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Manual de Ensilagem - Kera

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<strong>Manual</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ensilagem</strong>


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong> <strong>Kera</strong><br />

Copyright © 2012 <strong>Kera</strong> Nutrição Animal<br />

Proprieda<strong>de</strong> literária reservada. Nenhuma parte <strong>de</strong>sta publicação po<strong>de</strong><br />

ser reproduzida, memorizada ou transmitida sob qualquer forma, seja<br />

essa eletrônica, eletrostática ou fotocópia, sem a permissão escrita <strong>de</strong><br />

<strong>Kera</strong> Nutrição Animal.<br />

Impresso no Brasil.<br />

Layout e <strong>de</strong>senvolvimento: Graphia Design<br />

www.graphia<strong>de</strong>sign.com.br


<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

Índice<br />

Introdução 6<br />

O que é ensilagem? 7<br />

Porque ensilar? 7<br />

Por que utilizar inoculante biológico para silagem? 7<br />

A importância do volumoso na nutrição animal 8<br />

Transformações físico-químicas da silagem 8<br />

Por que o silo se conserva? 8<br />

Quais transformações ocorrem na silagem? 8<br />

Fase 1 9<br />

Fase 2 9<br />

Fase 3 11<br />

Fase 4 11<br />

Ponto <strong>de</strong> Colheita 12<br />

Milho 12<br />

Sorgo 13<br />

Grão úmido 13<br />

Forrageiras <strong>de</strong> inverno 13<br />

Capim-elefante e outras gramíneas tropicais 14<br />

Cana-<strong>de</strong>-açúcar 14<br />

Aspectos mecânicos 14<br />

Tipos <strong>de</strong> silo 14<br />

Tamanho da partícula 15<br />

Como inocular a<strong>de</strong>quadamente 15<br />

Tempo <strong>de</strong> enchimento 15<br />

Compactação 16<br />

Vedação 16<br />

Retirada do material do silo 17<br />

Interpretando análises da forragem 17<br />

Interpretando análises da silagem 18<br />

Interpretando análises microbianas 19<br />

Particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> algumas silagens 20<br />

Grão úmido 20


Milho Reidratado e Ensilado na Alimentação <strong>de</strong> Vacas<br />

Leiteiras 22<br />

Aveia e cevada cervejeira grão pastoso 28<br />

Pré-secado 28<br />

Corte 28<br />

Recolhimento 29<br />

Uso <strong>de</strong> inoculante para uma boa fermentação<br />

e preservação da silagem pré-secada 29<br />

Cana-<strong>de</strong>-açúcar 30<br />

Capim-elefante 30<br />

Aspectos importantes na escolha <strong>de</strong> um inoculante 30<br />

<strong>Kera</strong>-Sil 32<br />

Benefícios 32<br />

O mecanismo 33<br />

Eficiência 33<br />

Modo <strong>de</strong> usar 33<br />

Dosagens 33<br />

Estudo econômico do uso <strong>de</strong> KERA-SIL 33<br />

<strong>Kera</strong>-Sil Grão Úmido 35<br />

Benefícios 35<br />

O mecanismo 35<br />

Princípio <strong>de</strong> atuação 35<br />

Modo <strong>de</strong> usar 35<br />

Dosagens 36<br />

Efeitos nos animais do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> fungos na silagem 36<br />

<strong>Kera</strong>-Sil Cana 37<br />

Benefícios 37<br />

O mecanismo 38<br />

Princípio <strong>de</strong> atuação 38<br />

Modo <strong>de</strong> usar 38<br />

Dosagens 38<br />

Síntese 39<br />

BPE - Boas Práticas <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong> 39<br />

Anotações 41


6<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

Introdução<br />

A preservação dos alimentos tem sido sempre uma parte vital da sobrevivência<br />

humana. Nossos antepassados usavam técnicas para conservar os alimentos<br />

durante os meses <strong>de</strong> inverno, quando a caça e a colheita não existiam.<br />

Os métodos <strong>de</strong> conservação, que são utilizados até hoje, são todos baseados<br />

em processos biológicos naturais. A única diferença é que hoje sabemos<br />

como os microrganismos atuam e este conhecimento nos permite controlar o processo<br />

e principalmente, o resultado.<br />

Com o <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong> <strong>Kera</strong>, preten<strong>de</strong>mos esclarecer alguns pontos<br />

cruciais no processo <strong>de</strong> ensilagem para ajudá-lo a garantir uma alimentação <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> para o seu rebanho e a maximizar os lucros <strong>de</strong> sua fazenda.


O que é ensilagem?<br />

A ensilagem nada mais é do que um processo para conservação <strong>de</strong> alimentos,<br />

baseado na redução do pH (aumento da aci<strong>de</strong>z) graças à produção <strong>de</strong><br />

ácido lático a partir do açúcar e na eliminação do oxigênio do meio, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> conservar ao máximo o valor nutritivo original da forragem.<br />

Porque ensilar?<br />

Por que ensilar é a forma mais eficiente e barata que conhecemos para<br />

garantir o suprimento <strong>de</strong> volumoso para o rebanho durante o período <strong>de</strong> entressafra.<br />

Além disso, a ensilagem é a fonte mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> volumoso para os sistemas<br />

mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> produção que visam maximizar o uso da terra, do trabalho e do tempo.<br />

Por que utilizar inoculante<br />

biológico para silagem?<br />

Sabe-se que todo material colhido no campo possui uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

bactérias, leveduras e fungos que convivem com a planta durante todo o tempo<br />

numa contagem que gira em torno <strong>de</strong> 100.000 UFC/g <strong>de</strong> forragem. Além disto,<br />

diversos microrganismos estão presentes no solo, os quais po<strong>de</strong>m contaminar<br />

a planta quando <strong>de</strong> sua colheita. Dentro <strong>de</strong>sta flora microbiana natural, existem<br />

microrganismos que são bons fermentadores <strong>de</strong> silagem e outros não <strong>de</strong>sejáveis<br />

para uma fermentação a<strong>de</strong>quada, e estes últimos po<strong>de</strong>m estar em concentrações<br />

muito elevadas. Quando uma planta alcança sua maturação, a tendência é que a<br />

parte foliar entre em um processo <strong>de</strong> secagem e morte. Cada folha que entra neste<br />

processo <strong>de</strong> morte, carrega consigo um número muito elevado <strong>de</strong> microrganismos<br />

in<strong>de</strong>sejáveis que se soma à contaminação com o solo. Consequentemente, a inoculação<br />

biológica nos dá a garantia <strong>de</strong> povoarmos o material com o maior número<br />

possível <strong>de</strong> microrganismos benéficos, em contagem tal que eles predominem<br />

sobre os microorganismos selvagens, garantindo assim a máxima preservação <strong>de</strong><br />

energia e proteínas.<br />

7


8<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

A importância do volumoso na nutrição animal<br />

É questão vital para os ruminantes a ingestão <strong>de</strong> material fibroso. A natureza<br />

dotou o ruminante <strong>de</strong> uma flora ruminal capaz <strong>de</strong> transformar a fibra bruta em<br />

alimento. Tal alimento, na verda<strong>de</strong>, é obtido a partir <strong>de</strong> subprodutos da fermentação<br />

que são liberados no rúmem, bem como da morte <strong>de</strong> microrganismos e utilização<br />

<strong>de</strong>stes.<br />

Transformações físico-químicas da silagem<br />

Antes <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rmos os procedimentos necessários a serem seguidos<br />

para a produção <strong>de</strong> uma silagem <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, é necessário que saibamos alguns<br />

conceitos básicos sobre o processo <strong>de</strong> ensilagem. Desta maneira, po<strong>de</strong>remos<br />

adaptar esses procedimentos a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas proprieda<strong>de</strong>s.<br />

>POR QUE O SILO SE CONSERVA?<br />

A conservação do silo ocorre por dois motivos:<br />

1. FERMENTAÇÃO Lática: As bactérias láticas nativas das plantas fermentam<br />

o açúcar da forragem e produzem ácido lático, o qual reduz o<br />

pH abaixo <strong>de</strong> 4,5 (ou seja, aumenta a aci<strong>de</strong>z da forragem) impedindo que<br />

bactérias in<strong>de</strong>sejáveis, principalmente coliformes e clostrídios se <strong>de</strong>senvolvam<br />

e apodreçam a silagem.<br />

2. ANAEROBIOSE: Anaerobiose significa ausência <strong>de</strong> oxigênio e é graças<br />

a ela que em um silo bem feito não encontraremos fungos e mofos, já<br />

que estes necessitam <strong>de</strong> ar para se multiplicarem.<br />

PORTANTO, A SILAGEM SE CONSERVA POR QUE NÃO TEM AR E POR<br />

QUE É MAIS ÁCIDA QUE A FORRAGEM FRESCA.<br />

>QUAIS TRANSFORMAÇÕES OCORREM NA SILAGEM?<br />

Por motivos didáticos dividimos a ensilagem em 4 fases:<br />

FASE 1: Enchimento do silo até o fechamento<br />

FASE 2: Início da fermentação, pH > 4,5<br />

FASE 3: Fermentação a pH < 4,5<br />

FASE 4: Abertura do silo


» FASE 1<br />

Na FASE 1 ocorrem três tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s:<br />

I) Respiração: Ela acontece enquanto houver oxigênio no silo, gás carbônico<br />

e calor, com consequente perda <strong>de</strong> energia, aumento da temperatura<br />

e produção <strong>de</strong> chorume.<br />

Açúcares + O 2 CO 2 + H 2 O + Calor (com perda <strong>de</strong> energia)<br />

II) Modificações estruturais: Essas modificações estruturais são causadas<br />

pelas enzimas da planta:<br />

Polissacarí<strong>de</strong>os solúveis Glicose + Frutose<br />

Proteínas Ácidos Amínicos<br />

III) Reação <strong>de</strong> Maillard: se dá em ambientes <strong>de</strong> alta temperatura e ph e<br />

é uma reação entre açúcares e proteínas, com perda <strong>de</strong> valor nutritivo e<br />

amaironamento da silagem.<br />

OTIMIZAÇÃO DA FASE 1<br />

Como? Não po<strong>de</strong>mos evitar esta fase, mas po<strong>de</strong>mos fazê-la mais breve<br />

possível compactando muito bem. Para uma boa compactação é importante picarmos<br />

bem a forragem, no caso <strong>de</strong> silagens <strong>de</strong> planta inteira (0,5 – 2cm), e termos<br />

uma boa umida<strong>de</strong> (no caso do milho planta inteira, 32-33% <strong>de</strong> matéria seca).<br />

Para parar a Reação <strong>de</strong> Maillard, é preciso baixar o ph abaixo <strong>de</strong> 4,0 o<br />

antes possível.<br />

» FASE 2<br />

Esta fase inicia com o <strong>de</strong>saparecimento do oxigênio do silo os seguintes<br />

microrganismos ativos: clostrídios, coliformes e bactérias láticas: heterofermentativas<br />

e homofermentativas.<br />

Como atuam estas bactérias?<br />

Clostrídios: seu habitat natural é a terra, e estão presentes na planta.<br />

Eles ocasionam perdas <strong>de</strong> energia e proteínas, e também produzem substâncias<br />

tóxicas como a histamina (manqueira) e <strong>de</strong> gosto e cheiro ruins, como a amônia, o<br />

ácido acético e o ácido butírico. Os Clostrídios po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos:<br />

