valor. A resposta a esse questionamento foi deixada para a sessão<br />

seguinte.<br />

Registram-se algumas intervenções interessantes dos alunos: “a área do quadrado de lado 1 é<br />

igual a 1 porque sempre foi assim e pronto”; “não sei pra que fazer o cálculo dos dois tipos de<br />

somas se no final o resultado é o mesmo”; “porque a área de uma região formada pela união de<br />

duas regiões disjuntas é igual à soma das áreas de cada uma delas?”; “a construção do conceito de<br />

integral está atrelada ao desenvolvimento de vários ramos da matemática, como geometria, álgebra<br />

e teoria dos números”.<br />

Na segunda sessão, os estudantes realizaram atividades individuais utilizando o programa<br />

GeoGebra. Foi deixado um prazo de aproximadamente 15 min para que eles se familiarizassem com<br />

o programa por meio de uma lista de atividades direcionadas para este fim. Aparentemente, nenhum<br />

estudante teve dificuldades em trabalhar com o GeoGebra.<br />

8


Eles receberam uma lista de problemas (já citados no item 3.2) cujas resoluções deveriam ser<br />

entregues na sessão seguinte. Na lista, constam exercícios cujas soluções justificam o cálculo das<br />

somas superiores e das somas inferiores. Como exemplo, cita-se o cálculo do valor aproximado de<br />

uma integral com um erro dado.<br />

O comportamento deles foi inteiramente diferente daquele passivo da sessão anterior.<br />

Observou-se que eles tomaram inteiramente para si as atividades e poucas vezes recorreram ao<br />

professor. Quanto ao professor, ele interagiu individualmente e não coletivamente, quando solicitado.<br />

Porém, procurou não interferir com respostas diretas. Nesta sessão, foi permitido ao estudante<br />

discutir com os colegas que estavam ao lado.<br />

Na terceira sessão, os estudantes participaram bastante da institucionalização dos conceitos<br />

trabalhados nas sessões anteriores, emitindo opiniões e levantando questões sobre os conteúdos que<br />

não tinham sido compreendidos por eles. Sete estudantes não devolveram a lista de exercícios<br />

resolvida. As observadoras não participaram da terceira sessão.<br />

6. Análise dos resultados da lista de problemas e das sessões<br />

Procurando responder às questões levantadas no item 3.2 de forma mais qualitativa, a análise<br />

dos resultados indica que:<br />

a) Para fazer uma relação entre o cálculo da área e a integral, tratando-se de funções que assumem<br />

valores apenas não negativos ou apenas não positivos, mais da metade dos estudantes associou o<br />

valor da área ao módulo da integral. Para uma função que assume tanto valores negativos quanto<br />

positivos, apenas um estudante respondeu que seria necessário fazer o cálculo de duas integrais.<br />

Alguns disseram que a integral é sempre igual à área e, assim, encontraram valores negativos<br />

para a medida de uma região e nulos para a medida de regiões nas quais cabia um quadrado;<br />

b) Valendo-se do cálculo das somas superiores e das somas inferiores, quase todos os estudantes<br />

conseguiram apresentar um valor aproximado, inferior a um erro dado, para o cálculo de uma<br />

integral relativa a uma função não negativa, da seguinte forma: realizaram cálculo de somas<br />

superiores, Sn, e de somas inferiores, sn, para vários valores de n, até que a diferença entre as<br />

somas fosse inferior ao erro dado. Escolheram um número entre Sn e sn para o valor da área<br />

pedido.<br />

Este problema justifica o cálculo de ambas as somas, superior e inferior. Contudo, ao se tratar de<br />

funções não negativas ou que assumem valores negativos e positivos, pouquíssimos conseguiram<br />

encontrar uma solução. Talvez isto represente um reflexo das dificuldades que alguns tiveram<br />

para resolver o item anterior;<br />

c) É surpreendente observar que mais da metade dos estudantes conseguiu concluir que a função<br />

D(x) não é integrável no sentido de Riemann. Eles encontraram valores distintos para o limite das<br />

somas superiores e para o limite das somas inferiores, o que os levou a pensar sobre a não<br />

existência da integral. Pode-se imaginar que o alto índice de acerto neste exercício foi devido ao<br />

fato de as somas superiores e as somas inferiores serem não negativas e constantes, o que facilita<br />

o cálculo do limite. Ressalta-se que, inicialmente, alguns tentaram resolver esta questão no<br />

GeoGebra. Não sendo possível, concluíram-na em casa;<br />

d) Apenas um estudante resolveu o exercício sobre a demonstração de um corolário do TFC.<br />

