DUARTE LIMA - Lux - Iol

Quase um mês depois de
ter sido ilibado da acusação
de agressão sexual
a uma camareira num hotel em
Nova Iorque, Dominique Strauss-
-Kahn (DSK) deu a primeira
entrevista sobre o caso ao canal
francês TF1. “Não houve qualquer
violência, coação ou agressão,
nem nenhum ato criminoso.
Estas palavras são do promotor
público, não minhas”, salientou
o ex-diretor do FMI, no passado
dia 18, no telejornal francês com
mais audiência de sempre. Ainda
que reitere a sua inocência,
DSK admite ter cometido
“uma falha”. “O que aconteceu
foi não só uma relação
imprópria mas, mais do que
isso, uma falha. (…) Acredito
que foi uma falha moral. Mas
também uma falha para com
a minha mulher, os meus fi lhos,
os meus amigos. E para com os
franceses que tinham depositado
em mim expectativas de mudança”,
admitiu. No seguimento da
entrevista, Strauss-Kahn confi rmou
que tinha intenção de se candidatar
à Presidência francesa.
Planos que ruíram no dia 14
de maio, quando foi acusado
pela guineense Nafi ssatou Diallo,
de 32 anos, de violação. Daqui
para a frente, o futuro é incerto,
explicou: “Não sou candidato
a nada e tenho intenção de
descansar. Vou dar-me tempo
STRAUSS-KAHN,
ex-diretor do FMI,
fala pela primeira vez
do escândalo sexual
“O que houve foi
uma falha para
com a minha
mulher e os meus
fi lhos e amigos„
Pouco tempo depois de ter sido ilibado, Strauss-Kahn, de 62 anos, regressou a França com a mulher, Anne Sinclair.
Ali enfrenta um novo processo, desta vez de tentativa de violação da jornalista Tristane Banon, de 32 anos
para refl etir.” Para já, tem de se
concentrar na sua defesa da queixa
de tentativa de violação, interposta
pela jornalista francesa
Tristane Banon. O caso remonta
a 2003, quando Banon entrevistou
DSK para escrever a sua
biografi a. Na semana passada,
o ex-líder do FMI, que fez questão
de ser ouvido no caso como
testemunha, admitiu apenas ter
tentado beijar a queixosa. ■
fotos Getty Images e Reuters