Envelhecimento, ética e cidadania - Observatório Nacional do Idoso
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O Neófito – Informativo Jurídico<br />
Página 12<br />
necessidades básicas <strong>do</strong>s que aposentam. A saúde pública é um caos e por isso os planos<br />
priva<strong>do</strong>s de saúde têm merca<strong>do</strong> garanti<strong>do</strong> e não sofrem com a concorrência estatal . No fim<br />
deste ciclo, percebe-se que o i<strong>do</strong>so fica a mercê da caridade alheia, seus direitos não são<br />
reconheci<strong>do</strong>s e sua autonomia é expropriada pela família que o mantém. O Esta<strong>do</strong> o ignora<br />
como detentor de direitos e a família o desvaloriza enquanto a sociedade tenta livrar-se de<br />
qualquer obrigação, imputan<strong>do</strong> ao Esta<strong>do</strong>(fecha-se o ciclo) toda a responsabilidade que na<br />
verdade deveria ser dividida entre esses três pólos:<br />
“ I – A família, a sociedade e o Esta<strong>do</strong> têm o dever de assegurar ao i<strong>do</strong>so to<strong>do</strong>s os direitos da<br />
<strong>cidadania</strong>, garantin<strong>do</strong> sua participação na comunidade, defenden<strong>do</strong> sua dignidade, bem estar e<br />
o direito à vida;<br />
II – o processo de envelhecimento diz respeito á sociedade em geral, deven<strong>do</strong> ser objeto de<br />
conhecimento e informação para to<strong>do</strong>s;”<br />
Portanto podemos afirmar que o Esta<strong>do</strong>, através <strong>do</strong> Direito, precisa reconhecer os<br />
novos paradigmas da sociedade. Afinal, a família não é mais só formada pelo casamento, ela<br />
adquiriu novas formas e tem agora integrantes que envelheceram e não morreram, ao<br />
contrário, continuam tentan<strong>do</strong> assumir a plenitude de sua <strong>cidadania</strong> e lutan<strong>do</strong> para preservar<br />
seu espaço social.<br />
Cabe ao Direito brasileiro reconhecer que o i<strong>do</strong>so não é um cidadão de segunda<br />
classe, mas uma pessoa mais bem <strong>do</strong>tada cronologicamente. A sociedade e a família,<br />
consequentemente, precisam entender o envelhecimento de seus integrantes como uma<br />
evolução e não como um peso! Quan<strong>do</strong> reconhecermos o potencial de nossos membros<br />
i<strong>do</strong>sos, passaremos a lutar para que o Direito os reconheça como cidadãos. E finalmente, uma<br />
vez que os i<strong>do</strong>sos tenham sua <strong>cidadania</strong> reconhecida e garantida, será possível dividir entre a<br />
Família, o Esta<strong>do</strong> e a Sociedade, a responsabilidade e o prazer de cuidar daqueles que estão<br />
envelhecen<strong>do</strong>.<br />
Quan<strong>do</strong> estivermos neste grau de evolução, estaremos conquistan<strong>do</strong> o nosso próprio<br />
espaço no futuro e resguardan<strong>do</strong> a nós mesmos um envelhecimento digno.<br />
Neste momento, poderemos nos identificar como uma sociedade <strong>ética</strong>, que reconhece<br />
to<strong>do</strong>s os ciclos da vida e os preserva sem distinção. A criança, o a<strong>do</strong>lescente, o adulto e o<br />
i<strong>do</strong>so têm o mesmo espaço social e o mesmo direito ao respeito, respeito esse entendi<strong>do</strong> na<br />
sua forma mais ampla.<br />
O Neófito – Informativo Jurídico<br />
editor@neofito.com.br