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Apesar de ter dito a Judite<br />
de Sousa que gosta<br />
de conduzir e viajar de carro,<br />
nestas fotografi as recentes<br />
Duarte Lima recorreu mais<br />
uma vez a um motorista<br />
apenas para se deslocar<br />
em Lisboa<br />
“Não há relação<br />
entre mim<br />
próprio e o<br />
desaparecimento<br />
da Dona Rosalina<br />
Ribeiro„<br />
Duarte Lima, em agosto<br />
de 2010, a Judite<br />
de Sousa, in RTP<br />
Lá, Rosalina iria encontrar-se com uma tal<br />
de Gisela, que até agora ainda ninguém<br />
identifi cou. O cruzamento de dados com<br />
os registos telefónicos e com as infrações<br />
de velocidade contraria a versão da defesa.<br />
As conclusões das autoridades, divulgadas<br />
pelo semanário Sol, determinam que o<br />
advogado tinha em sua posse três números<br />
de telefone distintos. Com um deles terá<br />
feito uma chamada às 11h30, do dia 6, em<br />
Carandai, a 177 km do Rio de Janeiro, contrariando<br />
a ideia de que ainda almoçara<br />
em Belo Horizonte. Seguiram-se vários<br />
telefonemas para a sua assistente, Marlete<br />
Oliveira, um deles pouco depois das 14h,<br />
que o situam já na cidade carioca. As divergências<br />
continuam. Duarte Lima terá dito<br />
que nunca tinha estado em Maricá, mas as<br />
multas de excesso de velocidade provam o<br />
contrário. Um dia antes do homicídio, os<br />
radares captaram o veículo que alugara,<br />
às 16h31, naquela localidade. Meia hora<br />
depois foi novamente captado por um<br />
radar de Saquarema, onde se deu o crime.<br />
Um dia depois, 7 de dezembro, voltou a ser<br />
apanhado três vezes em excesso de velocidade,<br />
na mesma região, tendo a última multa<br />
na zona sido registada uma hora depois<br />
daquela em que disse ter deixado Rosalina<br />
Ribeiro na companhia de Gisela, concluiu<br />
a investigação do Sol. Já no dia seguinte,<br />
devolveu o carro alugado, lavado e sem o<br />
tapete do lado do pendura. Posteriormente,<br />
quando solicitado, procedeu ao pagamento<br />
das coimas. Duarte Lima representou<br />
Rosalina Ribeiro durante nove anos, na<br />
disputa pela herança do milionário Lúcio<br />
Tomé Feteira, que morreu aos 98 anos, em<br />
2000. Em setembro de 2009, as cartas<br />
rogatórias ligadas ao caso revelaram que,<br />
em 2001, Rosalina Ribeiro levantou oito<br />
milhões de euros de contas conjuntas com<br />
o antigo companheiro. Meses depois, cerca<br />
de cinco milhões e meio foram transferidos<br />
para uma conta de Duarte Lima. Três<br />
meses antes do crime, o advogado terá<br />
pedido a Rosalina que assinasse um documento<br />
que atestava que ele não desviara<br />
o dinheiro, explicou ao Sol a amiga da<br />
vítima, Rose. Rosalina recusou fazê-lo. Três<br />
meses depois estava morta. Duarte Lima<br />
garantiu, ainda na entrevista a Judite de<br />
Sousa, que esta perda não lhe interessava.<br />
E repudiou qualquer associação do seu<br />
nome ao assassinato: “O lançamento de<br />
uma suspeição dessa natureza é medonho,<br />
sinistro e insuportável.” A <strong>Lux</strong> tentou várias<br />
vezes e por vários meios contactar Duarte<br />
Lima (por telemóvel e para o número fi xo<br />
do seu escritório), mas nunca ninguém<br />
atendeu. ■<br />
texto Vanessa Barros Cruz (redaccaolux@lux.iol.pt)<br />
fotos Arquivo <strong>Lux</strong> e D.R.