Clostrídios Sacarolíticos (fermentação butírica): O ácido butírico é um<br />

dos principais responsáveis pelo mau cheiro da silagem e é o resultado da fermentação<br />

butírica.<br />

9


10<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

2 Ácido Lático 1 Ácido Butírico + 2 CO 2 + 2 H 2 O (com perda <strong>de</strong> energia) e<br />

produção <strong>de</strong> chorume<br />

Clostrídios Proteolíticos (fermentações amoniacais): essa espécie <strong>de</strong><br />

clostrídio é a principal responsável pela produção <strong>de</strong> substâncias tóxicas e <strong>de</strong> gosto<br />

ruim. Eles consomem proteínas e produzem: ácido acético, NH 3 , CO 2 , ácido isobutírico,<br />

histamina, cadaverina, triptamina, e outras aminas tóxicas. A Histamina está<br />

diretamente relacionada à laminite (manqueira), já que é um potente vaso constritor.<br />

Coliformes Fecais: Seu habitat é o intestino e são levados para o silo<br />

pela terra.<br />

Açúcares Ácido Acético + CO 2 (com perda <strong>de</strong> energia)<br />

Ácido Amínicos NH 3 * + Ácido Graxos Voláteis (com perda <strong>de</strong> proteínas)<br />

* O cheiro <strong>de</strong> amoníaco indica perda <strong>de</strong> proteínas.<br />

Bactérias Láticas: Esses são os microrganismos que produzem o ácido<br />

lático que nos interessa.<br />

A flora lática é dividida em homofermentativa e heterofermentativa.<br />

• Bactérias Láticas Heterofermentativas<br />

1 Glicose 1 Ácido Lático + 1 Álcool + CO 2 + Ácido Fórmico<br />

3 Frutose Ácido Lático + 1 Ácido Acético + 2 Manitol + CO 2<br />

(causam perda <strong>de</strong> energia)<br />

• Bactérias Láticas Homofermentativas<br />

1 Glicose ou 1 Frutose 2 Ácido Lático<br />

Analisando a ação <strong>de</strong> cada uma, concluímos que o que nos interessa é a<br />

predominância da flora lática homofermentativa, pois essa produz exclusivamente<br />

ácido lático, enquanto que a heterofermentativa produz 50% <strong>de</strong> ácido lático e 50%<br />

<strong>de</strong> outras substâncias, ou seja, as bactérias homofermentativas reduzem mais rapidamente<br />

o pH consumindo menos açúcar e portanto, preservando mais energia<br />

na silagem.<br />

Essa fase terminará quando o pH chegar abaixo <strong>de</strong> 4,5. A partir daí, os<br />

coliformes fecais e os clostrídios se inativam, e as únicas bactérias a se <strong>de</strong>senvolverem<br />

serão as láticas.<br />

OTIMIZAÇÃO DA FASE 2<br />

Não po<strong>de</strong>mos evitar esta fase, mas po<strong>de</strong>mos ter uma redução rápida<br />

do pH <strong>de</strong> 6,0 para menos <strong>de</strong> 4,5; e para que isso aconteça, necessitamos inocular


com bactérias láticas homofermentativas em ALTA CONCENTRAÇÃO POR GRAMA<br />

DE SILAGEM.<br />

Em um silo bem feito, sem inoculantes, o período <strong>de</strong> espera necessário<br />

para abrí-lo é <strong>de</strong> pelo menos 30 dias, o que significa que estará per<strong>de</strong>ndo nutrien tes<br />

por todo este tempo. Os silos inoculados com KERA-SIL são abertos entre 48 e 72<br />

horas após o seu fechamento com o pH≃3,9, ou seja, existe uma diferença <strong>de</strong> pelo<br />

menos 27 dias nos quais Coliformes e Clostrídios estarão consumindo nutrientes<br />

da silagem e diminuindo sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> várias maneiras, no silo que não foi inoculado.<br />

Isso acontece pois utilizando KERA-SIL, se faz uma inoculação mínima <strong>de</strong><br />

320.000UFC por grama <strong>de</strong> forragem <strong>de</strong> bactérias láticas que foram selecionadas<br />

por sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir uma elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ácido lático nas condições<br />

ambientais da silagem.<br />

» FASE 3<br />

Essa fase inicia-se quando atingimos o pH <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, ou seja, pH <<br />

4,5; nesta fase somente temos ativida<strong>de</strong> das bactéria láticas.<br />

OTIMIZAÇÃO DA FASE 3<br />

Para otimizar esta fase tudo o que po<strong>de</strong>mos fazer é utilizar um inoculante<br />

que possua alta concentração bacteriana e composto <strong>de</strong> bactéria láticas homofermentativas<br />

<strong>de</strong> alta eficiência, como foi explicado na otimização da Fase 2.<br />

» FASE 4<br />

Essa fase inicia-se com a abertura do silo para a alimentação. Ela é caracterizada<br />

pela parte frontal do silo em contato com o ar, o que torna possível a<br />

multiplicação <strong>de</strong> fungos, leveduras e mofos.<br />

Esses organismos estão presentes no ar, mas também estão na silagem;<br />

a única razão pela qual eles ainda não haviam se <strong>de</strong>sen volvido é por que não havia<br />

oxigênio no meio.<br />

OTIMIZAÇÃO DA FASE 4<br />

Existem quatro procedimentos para otimizar esta fase:<br />

I. COMPACTAR MUITO BEM: A compactação é uma das operações mais<br />

importantes para se obter uma silagem <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, pois é compactando bem<br />

que expulsamos o máximo <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do silo. Para uma boa compactação <strong>de</strong>vemos<br />

observar que a largura do silo seja <strong>de</strong> pelo menos uma vez e meia a largura<br />

do trator utilizado, os pneus do trator sejam o mais finos possíveis e a forragem seja<br />

11


12<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

picada em pedaços <strong>de</strong> até 2cm. No caso <strong>de</strong> silagens <strong>de</strong> grão úmido é essencial para<br />

uma boa compactação termos uma umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 35-42%%.<br />

II. FEEDOUT 1: A alimentação do rebanho <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> pelo menos<br />

20cm da frente do silo por dia, pois se o silo for bem compactado, esta fatia nos<br />

garante que a silagem teve no máximo 24 horas <strong>de</strong> contato com o ar.<br />

III. FEEDOUT 2: A retirada <strong>de</strong> silagem <strong>de</strong>verá ser feita <strong>de</strong> maneira mais<br />

próxima do i<strong>de</strong>al que seria se pudéssemos cortar uma fatia perfeita da frente do silo.<br />

IV. INOCULAÇÃO ESPECÍFICA: Existem inoculantes específicos no mercado<br />

para melhorar a estabilida<strong>de</strong> aeróbica da silagem, como o KERA-SIL GRÃO<br />

ÚMIDO. Esses inoculantes têm em sua formulação, além <strong>de</strong> bactérias láticas, bactérias<br />

propiônicas que transformam o ácido lático em ácido propiônico, substância<br />

que tem proprieda<strong>de</strong>s fungistáticas, ou seja, impe<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fungos,<br />

leveduras e mofos. Esses inoculantes foram formulados para silagens <strong>de</strong> grão úmido,<br />

cana e sempre que a compactação <strong>de</strong> outras silagens seja dificultada <strong>de</strong>vido aos<br />

seus problemas com mofos e leveduras.<br />

Ponto <strong>de</strong> Colheita<br />

O ponto <strong>de</strong> colheita é um parâmetro fundamental para a qualida<strong>de</strong> da<br />

silagem e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente da maturida<strong>de</strong> da planta e <strong>de</strong> sua umida<strong>de</strong>.<br />

A seguir apresentamos algumas informações que po<strong>de</strong>m auxiliar na <strong>de</strong>terminação<br />

do ponto <strong>de</strong> colheita ótimo <strong>de</strong> algumas forragens.<br />

>MILHO<br />

O milho <strong>de</strong>ve ser colhido com aproximadamente 30 – 32% <strong>de</strong> matériaseca.<br />

Isso po<strong>de</strong> ser observado pela linha do leite, quando ela estiver entre 1/2 e 2/3<br />

do grão a colheita já po<strong>de</strong> ser feita. A escolha entre 1/2 e 2/3 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também da<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colheita da proprieda<strong>de</strong>. Em proprieda<strong>de</strong>s que tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

realizar a colheita rapidamente, recomenda-se colher com 2/3 da linha <strong>de</strong> leite, pois<br />

é nesse ponto que observa-se a maior produção <strong>de</strong> NDT. Já em proprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong><br />

a colheita é mais <strong>de</strong>morada, recomenda-se inicia-la quando a linha <strong>de</strong> leite estiver<br />

em 1/2 para não correr o risco <strong>de</strong> ensilar o milho com maturida<strong>de</strong> muito avançada,<br />

ou seja, com baixa digestibilida<strong>de</strong>.


SORGO<br />

Grão Leitoso 1/3 <strong>de</strong> linha<br />

<strong>de</strong> leite<br />

1/2 <strong>de</strong> linha<br />

<strong>de</strong> leite<br />

2/3 <strong>de</strong> linha<br />

<strong>de</strong> leite<br />

O sorgo <strong>de</strong>ve ser colhido com aproximadamente entre 30 e 33% <strong>de</strong> matéria<br />

seca, na fase <strong>de</strong> grão farináceo. Isso ocorre aproximadamente <strong>de</strong> 100 a 110<br />

dias.<br />

>GRÃO ÚMIDO<br />

O ponto <strong>de</strong> colheita do grão <strong>de</strong> milho para ensilagem <strong>de</strong>ve ocorrer quando<br />

a matéria seca estiver entre 62 a 70%. Neste ponto o grão apresenta seu melhor<br />

aproveitamento com relação ao amido presente e a digestibilida<strong>de</strong>. A umida<strong>de</strong> do<br />

grão a ensilar estará em 32-42%. Adiciona-se água no momento da moenda, se<br />

necessário.<br />

>FORRAGEIRAS DE INVERNO<br />

(azevém, aveia, cevada, centeio, triticale, trigo, alfafa)<br />

O ponto i<strong>de</strong>al do corte é o estágio vegetativo, quando a forrageira atinge<br />

<strong>de</strong> 25 a 30cm <strong>de</strong> altura. A altura do corte <strong>de</strong>ve ficar a +/- 8cm do solo, pois um<br />

corte muito rente ao solo prejudicará o rebrote da cultura, além <strong>de</strong> levar terra para<br />

<strong>de</strong>ntro do silo. O corte neste estágio proporciona um material com umida<strong>de</strong> elevada,<br />

em torno <strong>de</strong> 85%: po<strong>de</strong>-se pré-secar até atingir matéria seca <strong>de</strong> 18 a 22%. O<br />

murchamento da planta durante 4 a 6 horas, com clima propício, permite atingir um<br />

bom nível para ensilagem. Quando o material cortado vai ser ensilado em silos <strong>de</strong><br />

superfície ou trincheira a planta <strong>de</strong>ve ser picada no tamanho <strong>de</strong> 2 a 3cm. Silos plásticos<br />

(silopacks tubulares) estão sendo muito utilizados para ensilagem <strong>de</strong> material<br />

pré-secado, principalmente, pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comercialização da silagem. Nestes<br />

silos, a matéria seca <strong>de</strong>verá estar entre 35% e 45%. Capins com MS acima <strong>de</strong> 25-<br />

27% não compactam bem no silo.<br />

13


14<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

>CAPIM-ELEFANTE E OUTRAS GRAMÍNEAS TROPICAIS<br />

Tem sido recomendada a ensilagem do capim-elefante com ida<strong>de</strong> entre<br />

