Notícias diversas - Biblioteca Digital da Universidade de Coimbra
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RESISTENCIA — Domingo, 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1897<br />
em que eslám suspensas as relações A par <strong>da</strong>s suas informações optimistas,<br />
chegam-nos informações extra-of-<br />
diplomáticas entre o governo <strong>da</strong> Suficiaes, que<strong>da</strong>m um aspecto <strong>de</strong> graviblime<br />
Porta e o governo francês, em <strong>da</strong><strong>de</strong> á marcha dos acontecimentos,<br />
consequência <strong>de</strong> uma scena <strong>de</strong>s- provoca<strong>da</strong> Ultimamente pela intervenagradável<br />
occorri<strong>da</strong> entre o Sultão ção directa <strong>da</strong> nação norte-americana.<br />
e o embaixador <strong>da</strong> França na Tur- Mac-Kinley pediu informes ácêrca <strong>da</strong><br />
situação dos insurrectos. E as noticias<br />
quia, o sr. Cambon, numa <strong>da</strong>s au- por elle recebi<strong>da</strong>s estám numa flagrandiências<br />
passa<strong>da</strong>s. Segundo parete contradicção como as que tem puce,<br />
o Sultão pediu, sem resultado, blicado o governo hespanhol.<br />
a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua côrte do alludido E tanto que, apresenta<strong>da</strong> no senado<br />
representante.<br />
dos Estados-Unidos a proposta do reconhecimento<br />
dos insurrectos como<br />
Em virtu<strong>de</strong> d'isto, parle <strong>da</strong> es- belligerantes, foi quasi unánimemente<br />
quadra francêsa, estaciona<strong>da</strong> nas approva<strong>da</strong>, sendo a sua approvação<br />
águas do Oriente, recebeu or<strong>de</strong>m sancciona<strong>da</strong> pela câmara dos repre-<br />
para se*dirigir a Besika-Bay, on<strong>de</strong> sentantes. E esta resolução do senado<br />
e <strong>da</strong> câmara fui provoca<strong>da</strong> pelas ex-<br />
se encontram já alguns navios <strong>da</strong> cellenles situação e disposições dos<br />
Grã-Bretanha.<br />
<strong>de</strong>fensores <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuba, sen-<br />
* Segundo dizem <strong>de</strong> Athenas, os do agora <strong>de</strong> esperar que Mac Kinley<br />
chefes insurrectos <strong>de</strong> Creta estabe- não faça gran<strong>de</strong> reparo na sua approleceram<br />
um governo provisório, após vação, atten<strong>de</strong>ndo ao seu passado <strong>de</strong><br />
lucta intransigente pela causa cubana,<br />
a evacuação <strong>da</strong>s tropas grêgas. às suas promessas, e ao aspecto eco-<br />
* A agitação em Athenas voltou nómico por que agora é encara<strong>da</strong> a<br />
a ser extraordinária. E <strong>de</strong> esperar guerra.<br />
que, <strong>de</strong> um momento para o outro, 0 sr. Cánovas tem, pois, as mais ar-<br />
surjam graves acontecimentos 011 se <strong>de</strong>ntes esperanças no veto presi<strong>de</strong>n-<br />
realizem perigosas manifestações. cial, visto que o reconhecimento <strong>da</strong><br />
* Seguem os últimos telegram- belligeráncia é potestativo <strong>de</strong>Mac-Kinley,<br />
o que tira a importância ás votamas:ções<br />
do senado e <strong>da</strong> câmara dos representantes.<br />
Chalkis, 20, n — Os turcos em nú- Da maneira <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r do presimero<br />
<strong>de</strong> 15:000, proseguindo as "hos<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> República, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
tili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, atacaram os grêgos, terça- pois, a sorte <strong>da</strong>s armas hespanholas,<br />
feira, em Plourka, e no dia seguinte e não <strong>da</strong> valentia <strong>de</strong> Weyler.<br />
em Taratza, afim <strong>de</strong> lhes cortar a Com êste na<strong>da</strong> tem que contar. É<br />
retira<strong>da</strong>. O violento combate cessou aquelle o árbitro suprêmo, que não<br />
por causa do armisticio, e os grêgos 'ará <strong>de</strong>morar muito a sua importante<br />
retirarapi sobre La mia. Os turcos tra- e capital <strong>de</strong>cisão.'<br />
tam <strong>de</strong> concentrar-se em Plourka. 0<br />
príncipe real Constantino estabeleceu o<br />
seu quartel general Tnashermópylas<br />
0 exército acha-se em Moio, Lamia e<br />
Thermópylas.<br />
Paris, 21.—Uma nota <strong>da</strong> Agencia<br />
Havas <strong>de</strong>smente o boato <strong>da</strong> <strong>de</strong>missão<br />
do sr. Cambon <strong>de</strong> embaixador <strong>da</strong><br />
Republica francêsa em Constantinopla<br />
e do rompimento <strong>da</strong>s relações diplomáticas<br />
franco-turcas.<br />
Canéa, 21, n — Retiraram já <strong>de</strong><br />
Creta to<strong>da</strong>s as tropas grêgas.<br />
CUBA<br />
Como prevlramos, a situação <strong>da</strong> Hespanha<br />
tornou-se muito grave, nêstes<br />