Porém, ele declarou não ter conseguido sozinho e ter feito uma pesquisa em casa, o que não é<br />

grave. Outro estudante tentou, preencheu a metade das etapas, mas não chegou a nenhuma<br />

conclusão;<br />

9


e) Quanto ao comportamento dos alunos, as diferenças entre as três sessões, que já foram apontadas<br />

no item 5.2, podem ser explicadas. A passividade dos alunos na primeira sessão pode ter sido<br />

devida: ao fato de eles desconhecerem o conteúdo que seria abordado; à presença de uma<br />

filmadora e de pessoas estranhas à sala de aula. Eles mesmos declararam, após algumas aulas,<br />

não se sentir à vontade com a presença das observadoras;<br />

f) Quanto à segunda sessão, eles estavam conscientes de que a aula dependia inteiramente deles.<br />

Logo, assumiram a resolução dos exercícios;<br />

g) Na terceira sessão, no momento da institucionalização, houve uma grande participação.<br />

Provavelmente, por eles já estarem mais familiarizados com os conteúdos novos e terem<br />

resolvido uma lista de exercícios. Percebeu-se que eles estavam muito inseguros sobre a<br />

resolução dos exercícios, logo, eles aproveitaram a sessão para tirar dúvidas.<br />

As observadoras registraram a baixa participação dos alunos na primeira sessão e sugeriram<br />

que o professor se apoiasse com mais freqüência em métodos de ensino, como a Seqüência Fedathi,<br />

cuja idéia central de sua aplicação em sala de aula consiste em conduzir o aluno a vivenciar a<br />

construção do conhecimento matemático. Informações detalhadas sobre a Seqüência Fedathi podem<br />

ser encontradas em Borges Neto e Santana (2001). Elas consideraram, contudo, que a forma como<br />

foram organizados os conteúdos na primeira sessão prendeu a atenção dos alunos.<br />

7. Reaplicação em 2008<br />

Uma análise minuciosa da sequência de 2006 revelou algumas dificuldades na compreensão do<br />

conceito de integral devido a uma falta de domínio dos alunos relativamente aos demais conceitos de<br />

CDI: limite, continuidade e derivada.<br />

Com base nessa análise, reconstruiu-se, em 2007/2008, a sequência didática para o ensino de<br />

integral em que modificações foram aportadas, não apenas à sequência, mas ao próprio ensino dos<br />

demais conceitos de CDI, tais como: a adoção da definição formal de limite, a qual apresenta uma<br />

visão mais geral do CDI, menos restrita a técnicas e métodos de resolução de problemas; dar um<br />

maior destaque ao ensino do conceito de continuidade, o qual permite que algumas falsas concepções<br />

relativas ao conceito de integral sejam contornadas, como, por exemplo, a idéia de que toda função<br />

tem primitiva; fazer a abordagem inicial do conceito de derivada por meio de sua definição formal<br />

como um limite, sendo estudadas suas diversas representações em um momento posterior.<br />

A sequência foi reaplicada no segundo semestre de 2008 a uma turma de alunos do primeiro ano<br />

do curso de Engenharia de Teleinformática, submetidos, durante todo o ano, a um ensino em que se<br />

procurou entrelaçar as linguagens natural e formal, alternando-se entre significado e rigor,<br />

considerados interdependentes e não dissociados. Neste sentido, tomou-se também como referência o<br />

livro do Apostol (1967), o qual apresenta um tratamento mais rigoroso do CDI.<br />

Tecem-se algumas considerações sobre esta reaplicação: aumentou-se o número se sessões de<br />

três para quatro; com o objetivo de atingir um nível mais completo de conhecimento (Mach, 1908), a<br />

primeira seção tratou de uma abordagem histórico-epistemológica mais abrangente da integral<br />

envolvendo discussões de diversos problemas matemáticos que contribuíram para a evolução deste<br />

conceito; novamente, optou-se pelo GeoGebra para uma melhor familiarização do aluno com as<br />

novas noções, porém, os exercícios propostos foram modificados; para se ter um melhor controle<br />

sobre a compreensão do aluno, em cada sessão, foi entregue um questionário relativo ao conteúdo<br />

abordado, o qual era recebido pelo professor na sessão seguinte.<br />

10


A análise dos questionários mostrou, relativamente à aplicação de 2006, uma melhor<br />

compreensão do aluno sobre os novos conceitos e uma maior facilidade em se expressar por meio de<br />

uma linguagem um pouco mais rigorosa. Contudo, apesar de terem sido mescladas, durante todo o<br />

ano, as linguagens intuitiva e formal, não se pôde alcançar o nível de generalidade desejado, o qual se<br />

refere à definição da integral de funções descontínuas em pontos isolados. Para se atingir este<br />

objetivo, seriam necessários conhecimentos de supremos, ínfimos e sequências numéricas. Tais<br />

noções não puderam ser abordadas, devido ao pouco tempo de ensino para a grande quantidade de<br />

conteúdo.<br />

Portanto, uma análise da experimentação de 2008 aponta para a necessidade de modificações na<br />

sequência visando outra aplicação, o que caracteriza o processo de realimentação.<br />

