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O Calvinismo Leva ao Universalismo Roger E. Olson Está bem ...

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O <strong>Calvinismo</strong> <strong>Leva</strong> <strong>ao</strong> <strong>Universalismo</strong><br />

<strong>Roger</strong> E. <strong>Olson</strong><br />

<strong>Está</strong> <strong>bem</strong>, talvez o <strong>Calvinismo</strong> não leva <strong>ao</strong> <strong>Universalismo</strong> inexoravelmente – como se todo<br />

calvinista devesse tornar-se um universalista. Entretanto, muitos teólogos universalistas<br />

proeminentes são/eram reformados e criam que seus conceitos calvinistas da soberania de<br />

Deus os compeliam finalmente a abraçar o <strong>Universalismo</strong>.<br />

Dois notáveis exemplos vêm à mente: Friedrich Schleiermacher e Karl Barth. Sim, eu sei que<br />

alguns reformados rejeitarão um ou ambos – como não verdadeiramente reformado.<br />

Entretanto, alguém não consegue ler The Christian Faith de Schleiermacher e não perceber<br />

seus vigorosos princípios calvinistas. Para Schleiermacher Deus é a realidade todadeterminante<br />

e é por isso que ele rejeita a oração petitória – porque ela implica que Deus já<br />

não sabe o que é melhor. Para Schleiermacher, qualquer coisa que esteja acontecendo,<br />

incluindo o pecado e o mal, foi preordenado e tornado certo por Deus.<br />

Schleiermacher abraçou o <strong>Universalismo</strong> porque ele não conseguia reconciliar o Deus de<br />

Jesus Cristo todo-determinante com o inferno. Se Deus é amor e todo-determinante, devemos<br />

concluir que há um propósito amoroso para tudo que acontece. Se Deus é o autor do pecado e<br />

do mal, então a punição eterna de pecadores no inferno é injusta. Schleiermacher o calvinista<br />

percebia a questão claramente e tirou a única conclusão lógica de sua elevada visão do amor e<br />

soberania de Deus.<br />

Apesar de todas as suas diferenças de Schleiermacher, Karl Barth seguiu o mesmo caminho<br />

básico do <strong>Calvinismo</strong> <strong>ao</strong> <strong>Universalismo</strong>. Eu sei que alguns estudiosos de Barth não creem que<br />

ele foi universalista e que ele não adotou esse rótulo. Mas eu creio que o <strong>Universalismo</strong> está<br />

implícito em sua doutrina da eleição na qual se diz que Jesus é o único homem reprovado.<br />

Barth notoriamente declarou que nosso “não” a Deus não pode resistir <strong>ao</strong> “sim” de Deus a nós<br />

em Jesus Cristo. Para Barth, Deus é “Aquele que ama em liberdade”. Deus é também tododeterminante<br />

em sua soberania. Barth chamava sua soteriologia de “supralapsarianismo<br />

purificado” – purificado do inferno, mas todavia supralapsário! Barth percebia corretamente<br />

que a lógica interna do <strong>Calvinismo</strong> deve levar <strong>ao</strong> <strong>Universalismo</strong> SE ele levar a sério o amor<br />

como natureza de Deus.<br />

A única maneira de um calvinista evitar o <strong>Universalismo</strong> é transformar Deus em um monstro<br />

moral que para sua própria glória condena <strong>ao</strong> inferno pessoas que ele poderia salvar. Uma vez<br />

que você entende, entretanto, que o inferno é totalmente desnecessário porque a cruz foi uma


evelação suficiente da justiça de Deus, o inferno torna-se não apenas supérfluo, mas<br />

completamente injusto.<br />

Digo algumas vezes que SE eu pudesse ser universalista, eu poderia ser calvinista. Bem, eu<br />

ainda teria o problema da responsabilidade humana. Mas meu ponto é que eu não me importo<br />

com o livre-arbítrio exceto na medida em que ele é necessário para explicar por que um Deus<br />

de amor permite que algumas pessoas pereçam eternamente. Se eu pudesse crer que Deus<br />

salva a todos incondicionalmente, que é o que eu penso que Barth cria, eu poderia ser<br />

calvinista. Uma razão de não poder ser calvinista é porque ser calvinista exigiria de mim que<br />

eu lançasse fora todos os textos bíblicos sobre o inferno porque eu não teria interesse em até<br />

mesmo ser cristão se o Deus do Cristianismo fosse um monstro moral.<br />

Fonte: http://www.rogereolson.com/2010/12/10/calvinism-leads-to-universalism/<br />

Tradução: Paulo Cesar Antunes

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