70 e 90 dias e altura ≃1,6m sem pré-secagem.<br />

Ao longo <strong>de</strong> muitos anos, em algumas regiões do país, principalmente<br />

no su<strong>de</strong>ste e centro-oeste, o capim elefante tem sido utilizado como uma forragem<br />

<strong>de</strong> excelente rendimento, bom valor nutricional e baixo custo. Porém, pelo alto grau<br />

<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para a sua conservação, muitos produtores <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong> seu uso<br />

como silagem, per<strong>de</strong>ndo, assim, seu potencial, enquanto volumoso <strong>de</strong> baixo custo.<br />

O uso <strong>de</strong> inoculantes microbianos <strong>de</strong> alta concentração viabiliza esta silagem.<br />

Nos capins, quando passados do ponto <strong>de</strong> corte, aconselhamos a utilizar,<br />

na solução <strong>de</strong> inoculante, 200g a 300g <strong>de</strong> açúcar por tonelada <strong>de</strong> capim, sempre<br />

que o capim estiver passado do ponto.<br />

>CANA-DE-AÇÚCAR<br />

O período mais recomendado é a época da seca, porque é nele que a<br />

cana apresenta maior teor <strong>de</strong> açúcares. A colheita po<strong>de</strong> ser manual ou mecânica.<br />

Para a colheita mecânica é necessário utilizar colhe<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, associada<br />

a trator <strong>de</strong> potência compatível.<br />

Nesta silagem, as gran<strong>de</strong>s perdas são <strong>de</strong> energia, <strong>de</strong>vido à fermentação<br />

alcoólica dos açúcares. Neste caso, um inoculante que só contenha bactérias láticas<br />

é completamente inócuo, já que elas se inativam a pH < 3,2 e fungos e leveduras só<br />

se inativam a pH < 3,8. Assim, a <strong>Kera</strong> utiliza uma bactéria propiônica que se inativa<br />

a pH 3,8 produz ácido propiônico, o qual inativa fungos e leveduras.<br />

Aspectos mecânicos<br />

>TIPOS DE SILO<br />

Existem diversos tipos <strong>de</strong> silos e a sua escolha <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> diversos<br />

fatores, tais como: disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maquinários, mão <strong>de</strong> obra, topografi a e material<br />

usado. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar: tipo trincheira, <strong>de</strong> encosta, cisterna, aéreo, superfície,<br />

bolas e bags.


TAMANHO DA PARTÍCULA<br />

Não existe uma recomendação única para todos os materiais a serem<br />

ensilados. Para cada tipo <strong>de</strong> material <strong>de</strong>vemos seguir a recomendação abaixo:<br />

• Silagem <strong>de</strong> sorgo e milho planta inteira – Duas condições <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>radas: o tamanho das fibras e a quebra dos grãos. Geralmente, tamanhos <strong>de</strong><br />

partículas em torno <strong>de</strong> 0,5 a 2,0cm são a<strong>de</strong>quados para quebrar os grãos <strong>de</strong> milho.<br />

Não po<strong>de</strong>mos esquecer que quando plantamos milho para utilizar a planta inteira,<br />

estamos interessados em aproveitar o amido presente nos grãos.<br />

• Silagem <strong>de</strong> gramíneas – Partículas gran<strong>de</strong>s dificultam a compactação.<br />

Em geral, partículas <strong>de</strong> 2 a 4cm promovem boa compactação e ruminação eficiente<br />

nos animais.<br />

• Silagem <strong>de</strong> grão úmido <strong>de</strong> milho – Neste caso, o importante avaliar é<br />

a digestibilida<strong>de</strong> do material. Maior digestibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser conseguida reduzindo o<br />

tamanho da partícula e aumentando o tempo <strong>de</strong> abertura do silo (60-70 dias). Maior<br />

digestibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser conseguida reduzindo o tamanho da partícula do material.<br />

Conseqüentemente, a silagem <strong>de</strong> grão úmido <strong>de</strong>ve ter uma textura fina. Texturas<br />

mais finas propiciam melhor fermentação e compactação, bem como maior digestibilida<strong>de</strong>.<br />

• Silagem <strong>de</strong> cana – Apesar da cana <strong>de</strong> açúcar não ser muito rica em<br />

fibra <strong>de</strong>tergente neutra, é muito rica em lignina que é uma fibra <strong>de</strong> baixo valor nutricional.<br />

O melhor aproveitamento do material é conseguido com partículas entre<br />

0,5 a 1cm.<br />

>COMO INOCULAR ADEQUADAMENTE<br />

O inoculante biológico <strong>de</strong>ve ser pulverizado ou aspergido no material a<br />

ser ensilado, sendo a aspersão a maneira <strong>de</strong> conseguir maior homogeneida<strong>de</strong> na<br />

aplicação. Po<strong>de</strong>mos aspergir usando uma bomba costal ou aplicador com bomba<br />

dosadora acoplada a máquina <strong>de</strong> ensilar. Este último, sempre que possível, <strong>de</strong>ve<br />

ser o preferido por promover excelente homogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação, usando em<br />

média, 2 litros <strong>de</strong> calda por tonelada <strong>de</strong> material ensilado. A concentração a ser<br />

usada vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do inoculante utilizado bem como da concentração requerida<br />

no material a ser ensilado.<br />

>TEMPO DE ENCHIMENTO<br />

Encontramos frequentemente na literatura que o silo <strong>de</strong>verá ser cheio e<br />

fechado em um dia; na prática, sabemos que nem sempre é possível. Entretando,<br />

15


16<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

<strong>de</strong>vemos ter em mente que o i<strong>de</strong>al é um dia e portanto, quanto mais perto chegar-<br />

-mos ao i<strong>de</strong>al, melhor será a qualida<strong>de</strong> da silagem final.<br />

>COMPACTAÇÃO<br />

A compactação é fundamental para a qualida<strong>de</strong> final da silagem: ao expulsar<br />

o ar presente entre as partículas <strong>de</strong> forragem se minimizam as perdas por<br />

respiração, melhora a estabilida<strong>de</strong> aeróbica da silagem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> abrir o silo e aumenta<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estocagem do silo. Guarda-se mais matéria seca por metro<br />

cúbico <strong>de</strong> silo.<br />

PARA UMA BOA COMPACTAÇÃO DEVE-SE<br />

TER OS SEGUINTES CUIDADOS:<br />

• Distribuir a silagem <strong>de</strong> maneira regular e em camadas finas.<br />

• Fazer um pique a<strong>de</strong>quado do material a ser ensilado. Forragens com<br />

alto teor <strong>de</strong> matéria seca <strong>de</strong>vem ser mais picadas para uma melhor compactação.<br />

O oxigênio presente no ar antes da compactação é utilizado para respiração<br />

da planta, com perda <strong>de</strong> energia, como assim também por enzimas e fungos,<br />

com efeito negativo no valor nutritivo da silagem.<br />

Uma boa compactação reduz em gran<strong>de</strong> parte a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio<br />

que permanece no silo.<br />

A forragem ensilada em silo bunker, trincheira ou silo <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong>ve<br />

ser compactada com trator. Não usar rodado duplo, pois a força <strong>de</strong> compactação é<br />

menor que o uso <strong>de</strong> rodado simples. O operador <strong>de</strong>ve conduzir o trator lentamente,<br />

para evitar que patine.<br />

Os silos trincheira <strong>de</strong>vem apresentar uma largura mínima <strong>de</strong> 1,5 vezes<br />

a bitola do trator (largura) para garantir que os pneus do trator atingem toda a<br />

superfície.<br />

>VEDAÇÃO<br />

Cheio e compactado o silo <strong>de</strong>ve ser vedado completamente com lona<br />

plástica, <strong>de</strong> alta resistência. Sobre a lona, o i<strong>de</strong>al é colocar um peso para eliminar<br />

o ar entre a silagem e a lona, por exemplo: terra ou outro material similar sobre a<br />

lona. Esta cobertura <strong>de</strong>ve ultrapassar em pelo menos um metro a lateral do silo<br />

e um peso adicional <strong>de</strong>ve ser colocado ao longo <strong>de</strong> toda a pare<strong>de</strong> para impedir a<br />

entrada <strong>de</strong> ar ou <strong>de</strong> água.


Fazer o acabamento do silo <strong>de</strong> forma abaulada, evitando silos chatos e<br />

a entrada <strong>de</strong> água.<br />

>RETIRADA DO MATERIAL DO SILO<br />

A forma <strong>de</strong> retirada da silagem tem gran<strong>de</strong> influência no aquecimento<br />

da silagem exposta. A silagem <strong>de</strong>ve ser retirada em corte transversal, <strong>de</strong> cima para<br />

baixo e <strong>de</strong>verá ser utilizada no mínimo uma fatia <strong>de</strong> 20cm <strong>de</strong> espessura ao dia para<br />

evitar perdas. Este corte é feito manualmente ou com a utilização <strong>de</strong> máquinas<br />

específicas <strong>de</strong> corte. O uso <strong>de</strong> conchas no trator para retirada <strong>de</strong> silagem não é recomendável,<br />

pois <strong>de</strong>ixa o material solto, com maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquecimento.<br />

O corte correto da fatia diária evita o crescimento <strong>de</strong> fungos, e leveduras.<br />

O que vai <strong>de</strong>terminar a fatia é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> silagem necessária diariamente. O<br />

cálculo da fatia é feito da seguinte forma:<br />

Base Maior x Base Menor<br />

Fatia (m³) = x Altura x Espessura<br />

2<br />

Quantida<strong>de</strong> Diária <strong>de</strong> Silagem (kg) = Fatia (m³) x Densida<strong>de</strong> da Silagem<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Fatia (m³) = volume da fatia em metros cúbicos;<br />

Base Maior = largura superior do silo em metros;<br />

Base Menor = largura inferior em metros;<br />

Altura = altura média do silo em metros;<br />

Espessura = comprimento da fatia em metros (mínimo 20cm);<br />

Densida<strong>de</strong> da Silagem = kg <strong>de</strong> silagem por m³;<br />

Quantida<strong>de</strong> Diária <strong>de</strong> Silagem (kg) = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> silagem necessária<br />

por dia para o rebanho;<br />

Portanto, é importante dimensionar o silo conforme a necessida<strong>de</strong> diária<br />

<strong>de</strong> silagem.<br />

Interpretando análises da forragem<br />

MS – Matéria Seca: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do tipo <strong>de</strong> forragem. Normalmente<br />

está entre 15% e 50%.<br />

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18<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

Cinzas: O teor médio <strong>de</strong> cinzas está entre 6 e 9% da MS. Um teor <strong>de</strong><br />

cinzas maior que 10% indica terra na forragem. Silagens <strong>de</strong> leguminosas po<strong>de</strong>m<br />

apresentar valores <strong>de</strong> até 12%.<br />

CS – Carboidratos Solúveis: o teor <strong>de</strong> CS <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> pelo menos 2,0-<br />

2,5% do peso fresco da forragem para evitar <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> açúcares para a fermentação.<br />

Em caso contrário, utilizar 200 a 500 gramas <strong>de</strong> açúcar por tonelada<br />