A construção, a experimentação e uma análise da sequência de 2008 estão descritas de forma<br />

mais minuciosa em Barroso, 2009.<br />

8. Conclusão<br />

Restringindo-se ao âmbito no qual foi aplicada a seqüência, pode-se concluir que os alunos têm<br />

conhecimentos deficientes sobre conteúdos relativos à medida, o que pode contribuir para a<br />

formação de pseudo-concepções relativas ao conceito de integral.<br />

Antes da elaboração da seqüência, previsões sobre as possíveis dificuldades que os alunos<br />

poderiam encontrar para compreender determinados conteúdos foram consideradas, tais como a<br />

construção de uma medida fracionária ou irracional, a partir de uma unidade de medida padronizada.<br />

Entretanto, a análise dos resultados da experimentação permitiu identificar que outros conteúdos,<br />

considerados adquiridos, podiam-se constituir em obstáculos para a aprendizagem do conceito de<br />

integral, como, por exemplo, a atribuição de um valor negativo para uma medida geométrica.<br />

Com informações deste tipo, por um lado, o professor pode melhorar o seu ensino sobre<br />

integral, organizando-o para que o aluno supere as dificuldades detectadas. Sob outra perspectiva, o<br />

aluno, participando ativamente da seqüência, pode eventualmente corrigir erros conceituais dos<br />

quais, talvez, não tenha ainda consciência.<br />

Pela ótica do professor/pesquisador, é possível realimentar a seqüência e reaplicá-la,<br />

enriquecendo-a a cada análise e contribuindo, assim, com um melhor ensino/aprendizagem deste<br />

conceito.<br />

Enfatiza-se que o objetivo da seqüência não é que o aluno adquira o conceito de integral em<br />

apenas três ou quatro sessões, mas o de sedimentar conhecimentos introdutórios que poderão servir<br />

de alicerce para o aprendizado de outros conceitos, seguramente mais complexos, que serão<br />

explorados consecutivamente.<br />

Do ponto de vista da dinâmica de sala de aula, a aplicação da seqüência aqui proposta mostrou<br />

vantagens comparativas à praticada no ano anterior, 2005, para alunos do mesmo curso, na mesma<br />

instituição e pelo mesmo professor. Na ocasião, após uma apresentação expositiva, com a elaboração<br />

de vários gráficos, pediu-se aos alunos para calcular as somas de Riemann relativas a algumas<br />

partições, tarefa à qual nenhum deles se dispôs a realizar, nem com o auxílio de máquinas de<br />

calcular. Já na atual seqüência, onde os exercícios práticos fazem parte natural do desenrolar da aula,<br />

os alunos realizaram, sem relutância, as atividades planejadas com o programa GeoGebra. Pode-se<br />

supor que o fato de ter sido estabelecido, com antecedência, o papel de cada um na aplicação da<br />

seqüência contribuiu para a mudança de postura dos alunos.<br />

11


Finalmente, observa-se que a análise da experimentação de 2006 conduziu a uma reaplicação<br />

em 2008 com aportes significativos, descritos brevemente na seção anterior, mas ainda insuficientes.<br />

Registra-se, desta forma, o processo de realimentação da sequência.<br />

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Fundamentado em uma Epistemologia Histórica e Baseado na Metodologia da Engenharia Didática:<br />

Validação por Meio do Conceito de Integral. Tese de Doutorado em Engenharia de Teleinformática,<br />

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5. Borges, H. & Santana, R. (2000). O Uso da Interface Computacional no Ensino de Matemática: Limites e<br />

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12. Lima, E. L (2000). Curso de Análise. Rio de Janeiro, vol. 1, 10ª Edição, Publicação IMPA, 344 p.<br />

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www.vigdor.com/titres/machConaisanceEtErreur.html Último acesso em 04/11/2010.<br />

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Monthly. Ontário, vol. 101, n o 1, pp. 66-72.<br />

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