DUARTE LIMA - Lux - Iol

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05.07.2013 Views

“ Claro que não”, respondeu Maria Paula Gonçalves, de 46 anos, à Lux, quando interrogada sobre se alguma vez acompanhara o marido, Domingos Duarte Lima, nas suas idas ao Brasil em 2009. Em dezembro desse ano, Rosalina Ribeiro, cliente do advogado, apareceu morta no município de Saquarema, a 90 km do Rio de Janeiro. Duarte Lima, de 55 anos, foi a “última pessoa a estar com a senhora Rosalina com vida”, dita a carta rogatória enviada para Portugal, no ano passado, pelas autoridades brasileiras. A resposta de Paula Gonçalves não surpreendeu. A investigação da divisão de homicídios do Rio de Janeiro já apurou que o ex-deputado do PSD esteve várias vezes no Brasil, entre setembro e dezembro de 2009. Mas nunca se fez acompanhar pela mulher. Foi visto ao lado da assistente pessoal, Marlete Rosa Oliveira, de 38 anos, natural de Belo Horizonte. Aliás, segundo apurou a Lux junto de fonte próxima do processo, o depoimento de Wenderson Oliveira, o motorista do advogado nas duas primeiras vezes que se deslocou ao Brasil em 2009, é esclarecedor: “Apanhava Domingos Duarte Lima no hotel e levava-o a um restaurante e noutras vezes a casa da Marlete”, consta no processo. A mesma Testemunha do processo garante que Marlete “era uma pessoa com muita intimidade com o doutor” À esquerda, Rosalina Ribeiro, assassinada em dezembro de 2009. Duarte Lima era o seu advogado

Motorista brasileiro recorda-se de ter deixado Duarte Lima e Marlete Oliveira em novembro de 2009 numa discreta pousada em Tiradentes Em cima, as últimas imagens de Rosalina Ribeiro, captadas no elevador do seu prédio, no Flamengo, Rio de Janeiro, na noite da sua morte. À direita, Duarte Lima testemunha continua: “Marlete saía com Duarte Lima para restaurantes e às vezes para o hotel onde ele se encontrava hospedado.” E acrescenta ainda que lhe pareceu que Marlete “era uma pessoa com muita intimidade com o doutor Domingos Duarte Lima”. O mesmo motorista confi rmou à polícia brasileira que se recorda de os ter levado, em novembro, à Pousada Pequena Tiradentes, em Tiradentes, a 190 km de Belo Horizonte. Esta unidade hoteleira é um pequeno refúgio romântico e discreto, ideal para descansar e namorar, segundo explicou à Lux um dos funcionários da pousada. Questionada sobre o teor da relação que o marido mantém com a assistente brasileira, Maria Paula Gonçalves escusou-se a fazer comentários. Tal como recusou confi rmar a informação, entretanto apurada pela Lux, de que estaria separada. “Não falo sobre a minha vida privada”, disse. Já uma vizinha da sua mãe, de Almada, que pediu anonimato, contou que “por ela [Paula] já estava divor- ciada, mas ele não quer”. “Da última vez que a vi, ela estava muito magrinha, com um ar triste. Não é nada a Paula que conheci noutros tempos”, concluiu, afi rmando que nunca gostou “deste casamento”. Paula Gonçalves e Duarte Lima casaram-se em 2000, após alguns meses de namoro, já o advogado estava recuperado de uma leucemia aguda. Na altura, ela trabalhava como funcionária bancária e ele assumia funções de deputado do PSD. Pautaram sempre pela discrição, e também agora a atual secretária de “uma empresa familiar”, como indicou, preferiu resguardar-se, recusando dar indicações sobre a localização do seu marido e da assistente deste. A verdade é que Marlete Rosa Oliveira, que imigrou para Portugal em 2005 e começou a trabalhar com Duarte Lima um ano depois, pode ser a testemunha-chave para deslindar este caso. Não foi por acaso que a polícia brasileira quis saber o grau de proximidade e de intimidade entre o advogado e a sua secretária. Mas esta tem estado incontactável há vários meses. Além de não ter sido vista nos últimos tempos na zona do Parque das Nações, onde morava num T2 com vista para o rio, mantém desligados, há algum tempo, três dos números de telemóvel que já lhe pertenceram, conforme a Lux pôde constatar. Em dezembro de 2009, foi para o número brasileiro de Marlete, como apurou a investigação do semanário Sol, que Duarte Lima lhe ligou 20 vezes, tanto no dia anterior como no próprio dia da morte de Rosalina Ribeiro. Marlete estaria em Belo Horizonte, para onde viajou com o advogado em setembro desse ano. Por lá fi cou uns meses. Já o ex-deputado intervalou as estadas no Brasil com duas vindas a Portugal. Sempre transportados pelo motorista Wenderson Oliveira, que deu detalhes à polícia. Duarte Lima só prescindiu dos seus serviços na sua última viagem ao Brasil, a 6 de dezembro, um dia antes da morte de Rosalina Ribeiro, de 74

“ Claro que não”, respondeu Maria<br />

Paula Gonçalves, de 46 anos, à<br />

<strong>Lux</strong>, quando interrogada sobre<br />

se alguma vez acompanhara o<br />

marido, Domingos Duarte Lima,<br />

nas suas idas ao Brasil em 2009. Em dezembro<br />

desse ano, Rosalina Ribeiro, cliente do<br />

advogado, apareceu morta no município<br />

de Saquarema, a 90 km do Rio de Janeiro.<br />

Duarte Lima, de 55 anos, foi a “última pessoa<br />

a estar com a senhora Rosalina com<br />

vida”, dita a carta rogatória enviada para<br />

Portugal, no ano passado, pelas autoridades<br />

brasileiras. A resposta de Paula Gonçalves<br />

não surpreendeu. A investigação da divisão<br />

de homicídios do Rio de Janeiro já apurou<br />

que o ex-deputado do PSD esteve várias<br />

vezes no Brasil, entre setembro e dezembro<br />

de 2009. Mas nunca se fez acompanhar pela<br />

mulher. Foi visto ao lado da assistente<br />

pessoal, Marlete Rosa Oliveira, de 38 anos,<br />

natural de Belo Horizonte. Aliás, segundo<br />

apurou a <strong>Lux</strong> junto de fonte próxima do processo,<br />

o depoimento de Wenderson Oliveira,<br />

o motorista do advogado nas duas<br />

primeiras vezes que se deslocou ao Brasil<br />

em 2009, é esclarecedor: “Apanhava<br />

Domingos Duarte Lima no hotel e levava-o<br />

a um restaurante e noutras vezes a casa<br />

da Marlete”, consta no processo. A mesma<br />

Testemunha do processo<br />

garante que Marlete “era<br />

uma pessoa com muita<br />

intimidade com o doutor”<br />

À esquerda,<br />

Rosalina Ribeiro,<br />

assassinada<br />

em dezembro<br />

de 2009. Duarte<br />

Lima era o seu<br />

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