<strong>de</strong> forragem a ensilar. O açúcar, quando necessário, será dissolvido na solução <strong>de</strong><br />

inoculante.<br />

PT – Po<strong>de</strong>r tampão: é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ácido necessária para reduzir<br />

o pH da forragem <strong>de</strong> 6,0 para 4,0. Quanto maior for o PT <strong>de</strong> uma forragem, mais<br />

lenta será a redução do pH, e maior <strong>de</strong>verá ser a inoculação <strong>de</strong> células <strong>de</strong> bactérias<br />

por grama <strong>de</strong> silagem, assim como será necessário mais açúcar na forragem, para<br />

produzir mais ácido.<br />

PB – Proteína Bruta: é igual ao conteúdo <strong>de</strong> nitrogênio dividido por 0,16<br />

(as proteínas contém aproximadamente 16% <strong>de</strong> nitrogênio).<br />

FDN – Fibra Detergente Neutra: em geral varia entre 9 e 70% da MS<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do material utilizado. Para a interpretação da FDN <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar<br />

não somente a FDN total, mas também a FDN efetiva que é a responsável pelo estímulo<br />

à ruminação.<br />

FDA – Fibra Detergente Ácida: representa aproximadamente <strong>de</strong> 3 a 45%<br />

da MS. São fibras <strong>de</strong> baixa digestibilida<strong>de</strong>. Seu teor aumenta com a maturida<strong>de</strong> da<br />

planta. Quanto maior a FDA, maior o teor <strong>de</strong> lignina.<br />

Nitrato: Geralmente altos teores <strong>de</strong> nitrato são encontrados em gramíneas<br />

com alta fertilização <strong>de</strong> nitrogênio ou que passaram por períodos intensos <strong>de</strong><br />

frio seco no seu cultivo. O nitrato é inofensivo; no entanto, ele po<strong>de</strong> facilmente ser<br />

transformado em nitrito tóxico e então em amônia. O nitrito inibe clostrídios, mas<br />

altos níveis <strong>de</strong>ssa substância po<strong>de</strong>m ser tóxicas para os animais. Para vacas, o<br />

limite máximo <strong>de</strong> Nitrato é 0,2% da MS.<br />

Interpretando análises da silagem<br />

pH – nível <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z expresso em –log (H+): Sua escala varia <strong>de</strong> 1 a<br />

14, sendo que quanto menor o pH, mais ácido e quanto maior, mais básico. Uma<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pH mais baixa, significa 10 vezes mais ácido.<br />

NH 3 -N – Amônia: representa o teor <strong>de</strong> nitrogênio amoniacal na silagem<br />

(em % <strong>de</strong> MS). Esse parâmetro dá uma idéia geral da qualida<strong>de</strong> da silagem, silagens


<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, geralmente tem NH 3 -N menor que 8%. Concentrações maiores<br />

que 12% são típicas <strong>de</strong> silagens <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>.<br />

Ácido lático: é um ácido com gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> redução do pH, produto<br />

<strong>de</strong> fermentação do açúcar da forragem.<br />

Ácido acético: geralmente presente na proporção <strong>de</strong> 10 a 30% em relação<br />

ao conteúdo do ácido lático. Via <strong>de</strong> regra, a formação <strong>de</strong> ácido acético causa<br />

perdas nutricionais, uma vez que junto a ele, forma-se CO 2 a partir <strong>de</strong> açúcares,<br />

mas ele tem efeito positivo na preservação da silagem, uma vez que é fungistático.<br />

Ácido propiônico: é um ácido formado a partir <strong>de</strong> bactérias propiônicas<br />

do ácido lático. Esse ácido tem alto po<strong>de</strong>r fungistático.<br />

Ácido butírico: esse parâmetro também serve como um indicativo geral<br />

da qualida<strong>de</strong> da silagem. Valores abaixo <strong>de</strong> 0,1% em relação a MS indicam silagem<br />

<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. Valores acima <strong>de</strong> 0,3% são típicos <strong>de</strong> silagens <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>.<br />

Apresenta cheiro forte, mas não é tóxico para os animais. É produzido por<br />

clostrídios.<br />

Etanol: o alto teor <strong>de</strong> etanol (pesquisas mostram variação <strong>de</strong> 1 a 15%)<br />

é <strong>de</strong>vido à intensa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leveduras e indica gran<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> aquecimento na<br />

abertura do silo. A presença <strong>de</strong> leveduras é mais crítica em silagens com altos teores<br />

<strong>de</strong> açúcares, como a <strong>de</strong> grão úmido e cana. Para essas silagens recomenda-se<br />

o uso <strong>de</strong> inoculantes específicos, com algum tipo ativida<strong>de</strong> fungistática.<br />

Interpretando análises microbianas<br />

UFC – Unida<strong>de</strong>s Formadoras <strong>de</strong> Colônia: representa a quantida<strong>de</strong> mínima<br />

<strong>de</strong> células vivas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada bactéria em um <strong>de</strong>terminado meio, por<br />

exemplo, por grama <strong>de</strong> material ensilado, ou por grama <strong>de</strong> inoculante. Geralmente<br />

expresso em potência <strong>de</strong> 10, por exemplo, 3 x 10 6 , significa 3 vezes 1.000.000 =<br />

3.000.000, ou seja, o expoente indica o número <strong>de</strong> zeros a direita do número um.<br />

vivas.<br />

UFC <strong>de</strong> Bactérias Láticas: é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células <strong>de</strong> bactérias láticas<br />

UFC <strong>de</strong> Leveduras: é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células <strong>de</strong> leveduras vivas. Concentrações<br />

superiores a 3 x 10 5 UFC/g <strong>de</strong> silagem po<strong>de</strong>m causar aquecimento do<br />

silo e gran<strong>de</strong>s perdas nutricionais.<br />

Mofos: o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fungos é facilmente notado pelo aquecimento<br />

da silagem.<br />

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20<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

Particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> algumas silagens<br />

>GRÃO ÚMIDO<br />

DEFINIÇÃO:<br />

Silagem <strong>de</strong> grãos úmidos é uma prática que permite a armazenagem <strong>de</strong><br />

sua safra da maneira mais econômica e eficaz, melhorando muito os rendimentos<br />

da sua proprieda<strong>de</strong>.<br />

VANTAGENS:<br />

• Libera a terra mais cedo;<br />

• Evita problemas <strong>de</strong> grãos ardidos;<br />

• Não tem <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, impurezas, ou transporte;<br />

• Não tem impostos;<br />

• Melhora o ganho <strong>de</strong> peso e sanida<strong>de</strong> dos animais;<br />

• Aumenta a lucrativida<strong>de</strong> da sua proprieda<strong>de</strong>;<br />

• Aumenta a digestibilida<strong>de</strong> dos grãos.<br />

COMO FAZER:<br />

01 – O milho <strong>de</strong>ve ser colhido com umida<strong>de</strong> entre 32% e 42%. A presença<br />

<strong>de</strong> sabugo e outras impurezas <strong>de</strong>ve ser evitada ao máximo, portanto <strong>de</strong>ve-se<br />

escolher um híbrido que <strong>de</strong>bulhe bem com alta umida<strong>de</strong>. Quando se utilizar milho<br />

seco, se adiciona água até chegar a 35 – 42% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.<br />

02 – Após a colheita o milho <strong>de</strong>ve ser IMEDIATAMENTE moído e ensilado,<br />

po<strong>de</strong>rá ser utilizado o mesmo moedor <strong>de</strong> grãos secos, apenas precisamos <strong>de</strong><br />

uma peneira maior.<br />

OBS: a moagem <strong>de</strong>ve ser fina para diminuir a presença <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>ntro do<br />

silo. Para isso os produtores po<strong>de</strong>m utilizar todos os tipos <strong>de</strong> moinhos<br />

existentes no mercado ou mesmo ensila<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> milho adaptadas para<br />

quebrar os grãos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que atenda as necessida<strong>de</strong>s.<br />

03 – A medida que vamos moendo os grãos <strong>de</strong> milho, <strong>de</strong>vemos armazená-los<br />

em silos que permitam um corte mínimo <strong>de</strong> 15cm por dia; esta regra é<br />

importante para não ocorrerem perdas (aquecimento da frente do silo).


OBS: O silo <strong>de</strong>ve ser todo revestido com lona plástica; uma boa compactação<br />

é muito importante para obtermos uma silagem <strong>de</strong> alto valor<br />

nutritivo.<br />

04 – Os grãos <strong>de</strong> milho jamais po<strong>de</strong>m entrar em contato com a terra;<br />

todo processo <strong>de</strong>ve ser feito com o máximo <strong>de</strong> higiene possível.<br />

05 – É necessário o uso <strong>de</strong> um bom inoculante, isto evitará o CHEIRO <strong>de</strong><br />

álcool ou vinagre, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fungos e a produção <strong>de</strong> micotoxinas, altamente<br />

tóxicas. O lnoculante <strong>de</strong>ve ser pulverizado em toda a massa, ou seja <strong>de</strong>vemos<br />

pulverizar o milho na saída do moedor.<br />

06 – O fechamento do silo <strong>de</strong>ve ser feito <strong>de</strong> forma a não permitir a entrada<br />

<strong>de</strong> ar. Coloque bastante peso em cima do silo, usando sacos com areia ou terra.<br />

CUIDADO: O Maior inimigo da silagem é o ar; portanto, a lona não <strong>de</strong>ve ter perfurações.<br />

07 – O silo po<strong>de</strong> ser aberto após alguns dias, ou permanecer fechado por<br />

vários meses, porém ao abri-lo <strong>de</strong>vemos obe<strong>de</strong>cer a regra da retirada <strong>de</strong> no mínimo<br />

20cm por dia; ou seja: precisamos dimensionar o silo <strong>de</strong> acordo com o consumo<br />

na proprieda<strong>de</strong>. Um metro cúbico <strong>de</strong> silagem <strong>de</strong> grão úmido tem aproximadamente<br />

1000kg, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da umida<strong>de</strong>.<br />

A silagem <strong>de</strong> grão úmido substitui perfeitamente o grão seco, com uma<br />

economia <strong>de</strong> até 30% graças ao aumento da digestibilida<strong>de</strong>.<br />

OBS: A compactação tem fundamental importância no resultado final da<br />

silagem.<br />

Uma boa silagem <strong>de</strong> grãos úmidos <strong>de</strong>ve ter no mínimo 900kg <strong>de</strong> silagem<br />

por metro cúbico, sendo que o i<strong>de</strong>al é ter entre 1100 e 1200kg/m³. Po<strong>de</strong>-se adicionar<br />

água na moenda para chegar à umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada.<br />

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22<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

Milho Reidratado e Ensilado na Alimentação <strong>de</strong><br />

Vacas Leiteiras<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras – Departamento <strong>de</strong> Zootecnia<br />

Marcos Neves Pereira (Professor Associado) – Junho <strong>de</strong> 2011<br />

Compreen<strong>de</strong>r a estrutura do milho é pertinente, já que este é o principal<br />

cereal energético em dietas para vacas leiteiras no Brasil. A semente do milho é<br />

composta pelo pericarpo (a camada <strong>de</strong> fibra envolvendo a semente), pelo gérmen<br />

(rico em proteína e óleo) e pelo endosperma. O endosperma representa <strong>de</strong> 75 a<br />

