Caracterização e Avaliação da Flora e Vegetação no

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CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA FLORA E VEGETAÇÃO DE PARCELAS PERMANENTES espécies. Os resultados obtidos através destes métodos dependem da escolha criteriosa da métrica utilizada (Ferreira, 1995). Neste trabalho, optou-se por uma classificação dos dados ecológicos. Segundo Kent & Coker (1992), do ponto de vista epistemológico, o uso de classificações pressupõe descontinuidades composicionais na vegetação, ou seja a negação do modelo do continuum; assumindo neste contexto o modelo de fitocenose adequa-se a representação através de uma classificação numérica (Capelo, op. cit.). Este método respeita à constituição de grupos ou classes com significado ecológico definidas por inventários, espécies ou variáveis ambientais, segundo regras pré- estabelecidas de aglomeração ou divisão daqueles grupos, sendo a representação final do tipo dendograma. Portanto, as classificações poderão ser divisivas ou aglomerativas. Os métodos divisivos partem do conjunto total de objectos (e.g. espécies, parcelas) e, baseado nas suas similaridades, dividem-no de forma dicotómica até à satisfação de um critério de paragem, ao contrário dos aglomerativos, que partem dos objectos individuais, sendo combinados em grupos, até se obter um grupo contendo todos os objectos. Por outro lado, o conjunto de objectos incluídos na mesma classe pode constituir um grupo monotético ou politético. No primeiro caso, a similaridade entre duas quaisquer entidades é baseada no valor de uma única variável (e.g. presença ou ausência de determinada espécie numa parcela), i.e. os indivíduos que integram o grupo compartem de um conjunto de atributos que são condição necessária e suficiente para se converter em integrante do grupo. No segundo a similaridade entre duas quaisquer entidades ou grupos é baseada num número elevado de variáveis (e.g. abundância de espécies), no entanto nenhum desses atributos é compartilhado por todos os membros (Ferreira, op. cit.). Segundo Capelo (op. cit.), os métodos de classificação ainda podem ser hierárquicos ou não-hierárquicos, possuindo o primeiro, um elevado valor heurístico e de grande homologia com a concepção contemporânea dos ecossistemas. VASCO ALMEIDA DA SILVA, OUTUBRO 2005 31
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA FLORA E VEGETAÇÃO DE PARCELAS PERMANENTES Na prática, recorrendo ao software SYN-TAX 2000 for Windows, no módulo Hierarchical classification, efectuou-se uma cluster analysis aglomerativa pelo método Un-Weighted Pair-Group Method using Arithmetic Averages (UPGMA) e com o coeficiente de Jaccard (J) que para presença-ausência assume a fórmula 3.4 onde a e b são respectivamente o número de espécies de cada um dos inventários e c o número de espécies em comum. c J = (3.4) a + b + c O coeficiente pode variar entre 0 e 1, onde 0 indica ausência de espécies em comum e 1 que ambos os inventários são idênticos. Esta análise iniciou-se com os inventários individuais (de 2000 a 2005) que foram sendo aglomerados segundo índices de afinidade entre inventários, baseados na co-variação das espécies ao longo do conjunto de inventários. De acordo com o procedimento imposto por este método de análise foi necessário sintetizar a informação recolhida nas unidades de amostragem numa matriz primária de dados: a matriz das espécies que contém informação relativa à presença-ausência (0-1) dos taxa determinados em cada um dos inventários de vegetação. VASCO ALMEIDA DA SILVA, OUTUBRO 2005 32
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