80% da semente e é constituído principalmente <strong>de</strong> amido e proteínas. Dentre as<br />

proteínas do endosperma temos albuminas, globulinas, glutelinas e prolaminas,<br />

as últimas <strong>de</strong> importância na nutrição <strong>de</strong> ruminantes. Prolaminas são proteínas<br />

associadas ao amido nos grãos <strong>de</strong> todos os cereais e têm nomes específicos, como<br />

a gliadina do trigo, a kafirina do sorgo e a zeína do milho, por exemplo. A zeína do<br />

milho representa <strong>de</strong> 30 a 60% <strong>de</strong> toda a proteína presente no grão. As prolaminas<br />

se localizam exteriormente aos grânulos <strong>de</strong> amido no endosperma. Em milho <strong>de</strong><br />

endosperma farináceo os grânulos <strong>de</strong> amido são esferas dispersas no endosperma,<br />

enquanto que em endosperma vítreo os grânulos <strong>de</strong> amido são helicoidais e<br />

a<strong>de</strong>nsados (Figura 1). Como a ligação entre os grânulos <strong>de</strong> amido e as prolaminas<br />

é muito forte no endosperma vítreo, nem água penetra entre os grânulos, e nem as<br />

amilases e maltases necessárias para que ocorra a quebra enzimática do amido a<br />

glicose no rúmen ou nos intestinos.<br />

Figura 1: Microscopia eletrônica <strong>de</strong> grânulos <strong>de</strong> amido no endosperma<br />

<strong>de</strong> milho farináceo (a) e <strong>de</strong> milho duro (b).<br />

a) b)<br />

Em formulações dietéticas com baixa inclusão <strong>de</strong> amido oriundo <strong>de</strong> milho<br />

e alta inclusão <strong>de</strong> fibra oriunda <strong>de</strong> forragens ou subprodutos fibrosos, normalmente<br />

interessantes financeiramente, a fermentabilida<strong>de</strong> do amido no rúmen po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>sempenho animal. O ganho em produção <strong>de</strong> proteína microbiana a<br />

partir <strong>de</strong> amido fermentável no rúmen po<strong>de</strong> resultar em aumento no fluxo <strong>de</strong> aminoácidos<br />

essenciais <strong>de</strong> origem microbiana do trato digestivo para o sangue. Por isto,<br />

o aumento no teor dietético <strong>de</strong> amido


fermentável, respeitando limites nutricionais não indutores <strong>de</strong> acidose<br />

ruminal, po<strong>de</strong> aumentar a secreção diária e o teor <strong>de</strong> proteína do leite. Aumento<br />

na taxa <strong>de</strong> crescimento microbiano a partir <strong>de</strong> amido fermentável também po<strong>de</strong><br />

aumentar a incorporação <strong>de</strong> amônia na proteína microbiana sintetizada no rúmen,<br />

capaz <strong>de</strong> reduzir o teor <strong>de</strong> nitrogênio uréico no plasma, uma rota para atuar positivamente<br />

sobre a eficiência reprodutiva <strong>de</strong> vacas leiteiras.<br />

Existem evidências <strong>de</strong> que grãos <strong>de</strong> milho <strong>de</strong> alta vitreosida<strong>de</strong> têm menor<br />

fermentabilida<strong>de</strong> do amido no rúmen que milho <strong>de</strong> endosperma farináceo. Este fato<br />

é particularmente importante nas condições brasileiras, já que a opção da indústria<br />

nacional <strong>de</strong> híbridos <strong>de</strong> milho foi por grãos <strong>de</strong> textura dura, com alta vitreosida<strong>de</strong><br />

do endosperma. Grãos <strong>de</strong> alta vitreosida<strong>de</strong> têm alta proporção <strong>de</strong> endosperma vítreo<br />

em relação ao endosperma farináceo, são mais <strong>de</strong>nsos que grãos farináceos,<br />

têm menor teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> que farináceos no mesmo estágio <strong>de</strong> maturação, e têm<br />

maior teor <strong>de</strong> prolamina. Tem sido <strong>de</strong>monstrado que a in<strong>de</strong>ntação presente no topo<br />

da semente não é uma boa medida da vitreosida<strong>de</strong> do endosperma. Grãos farináceos<br />

são <strong>de</strong>ntados, mas po<strong>de</strong> existir milho <strong>de</strong>ntado cujo endosperma é vítreo. Infelizmente<br />

nossa indústria <strong>de</strong> sementes ainda é pouco atualizada quanto aos distintos<br />

mecanismos genéticos <strong>de</strong> controle da vitreosida<strong>de</strong> do endosperma e da in<strong>de</strong>ntação<br />

nas sementes <strong>de</strong> milho, e continua erroneamente avaliando a textura do endosperma<br />

pelo escore <strong>de</strong> in<strong>de</strong>ntação da semente, inclusive em materiais promocionais <strong>de</strong><br />

híbridos para comercialização.<br />

A fermentação do milho, como a que ocorre durante o armazenamento<br />

por ensilagem, po<strong>de</strong> reduzir o teor <strong>de</strong> prolamina da semente. Este fato explica o<br />

ganho em digestibilida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ocorrer em silagens <strong>de</strong> milho armazendas por<br />

longo período, relativamente à digestibilida<strong>de</strong> do amido após a colheita do grão.<br />

Durante a ensilagem ocorre proteólise por enzimas microbianas da matriz protéica<br />

envolvendo os grânulos <strong>de</strong> amido, capaz <strong>de</strong> atuar positivamente sobre a digestibilida<strong>de</strong><br />

ruminal do amido em grãos <strong>de</strong> alta vitreosida<strong>de</strong>. Vale também ressaltar que<br />

grãos <strong>de</strong> milho colhidos no estágio maduro <strong>de</strong> maturação, normalmente utilizados<br />

para formular concentrados para vacas leiteiras tanto na fazenda quanto industrialmente,<br />

se encontram no ponto <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> fisiológica <strong>de</strong> máxima vitreosida<strong>de</strong> e<br />

mínima digestibilida<strong>de</strong>, fazendo com que medidas capazes <strong>de</strong> aumentar a <strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong><br />

ruminal do amido sejam mais necessárias.<br />

A ensilagem <strong>de</strong> grãos colhidos em torno do estágio <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong><br />

linha negra, a conhecida “silagem <strong>de</strong> grão úmido”, po<strong>de</strong> induzir ganho no <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> vacas leiteiras alimentadas com baixo teor dietético <strong>de</strong> amido oriundo <strong>de</strong><br />

grãos duros. Entretanto, a colheita do grão em estágio <strong>de</strong> maturação em torno da<br />

linha negra, quando a planta apresenta teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> entre 35 e 40%, po<strong>de</strong> ser<br />

problemática. O pequeno intervalo para colheita, normalmente realizada no período<br />

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24<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

chuvoso do ano, aumenta a chance <strong>de</strong> insucesso no processo, <strong>de</strong>vido à maturação<br />

excessiva e à conseqüente perda <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> dos grãos.<br />

Uma alternativa para reduzir o risco na ensilagem <strong>de</strong> grãos úmidos <strong>de</strong><br />

milho seria a prática da rehidratação e ensilagem do grão em estágio maduro. A<br />

rehidratação do grão <strong>de</strong> milho consiste em <strong>de</strong>volver ao grão já seco a umida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada para que o mesmo seja fermentado no silo. O uso <strong>de</strong>sta técnica po<strong>de</strong><br />

beneficiar os produtores que não possuem equipamentos para a colheita do milho<br />

no ponto <strong>de</strong> maturação em torno da linha negra e aqueles que não possuem<br />

área suficiente para plantar milho para a colheita <strong>de</strong> grãos, pois po<strong>de</strong>m comprar o<br />

milho grão e ensilá-lo na fazenda. Além disso, a rehidratação po<strong>de</strong> ser usada em<br />

casos <strong>de</strong> atraso na colheita, situação em que o teor <strong>de</strong> matéria seca ultrapassa o<br />

<strong>de</strong>sejado para o processo <strong>de</strong> ensilagem do grão úmido. A ensilagem do milho grão<br />

na fazenda, além <strong>de</strong> potencialmente aumentar a digestibilida<strong>de</strong> do amido, também<br />

concentra a operação <strong>de</strong> moagem, comparativamente à prática usual <strong>de</strong> moagem<br />

<strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s à medida que mais grão é necessário para alimentar os<br />

animais. A rehidratação e ensilagem também po<strong>de</strong> reduzir custos <strong>de</strong> transporte e<br />

armazenamento <strong>de</strong> grãos. Em grãos maduros a moagem também po<strong>de</strong> ser mais<br />

fina que a realizada em grãos colhidos no estágio <strong>de</strong> linha negra, o que po<strong>de</strong> fisicamente<br />

aumentar a digestibilida<strong>de</strong> do amido no rúmen. Moagem fina, rehidratação e<br />

ensilagem também po<strong>de</strong> viabilizar o armazenamento <strong>de</strong> sorgo grão por ensilagem,<br />

já que este grão requer moagem grosseira quando colhido com alto teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>,<br />

e portanto po<strong>de</strong> ter alta perda fecal do amido presente nos grãos pequenos e<br />

inteiros, que inevitalmente passam pela peneira do moínho com orifícios <strong>de</strong> maior<br />

diâmetro que a plausível <strong>de</strong> utilização na moagem <strong>de</strong> grãos maduros.<br />

Figura 2: Canos adaptados abaixo das facas do moinho para propiciar<br />

a hidratação perfeita do milho durante a moagem do grão maduro para ensilagem:<br />

Um <strong>de</strong>talhe importantíssimo na confecção da silagem <strong>de</strong> grão reidratado<br />

é a homogeneização da àgua ao grão moído. Este processo po<strong>de</strong> ser realizado<br />

através <strong>de</strong> uma adaptação no moinho (Figura 2) ou por mistura da àgua ao grão já<br />

triturado em um vagão misturador. A adaptação no moinho consiste em passar dois<br />

canos perfurados <strong>de</strong> 1 polegada imediatamente abaixo das facas do equipamento.<br />

Desta maneira, o milho triturado é imediatamente misturado a àgua e cai no silo


perfeitamente homogeneizado. Caso a àgua seja incorporada ao milho moído por<br />

mistura não vigorosa, a hidratação do grão não é perfeita, e po<strong>de</strong> resultar em perda<br />

do ensilado por crescimento <strong>de</strong> fungos.<br />

Enfatizar a importância da incorporação perfeita da àgua ao milho moído<br />

é importante. Distintamente da prática <strong>de</strong> aspergir inoculantes em silagens com o<br />

intuito <strong>de</strong> atuar positivamente sobre o processo fermentativo no silo, a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> àgua necessária para trazer o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> do grão maduro para valores<br />

a<strong>de</strong>quados à ensilagem é bem maior. Avaliamos a incorporação <strong>de</strong> àgua ao milho<br />

maduro para obter teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> na silagem <strong>de</strong> 20, 30 ou 40% (Tabela 1). Os<br />

resultados sugerem, com base no pH final das silagens, que obter teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong><br />

do ensilado acima <strong>de</strong> 30% da matéria natural foi a<strong>de</strong>quado. Com base nestes<br />

dados a recomendação prática tem sido acrescentar <strong>de</strong> 250 a 300 litros <strong>de</strong> àgua por<br />

tonelada <strong>de</strong> milho com teor <strong>de</strong> matéria seca original ao redor <strong>de</strong> 12%.<br />

Tabela 1: Efeito do teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> inoculante bacteriano sobre a<br />

silagem <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> milho colhido em estágio maduro, reidratado e ensilado.<br />

Reconstituição Inoculante<br />

Umida<strong>de</strong><br />

(% da MN)<br />

Densida<strong>de</strong><br />

(kg/m3)<br />

Perda<br />

(% da MS)<br />

pH<br />

N-NH3<br />

(% do N)<br />

20 Sim 20,5 835,5 0,5 4,25 0,09<br />

30 Sim 31,2 910,7 1,1 3,73 0,42<br />

40 Sim 41,5 972,5 1,2 3,69 0,62<br />

20 Não 21,1 840,3 1,9 5,35 0,19<br />

30 Não 31,7 914,7 1,8 3,98 0,60<br />

40 Não 40,9 973,2 1,7 3,80 0,66<br />

A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ensilado é <strong>de</strong> 900 a 1000 kg/m3 quando teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong><br />

do ensilado atingem mais <strong>de</strong> 30% da matéria natural (Tabela 1). Como a profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgarga <strong>de</strong> silagens <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> pelo menos 10-15 cm da face em<br />

silos tipo trincheira, visando reduzir perdas por <strong>de</strong>terioração aeróbica durante o<br />

<strong>de</strong>scarregamento, se recomenda que silos <strong>de</strong> grão reidratado sejam menores que<br />

silos utilizados para ensilagens <strong>de</strong> planta inteira <strong>de</strong> milho, já que tanto a quantida<strong>de</strong><br />

do alimento fornecido por vaca quanto a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da silagem são maiores no<br />

reidratado (Figura 3).<br />

Simultaneamente à avaliação do teor mais a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, foi<br />

avaliado o efeito da inoculação microbiana da silagem <strong>de</strong> grão reidratado (Tabela<br />

1). Os menores valores <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> matéria seca e pH nas silagens inoculadas<br />

sugerem que o investimento neste tipo <strong>de</strong> produto é recomendável. Apesar da ensilagem<br />

ocorrer mesmo sem o uso do inoculante, o alto valor financeiro por unida<strong>de</strong><br />

do milho grão ensilado, comparativamente a uma silagem <strong>de</strong> planta inteira, faz com<br />

25


26<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

a prática <strong>de</strong> inoculação seja justificável, como forma <strong>de</strong> garantir um melhor perfil<br />

fermentativo e reduzir a perda <strong>de</strong> alimento durante a estocagem no silo.<br />

Figura 3: Silo <strong>de</strong> grão reidratado e ensilado enfatizando a baixa altura<br />

a<strong>de</strong>quada ao baixo volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga diária <strong>de</strong> alimento. Fatias <strong>de</strong> no mínimo 15<br />

cm <strong>de</strong>vem ser retiradas a cada <strong>de</strong>scarga.<br />

Um aspecto importante é o potencial <strong>de</strong> se obter ganho em digestibilida<strong>de</strong><br />

do milho pela ensilagem. O ganho em digestibilida<strong>de</strong> induzido pela ensilagem,<br />

proporcionalmente ao mesmo híbrido em estágio maduro finamente moído, foi<br />

maior em milho duro do que em milho farináceo (Figura 3). Apesar <strong>de</strong> milho farináceo<br />

ter sido mais digestível que o milho duro, a digestibilida<strong>de</strong> do duro ensilado<br />

foi maior que a do farináceo finamente moído. Este resultado enfatiza o potencial<br />

da ensilagem <strong>de</strong> grãos como forma <strong>de</strong> atuar sobre a baixa digestibilida<strong>de</strong> do amido<br />

nos híbridos <strong>de</strong> milho brasileiros. Quanto maior o tempo <strong>de</strong> estocagem, teoricamente<br />

maior é o efeito da ensilagem sobre a digestibilida<strong>de</strong> do amido. Na prática,<br />

é recomendável manter qualquer milho ensilado por não menos que 3-4 meses<br />

até a abertura do silo, obviamente se o inventário <strong>de</strong> alimentos da fazenda permitir<br />

que este período <strong>de</strong> armazenamento seja respeitado. Em silagens <strong>de</strong> planta inteira,<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ocorrer a presença <strong>de</strong> grãos inteiros ou parcialmente danificados na<br />

silagem, o efeito do tempo <strong>de</strong> estocagem sobre a digestibilida<strong>de</strong> dos grãos po<strong>de</strong><br />

ser facilmente avaliado pela resistência dos grãos a esmagamento manual ou pela<br />

observação visual da presença <strong>de</strong> grãos inteiros nas fezes dos animais.<br />

A ensilagem do milho, além <strong>de</strong> reduzir o teor <strong>de</strong> prolamina do endosperma<br />

por <strong>de</strong>gradação enzimática, também aumenta o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> do grão, o<br />

que po<strong>de</strong> reduzir o tempo entre a ingestão e o início da digestão no trato digestivo.<br />

Antes <strong>de</strong> ser enzimaticamente <strong>de</strong>gradado, partículas alimentares necessitam ser<br />

hidratadas no trato digestivo, o que é mensurado em nutrição como taxa <strong>de</strong> hidratação.<br />

Além da hidratação e da <strong>de</strong>gradação enzimática <strong>de</strong> prolaminas, a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> usar moagem fina em milho maduro, algo não permissível em milho colhido<br />

no estágio <strong>de</strong> linha negra, faz com que milho maduro reidratado e ensilado induza<br />

resposta em digestão e <strong>de</strong>sempenho animal similar ao observado com silagem <strong>de</strong><br />

grão úmido, mesmo com endosperma menos vítreo no último, em <strong>de</strong>corrência da<br />

colheita em estágio <strong>de</strong> maturação mais precoce.


Figura 4: Degradabilida<strong>de</strong> efetiva no rúmen (% da matéria seca do grão)<br />

<strong>de</strong> milho maduro com textura dura ou farinácea do endosperma; moído ou reidratado<br />

e ensilado.<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Duro Farináceo<br />

Moído Fino Reidratado e ensilado<br />

Outro caminho para atuar positivamente sobre a digestibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> híbridos<br />

duros seria o processamento térmico, como a floculação, a extrusão ou<br />

a laminação, adotável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que exista disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ingrediente<br />

a custo compatível. Nosso grupo <strong>de</strong> pesquisa avaliou o efeito da rehidratação e<br />

ensilagem <strong>de</strong> milho duro finamente moído ou da extrusão sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

vacas leiteiras alimentadas com alto teor <strong>de</strong> polpa cítrica. Os tratamentos foram:<br />

milho finamente moído, milho reidratado e ensilado, ou milho extrusado. Um híbrido<br />

<strong>de</strong> milho com textura dura do endosperma foi colhido em estágio maduro<br />

<strong>de</strong> maturação, moído em peneira <strong>de</strong> 2 mm, e reidratado e ensilado com inoculante<br />

microbiano. O período <strong>de</strong> ensilagem, compreendido entre o fechamento do silo e a<br />

abertura realizada no primeiro dia do experimento, foi <strong>de</strong> 327 dias. O teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong><br />

na silagem obtida foi <strong>de</strong> 43,7% da matéria natural. O mesmo híbrido foi moido<br />

no mesmo moinho e com o mesmo tamanho <strong>de</strong> partícula no tratamento milho<br />

finamente moído. Outra partida do mesmo híbrido foi extrusado industrialmente.<br />

A composição média das dietas foi (% da matéria seca): Silagem <strong>de</strong> milho (41,5);<br />

farelo <strong>de</strong> soja (21,5), polpa cítrica (17,5), proteína bruta (17,3), fibra em <strong>de</strong>tergente<br />

neutro (30,9). O teor dietético <strong>de</strong> milho ensilado foi 16,7%, <strong>de</strong> moído foi 17,4% e <strong>de</strong><br />

extrusado foi 17,7%. A produção <strong>de</strong> leite foi 33,3 kg/d. O milho extrusado <strong>de</strong>primiu<br />

a secreção <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> gordura no leite e a ingestão <strong>de</strong> matéria seca e ten<strong>de</strong>u a<br />

aumentar o teor <strong>de</strong> proteína do leite. Houve tendência <strong>de</strong> aumento na digestibilida<strong>de</strong><br />

27


28<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

da matéria orgânica no tratamento com milho ensilado. Tanto a extrusão quanto a<br />

ensilagem ten<strong>de</strong>ram a aumentar a relação entre a produção <strong>de</strong> leite e o consumo <strong>de</strong><br />

matéria seca, resultando portanto em ganho na eficiência alimentar.<br />

Projeto financiado pela Fapemig: CVZ 1945/06<br />

Aveia e cevada cervejeira grão pastoso<br />

A partir do estágio <strong>de</strong> grão leitoso e pastoso, o teor <strong>de</strong> matéria seca tanto<br />

na silagem <strong>de</strong> aveia como a silagem <strong>de</strong> cevada cervejeira situa-se entre 25 a 30%,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam feitos tratamentos com fungicidas para doenças foliares. Caso<br />

ocorra perda <strong>de</strong> área foliar por ocorrência <strong>de</strong> doenças fúngicas, o teor <strong>de</strong> matéria<br />

seca fica em torno <strong>de</strong> 40%, o que vai dificultar a compactação do silo.<br />

É importante que o pique da forragem seja <strong>de</strong> 1-3cm, afim <strong>de</strong> que possibilite<br />

uma boa compactação no silo, e não ocorra instabilida<strong>de</strong> aeróbica e aquecimento<br />

na utilização da silagem.<br />

Silagens <strong>de</strong> aveia e cevada no estágio <strong>de</strong> grão duro apresentam um teor<br />

<strong>de</strong> matéria seca em torno <strong>de</strong> 50%.<br />

Em experimento que conduzimos com cevada cervejeira, concluímos<br />

que o ponto i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> corte é a fase <strong>de</strong> grão pastoso, conforme mostra a tabela a<br />

seguir.<br />

Nesta fase o nível <strong>de</strong> proteína bruta é maior na fase <strong>de</strong> grão duro por kg<br />

<strong>de</strong> material ensilado, porém a digestibilida<strong>de</strong> e o consumo voluntário são melhores<br />

na fase <strong>de</strong> grão pastoso, comparativamente com a fase <strong>de</strong> grão duro e grão leitoso.<br />

O nível energético da silagem também é superior no grão pastoso.<br />

SILAGEM DE CEVADA CERVEJEIRA<br />

>PRÉ-SECADO<br />

» CORTE<br />

Para se obter bons resultados com silagens pré-secadas é necessário<br />

observar os seguintes pontos:<br />

• Regular bem o equipamento <strong>de</strong> corte para evitar perdas;<br />

• Afiar bem as facas;


• Cortar numa velocida<strong>de</strong> do trator não maior que 10km/hora;<br />

• Cortar <strong>de</strong> 6 a 8cm <strong>de</strong> altura do solo para preservar o rebrote.<br />

» RECOLHIMENTO<br />

O recolhimento <strong>de</strong>ve ser feito quando o teor <strong>de</strong> matéria seca <strong>de</strong>ve atingir<br />

<strong>de</strong> 25 a 30%.<br />

O pique da silagem pré-secada <strong>de</strong>ve ficar entre 2 a 4cm, quando ensilarmos<br />

culturas <strong>de</strong> inverno até o emborrachamento. Teremos mantido um bom valor<br />

estrutural da forrageira, e no silo teremos outras vantagens tais como:<br />

• Durante a ensilagem o material pré-secado é melhor distribuído no silo.<br />

• A silagem fica mais homogênea, principalmente, no que se refere à<br />

umida<strong>de</strong>, evitando pontos <strong>de</strong> apodrecimento e consequente perda da<br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

• Material com pique reduzido compacta melhor, conserva melhor e armazena<br />

mais silagem por metro cúbico.<br />

• Facilita a retirada da silagem, a mistura na dieta total e aumenta a ingestão<br />

dos animais.<br />

» USO DE INOCULANTE PARA UMA BOA FERMENTAÇÃO<br />

E PRESERVAÇÃO DA SILAGEM PRÉ-SECADA<br />

Tanto a fermentação como a preservação da silagem pré-secada <strong>de</strong> azevém<br />

ou outra gramínea <strong>de</strong> inverno, está ligada ao seu teor <strong>de</strong> matéria seca e ao uso<br />

<strong>de</strong> inoculantes bacterianos, produtores <strong>de</strong> ácido lático e também <strong>de</strong> ácido propiônico,<br />

já que a compactação po<strong>de</strong> não ser i<strong>de</strong>al.<br />

Em silos <strong>de</strong> superfície e silos trincheira, consi<strong>de</strong>ramos como i<strong>de</strong>al para<br />

silagem pré-secada, uma matéria seca <strong>de</strong> 25% a 30%. Com esta matéria seca teremos<br />

uma boa compactação no silo e estabilida<strong>de</strong> após a abertura. Porém, também<br />

teremos um ambiente favorável à proliferação <strong>de</strong> bactérias do gênero clostridium,<br />

que são produtoras <strong>de</strong> ácido butírico, e que <strong>de</strong>terminam perdas <strong>de</strong> energia e proteína,<br />

produzindo substâncias tóxicas, palatabilida<strong>de</strong> ruim e mau cheiro na silagem.<br />

Em silagens pré-secadas <strong>de</strong>vemos usar KERA-SIL misturado a KERA-<br />

-SIL GRÃO ÚMIDO ou KERA-SIL CANA em partes iguais na dosagem recomendada.<br />

Outro fator que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado é o teor <strong>de</strong> proteína, para dosar o inoculante.<br />

Silagens com teor superior a 16% <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong>verão ter a concentração <strong>de</strong><br />

inoculante e açúcar aumentadas (aconselhamos 500g <strong>de</strong> açúcar por tonelada <strong>de</strong><br />

forragem), pois a acidificação do silo fica mais difícil, quando ensilamos forrageiras<br />

29


30<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

em estágios iniciais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e ricas em proteína (alto po<strong>de</strong>r tampão da<br />

forragem).<br />

>CANA-DE-AÇÚCAR<br />

1 – Colher quando o teor <strong>de</strong> açúcar estiver no máximo.<br />

OBS: Atualmente, há centros <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvendo varieda<strong>de</strong>s<br />

mais precoces, <strong>de</strong> até 8 meses <strong>de</strong> ciclo.<br />

2 – Evitar a contaminação com terra. A cana traz para o silo microrganismos<br />

in<strong>de</strong>sejáveis em tão maior quantida<strong>de</strong> quanto mais terra vier com a forragem.<br />

3 – Proce<strong>de</strong>r a picagem do material em partículas bem pequenas, seguindo<br />

as especificações já mencionadas, para garantir uma fermentação mais rápida<br />

com perdas menores.<br />

4 – Usar inoculantes específicos, como por exemplo, os que possuem<br />

bactérias produtoras <strong>de</strong> ácido propiônico.<br />

>CAPIM-ELEFANTE<br />

Devido ao alto índice <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> do capim-elefante, é importante a observação<br />

<strong>de</strong> alguns aspectos:<br />

1 – Colher o material no ponto correto; caso contrário, <strong>de</strong>ixar murchar.<br />

2 – O capim <strong>de</strong>ve estar com 18-22% <strong>de</strong> matéria seca. Isto ocorre entre<br />

70 a 90 dias.<br />

3 – A colheita mecânica é mais indicada, como forma <strong>de</strong> acelerar o processo<br />

<strong>de</strong> ensilagem.<br />

4 – Inocular com KERA-SIL, que dá uma inoculação <strong>de</strong> 320.000 bactérias<br />

por grama <strong>de</strong> silagem.<br />

5 – Adicionar à solução <strong>de</strong> inoculante, 200g <strong>de</strong> açúcar/tonelada <strong>de</strong> silagem,<br />

quando o capim for cortado sobre maduro (passado).<br />

Aspectos importantes na escolha <strong>de</strong> um<br />

inoculante<br />

Não existe uma recomendação única para indicação do inoculante. Em<br />

geral, <strong>de</strong>vemos ter claro 4 aspectos:


1) O inoculante <strong>de</strong>verá ter uma <strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células <strong>de</strong><br />

bactérias, que garanta a inoculação mínima <strong>de</strong> 200.000 células por grama<br />

<strong>de</strong> silagem;<br />

2) Em silagens <strong>de</strong> grão úmido e cana-<strong>de</strong>-açúcar, escolher um produto<br />

que tenha bactérias formadoras <strong>de</strong> ácido lático e também <strong>de</strong> algum ácido<br />

com ativida<strong>de</strong> fungistática, como o propiônico;<br />

3) Mesmo em silagens que normalmente são inoculadas somente com<br />

bactérias láticas, mas que não serão bem compactadas (por exemplo,<br />

quando a matéria seca é muito alta), então será preferível utilizar um<br />

inoculante com ativida<strong>de</strong> fungistática, que além da produção <strong>de</strong> ácido<br />

lático, para evitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fungos;<br />

4) As cepas <strong>de</strong> bactérias que compõe o inoculante <strong>de</strong>vem ser indicadas<br />

como boas produtoras <strong>de</strong> ácido nas condições normais <strong>de</strong> uma silagem<br />

(temperatura, umida<strong>de</strong>, etc).<br />

Para calcular quantas bactérias um inoculante adiciona a cada grama <strong>de</strong><br />

forragem vamos ver um exemplo: suponha que no rótulo do produto se obtenha<br />

a seguinte informação: Pediococcus acidilactici – 10 x 10 10 UFC/g. Isto significa 10<br />

x 10.000.000.000UFC por grama, ou seja 100.000.000.000 (cem bilhões) <strong>de</strong> UFC<br />

em 1 (uma) grama. Note que é o mesmo que adicionar tantos 0 (zeros) quanto<br />

for o número em cima do 10 (<strong>de</strong>z). Se a recomendação do produto acima é usar<br />

2 (duas) gramas por tonelada <strong>de</strong> material ensilado, significa dizer que <strong>de</strong>verá ser<br />

usado 2 x 100.000.000.000 que é igual a 200.000.000.000 (duzentos bilhões) <strong>de</strong><br />

UFC por tonelada <strong>de</strong> material. Para saber quanto <strong>de</strong> microrganismos estaremos<br />

inoculando em 1 (uma) grama <strong>de</strong> material ensilado, basta dividir 200.000.000.000<br />

(duzentos bilhões) por 1.000.000 (um milhão). Isto porque 1T (uma tonelada) é<br />

igual a 1.000.000g (um milhão <strong>de</strong> gramas). Logo o produto em questão, promoverá<br />

uma inoculação <strong>de</strong> 200.000 (duzentos mil) UFC por grama <strong>de</strong> material ensilado. Se<br />

<strong>de</strong>sejar, po<strong>de</strong>mos usar a seguinte fórmula:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

P x C<br />

1.000.000<br />

P = Quantida<strong>de</strong> do produto recomendada por tonelada <strong>de</strong> material a ser<br />

ensilado<br />

C = Concentração do produto em UFC/g<br />

No exemplo acima, temos:<br />

31


32<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

2 x 100.000.000.000<br />

1.000.000<br />

= 2.000.000 UFC<br />

Para <strong>de</strong>terminar a concentração bacteriana <strong>de</strong>vemos somar as concentrações<br />

<strong>de</strong> todas as bactérias presentes no inoculante. Não é recomendável que o<br />

inoculante contenha mais que dois tipos <strong>de</strong> bactérias. As bactérias presentes <strong>de</strong>vem<br />

ser sinérgicas, ou seja, uma propiciar o crescimento da outra.<br />

Outro fator importante a ser observado é o tipo <strong>de</strong> material que <strong>de</strong>sejamos<br />

ensilar, bem como a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enchimento e o consumo do material após<br />

abertura. De maneira geral, po<strong>de</strong>mos seguir o seguinte:<br />

• Sempre que possível, faça a opção por colheita mecânica e a pulverização<br />

do inoculante com bombas próprias acopladas à ensila<strong>de</strong>ira e atente<br />

para não usar água clorada na diluição do inoculante (para evitar que o<br />

cloro mate as bactérias do inoculante).<br />

• Não esqueça que o material que está sendo ensilado provavelmente<br />

será usado durante 1 (um) ano. Errar significa comprometer a alimentação<br />

dos animais durante todo o tempo <strong>de</strong> uso do silo.<br />

• Nada substitui uma silagem <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

<strong>Kera</strong>-Sil<br />

» BENEFÍCIOS<br />

• Melhora a digestibilida<strong>de</strong> da forragem;<br />

• Evita a perda física da forragem;<br />

• Reduz a produção <strong>de</strong> chorume e perdas <strong>de</strong> proteínas e energia;<br />

• Retorno econômico muito superior ao valor do inoculante, pela preservação<br />

do valor nutritivo do material ensilado;<br />

• Aumento na produção <strong>de</strong> leite é superior a 10% <strong>de</strong> leite/animal/dia;<br />

• Acelera a fermentação, estabilizando a forragem rapidamente, minimizando<br />

as perdas;<br />

• Melhora a palatabilida<strong>de</strong> e o consumo. O bovino ingere, em média, 15%<br />

a mais <strong>de</strong> matéria seca.


» O MECANISMO<br />

Forragem<br />

fresca<br />

pH 6,5 Pediococcus acidilactici pH 5,0<br />

pH 5,5 Lactobacillus plantarum pH 4,0<br />

Silagem<br />

estável<br />

» EFICIÊNCIA<br />

• KERA-SIL reduz a fase <strong>de</strong> respiração da planta <strong>de</strong>pois do corte, reduzindo<br />

as perdas <strong>de</strong> açúcares segundo a seguinte reação:<br />

Açúcar + Oxigênio CO 2 + água + calor<br />

• Depois <strong>de</strong> 10 horas a respiração pára.<br />

• O aumento da temperatura é limitado a uma ou duas horas após o<br />

fechamento do silo.<br />

» MODO DE USAR<br />

• Dissolver o inoculante em água limpa e sem cloro, em proporções que<br />

assegurem o uso das dosagens recomendadas.<br />

• Usar 2 litros da solução por tonelada ensilada.<br />

» DOSAGENS<br />

• 1 (um) sachet <strong>de</strong> 200g para 50 toneladas <strong>de</strong> silagem.<br />

• 1 (um) sachet <strong>de</strong> 1kg para 250 toneladas <strong>de</strong> silagem.<br />

Inocula a forragem com 320.000UFC/g <strong>de</strong> material ensilado.<br />

Estudo econômico do uso <strong>de</strong> KERA-SIL<br />

Escolhemos a produção leiteira como exemplo das vantagens potenciais<br />

nos custos que vêm com o uso <strong>de</strong> KERA-SIL <strong>de</strong>vido a sua relativa estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mercado, não sendo sempre o caso da produção <strong>de</strong> carne.<br />

GASTOS PARA 1 VACA DE LEITE:<br />

• Silagem com 30% <strong>de</strong> MS;<br />

33


34<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

• Período <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> 150 dias = 1,5 toneladas <strong>de</strong> MS por vaca;<br />

• Preço médio do leite R$ 0,70/litro;<br />

• Custo do tratamento com KERA-SIL = R$ 2,50/tonelada tratada;<br />

• A pesquisa <strong>de</strong>monstra que o consumo <strong>de</strong> silagem diminui entre 10 e<br />

15% quando a silagem não é inoculada. A queda na produção <strong>de</strong> leite vai<br />

<strong>de</strong> 1,5L a 2,5litro/animal/dia.<br />

PERDAS POR VACA NO DECORRER DE 150 DIAS,<br />

QUANDO A SILAGEM NÃO FOI INOCULADA:<br />

Açúcar + Oxigênio CO 2 + água + calor<br />

Mínimo -1,5L 1,5L x 150 dias = 225 x 0,7/L = R$ 157,50<br />

Máximo -2,5L 2,5L x 150 dias = 375 x 0,7/L = R$ 262,50<br />

CUSTO DO USO DE KERA-SIL<br />

PARA1,5 TONELADAS DE MS (A 30%)<br />

1,5 toneladas <strong>de</strong> MS (30%) = 5 toneladas <strong>de</strong> silagem;<br />

Custo do KERA-SIL por tonelada <strong>de</strong> silagem = R$ 2,50;<br />

Custo do KERA-SIL em 5 toneladas <strong>de</strong> silagem = R$ 12,50;<br />

Custo do inoculante por vaca em 150 dias = R$ 12,50.<br />

GANHO POR VACA NO DECORRER DE 150 DIAS<br />

Mínimo R$ 157,50 - R$ 12,50 = R$ 145,00<br />

Máximo R$ 262,50 - R$ 12,50 = R$ 250,00<br />

A utilização <strong>de</strong> KERA-SIL repre senta um lucro líquido entre R$ 157,50 e<br />

R$ 262,50 por animal em 150 dias.


<strong>Kera</strong>-Sil Grão Úmido<br />

KERA-SIL GRÃO ÚMIDO combina a eficiência da bactéria lática na diminuição<br />

do pH com a ação fungistática da bactéria propiônica. Esta sinergia entre ambas<br />

impe<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bactérias in<strong>de</strong>sejáveis (graças à diminuição rápida do<br />

pH) e também <strong>de</strong> fungos e leveduras (<strong>de</strong>vido à produção <strong>de</strong> ácido propiônico).<br />

» BENEFÍCIOS<br />

• Impe<strong>de</strong> a multiplicação <strong>de</strong> fungos e portanto, a produção <strong>de</strong> micotoxinas;<br />

• Aumenta a ingestão <strong>de</strong> matéria seca;<br />

• Aumenta a digestibilida<strong>de</strong> e palatabilida<strong>de</strong>;<br />

• Produz ácido lático e propiônico;<br />

• Mantém a temperatura da silagem estável por mais tempo após a abertura<br />

do silo.<br />

» O MECANISMO<br />

Açúcares Lactobacillus plantarum Ácido Lático<br />

Ácido Lático Propionibacterium Ácido Propiônico<br />

» PRINCÍPIO DE ATUAÇÃO<br />

Ácido Lático Diminuição <strong>de</strong> pH inativação <strong>de</strong> bactérias<br />

in<strong>de</strong>sejáveis (estabilida<strong>de</strong> anaeróbica)<br />

Ácido Propiônico Ativida<strong>de</strong> Fungistática inativação <strong>de</strong><br />

fungos (aumento da estabilida<strong>de</strong> aeróbica)<br />

» MODO DE USAR<br />

• Dissolver o inoculante em água limpa e sem cloro em proporções que<br />

assegurem o uso das dosagens recomendas.<br />

• Usar dois litros da solução por tonelada ensilada.<br />

35


36<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

» DOSAGENS<br />

• 1 (um) sachet <strong>de</strong> 200g trata 50 toneladas <strong>de</strong> silagem. Inocula o grão<br />

úmido com 200.000UFC/g <strong>de</strong> material ensilado.<br />

» EFEITOS NOS ANIMAIS DO DESENVOLVIMENTO<br />

DE FUNGOS NA SILAGEM<br />

• Perda <strong>de</strong> valor nutritivo (energia e proteínas).<br />

• Produção <strong>de</strong> micotoxinas: as diversas micotoxinas possíveis <strong>de</strong> serem<br />

encontradas na silagem afetam <strong>de</strong> diferentes formas os animais:<br />

A patulina dificulta a ruminação e po<strong>de</strong> paralisá-la.<br />

O zearalenone causa aborto e infertilida<strong>de</strong>.<br />

A dose letal da aflatoxina (LD 50 = dose letal para 50% dos<br />

animais) é igual a LD 50 da estricnina.<br />

Estabilida<strong>de</strong> da contagem <strong>de</strong> células fúngicas num silo inoculado com<br />

bactéria propiônica, comparado a um silo sem inoculação:<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

Média <strong>de</strong> resultados - AFLATOXINAS mg/Kg<br />

0 7 14 21 28 dias<br />

UFC/g<br />

48000<br />

43200<br />

38400<br />

33600<br />

28800<br />

24000<br />

19200<br />

14400<br />

9600<br />

TIPO DE TRATAMENTO<br />

SILAGEM DE MILHO<br />

COM INOCULANTE<br />

SILAGEM DE MILHO<br />

SEM INOCULANTE<br />

(TESTEMUNHA)<br />

Testemunha<br />

Inoculado<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

UFC <strong>de</strong> fungos/g <strong>de</strong> forragem (em milhões)<br />

Média <strong>de</strong> resultados - UFC/g<br />

TIPO DE TRATAMENTO<br />

SILAGEM DE MILHO<br />

COM INOCULANTE<br />

SILAGEM DE MILHO<br />

SEM INOCULANTE<br />

(TESTEMUNHA)<br />

0 7 14 21 28 dias<br />

Fonte: Laboratório ALAC <strong>de</strong> Garibaldi, RS.


6<br />

0 7 14 21 28 dias<br />

UFC/g<br />

48000<br />

43200<br />

38400<br />

33600<br />

28800<br />

24000<br />

19200<br />

14400<br />

9600<br />

4800<br />

0<br />

Testemunha<br />

Inoculado<br />

0<br />

abertura 2 dias 4 dias<br />

Tempo <strong>de</strong> abertura do silo<br />

0 7 14 21 28 dias<br />

Fonte: Laboratório ALAC <strong>de</strong> Garibaldi, RS.<br />

Importante: A silagem inoculada com Propionibacterium não continha mofos na<br />

abertura do silo e também não apareceram após dois dias <strong>de</strong> abertura (tempo normal<br />

<strong>de</strong> exposição em uma granja).<br />

<strong>Kera</strong>-Sil Cana<br />

KERA-SIL CANA combina a eficiência da bactéria lática na diminuição<br />

do pH com a ação fungistática da bactéria propiônica. Esta sinergia entre ambas<br />

impe<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bactérias in<strong>de</strong>sejáveis (graças à diminuição rápida<br />

do pH) e também <strong>de</strong> fungos e leveduras (<strong>de</strong>vido à produção <strong>de</strong> ácido propiônico).<br />

» BENEFÍCIOS<br />

• Inibe a produção <strong>de</strong> álcool e preserva o valor energético da cana;<br />

• Reduz o crescimento <strong>de</strong> fungos e leveduras, evitando perdas <strong>de</strong> matéria<br />

seca por fermentações in<strong>de</strong>sejáveis;<br />

• Mantêm boa palatabilida<strong>de</strong> na silagem;<br />

• Proporciona maior ingestão da silagem pelos animais;<br />

• Melhora a digestibilida<strong>de</strong> da silagem <strong>de</strong> cana;<br />

• Menor aquecimento e produção <strong>de</strong> álcool após a abertura do silo;<br />

37


38<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

• Maior ganho <strong>de</strong> peso e produção <strong>de</strong> leite;<br />

• Melhor conservação alimentar<br />

» O MECANISMO<br />

Açúcares Lactobacillus plantarum Ácido Lático<br />

Ácido Lático Propionibacterium Ácido Propiônico<br />

» PRINCÍPIO DE ATUAÇÃO<br />

Ácido Lático Diminuição <strong>de</strong> pH inativação <strong>de</strong> bactérias<br />

in<strong>de</strong>sejáveis (estabilida<strong>de</strong> anaeróbica)<br />

Ácido Propiônico Ativida<strong>de</strong> Fungistática inativação <strong>de</strong><br />

leveduras (aumento da estabilida<strong>de</strong> aeróbica)<br />

» MODO DE USAR<br />

• Dissolver o inoculante em água limpa e sem cloro, em proporções que<br />

assegurem o uso das dosagens recomendadas.<br />

• Usar 2 litros da solução por tonelada ensilada.<br />

» DOSAGENS<br />

• 1 (um) sachet <strong>de</strong> 200g trata 50 toneladas <strong>de</strong> silagem <strong>de</strong> cana. Isto<br />

equivale a uma inoculação <strong>de</strong> 240.000UFC/grama <strong>de</strong> material ensilado.


80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

36<br />

34<br />

32<br />

30<br />

28<br />

26<br />

24<br />

22<br />

UFC <strong>de</strong> fungos/g <strong>de</strong> forragem (em milhões)<br />

Contagem <strong>de</strong> Leveduras/g<br />

TIPO DE TRATAMENTO<br />

SILAGEM DE CANA<br />

COM INOCULANTE<br />

SILAGEM DE CANA<br />

SEM INOCULANTE<br />

(TESTEMUNHA)<br />

-7 -1 2 2 dias<br />

Matéria Seca Não FDN %<br />

7 14 21 28 dias<br />

Síntese<br />

TIPO DE TRATAMENTO<br />

SILAGEM DE CANA<br />

COM INOCULANTE<br />

SILAGEM DE CANA<br />

SEM INOCULANTE<br />

(TESTEMUNHA)<br />

>BPE - BOAS PRÁTICAS DE ENSILAGEM<br />

Algumas regras simples a respeitar:<br />

• Colher no ponto <strong>de</strong> corte correto;<br />

• Ensilar rapidamente;<br />

• Cortar em pedaços pequenos;<br />

• Trabalhar o mais limpo possível;<br />

78<br />

76<br />

74<br />

72<br />

70<br />

68<br />

66<br />

64<br />

FDN %<br />

TIPO DE TRATAMENTO<br />

SILAGEM DE CANA<br />

COM INOCULANTE<br />

SILAGEM DE CANA<br />

SEM INOCULANTE<br />

(TESTEMUNHA)<br />

7 14 21 28 dias<br />

Fonte: Laboratório ALAC <strong>de</strong> Garibaldi, RS.<br />

39


40<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong><br />

• Compactar muito bem e fechar hermeticamente;<br />

• Escolher o melhor inoculante para as condições físicas da forragem;<br />

• Inocular o milho grão úmido e cana-<strong>de</strong>-açúcar com bactérias láticas e<br />

propiônicas;<br />

• Retirar o silo cortando;<br />

• Respeitar um consumo mínimo <strong>de</strong> 20cm <strong>de</strong> frente do silo/dia.


Anotações<br />

41


42<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Ensilagem</strong>


Se você tem alguma sugestão em relação a este<br />

manual, por gentileza envie-a para:<br />

Fax: (54) 2521-3100 ou<br />

E-mail: sac@kerabrasil.com.br


Garanta a qualida<strong>de</strong><br />

da sua silagem com<br />

Inoculante para silagem<br />

+55 (54) 2521-3124 +55 (54) 2521-3100 www.kerabrasil.com.br<br />

Ser sac@kerabrasil.com.br

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