últimos dias. Resurgem os tempos em<br />
que por to<strong>da</strong> a nação vizinha echoavam<br />
os brados <strong>de</strong> protesto contra o proce<strong>de</strong>r<br />
dos Estados-Unidos.<br />
Weyler tranquillisa com a mentira.<br />
Chega a suppôr completamente abafa<strong>da</strong><br />
a insurreição, e felicita o seu governo<br />
pelo brilhante resultado.<br />
Que modéstia!... E que <strong>de</strong>scara<br />
mento, santo Deus 1...<br />
« Folhetim <strong>da</strong> RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d^m forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «fc C 1 . 4<br />
mando as duas construcções em brazeiros<br />
enormes. Passados 20 minutos<br />
estava reduzido a cinzas um dos chalets,<br />
e o outro, o incombustível, levemente<br />
carbonizado exteriormente, sem<br />
as pare<strong>de</strong>s internas terem soffrido<br />
<strong>da</strong>mno algum.<br />
Depois do incéndo do Bazar <strong>da</strong> Cari<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
em Paris, <strong>de</strong>sperta ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />
e legítimo interesse este meio <strong>de</strong> construcções,<br />
que não tar<strong>da</strong>rá a ser posto<br />
em prática na Inglaterra. Nos Estadosllnidos<br />
já foram man<strong>da</strong>dos construir<br />
navios <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira incombustível pelo<br />
mesmo processo.<br />
Falleceu, na última sexta feira, a<br />
sr.<br />
Intervenção dos Estados-Unidos<br />
Washington, 21, t.—Consta que no<br />
conselho <strong>de</strong> gabinete <strong>de</strong> hoje foi expressamente<br />
manifestado que o presi<strong>de</strong>nte<br />
Mac-Kinley está resolvido a empregar<br />
a sua acção em fazer cessar a<br />
efíusão <strong>de</strong> sangue em Cuba, tanto<br />
quanto possível sem guerra.<br />
•••<br />
<strong>Notícias</strong> <strong>diversas</strong><br />
No dia 14 foi feita em Londres uma<br />
curiosa experiência <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira incomlustivel,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sujeita a <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />
operações chímicas.<br />
Realisaram a experiência nas seguintes<br />
condições:<br />
Construíram dois chalets <strong>de</strong> pinho e<br />
casquilha; um <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ordinária e<br />
outro <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira torna<strong>da</strong> incombustível.<br />
Uataram-nos <strong>de</strong> petróleo e <strong>de</strong>iíaram-<br />
Ihes o fogo. Em breve as chammas se<br />
apo<strong>de</strong>raram <strong>da</strong>s ma<strong>de</strong>iras, transfor<br />
XII<br />
Em casa <strong>de</strong> gente honra<strong>da</strong><br />
—Quer saber tudo? Pois entám ahi<br />
vae a razão: Ha dois annos que nós<br />
trabalhamos todos três por conta <strong>de</strong><br />
Lorémont.<br />
—0 barão! emendou Lalongueur in<br />
genuamente.<br />
Grosbouleau encolheu os hombros.<br />
Cardinet ria com vonta<strong>de</strong>.<br />
— Des<strong>de</strong> êsse dia qua nós somos<br />
roubados, como se an<strong>da</strong>ssemos sempre<br />
num pinhal... no dia do negócio <strong>da</strong><br />
Gran<strong>de</strong> Jatte, nós e Petite tínhamos<br />
dito...<br />
— Petite? perguntou Cardinet.<br />
— Petite, é minha... mulher...<br />
— Ah! sua mulher fazia parte <strong>da</strong> quadrilha.<br />
.. <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ripers—<br />
—Como diz.<br />
«—Depois?<br />
, Depois, vendo que eratnos roubados<br />
todos os dias, tínhamos resolvi-<br />
a Graças aos Exforços do sr. Joaquim<br />
<strong>de</strong> Vasconcellos e á attitu<strong>de</strong> do povo<br />
<strong>de</strong> Tarouca escaparam ain<strong>da</strong> d'esta<br />
vez os quadros góthicos que o sr.<br />
Pacculy, crítico ju<strong>de</strong>u, queria levar por<br />
seis contos <strong>de</strong> réis.<br />
Agora o Jornal do Commércio informa<br />
que o sr. José d'Azevedo Castello<br />
Branco já offerecera também por<br />
elles dois contos <strong>de</strong> réis.<br />
Pobres quadros!..,<br />
Realizâ-se hoje, pela 1 hora e meia<br />
<strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, a inauguração do novo matadouro.<br />
Agra<strong>de</strong>eêmos o convite, que<br />
D. Maria Thereza, estremeci<strong>da</strong> filha nos foi offerecido pela Direcção.<br />
do sr. dr. Cunha Leitão, a quem enviámos<br />
os nossos pêsames.<br />
A fina<strong>da</strong> contava apenas 16 annos<br />
Regressou, <strong>de</strong> Lisboa a esta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> e<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
o sr. dr. Neve» e Castro, juiz <strong>de</strong> Direito<br />
d'esta comarca.<br />
Têem-se aggravado os pa<strong>de</strong>cimentos<br />
do sr. Joaquim Maria Martins, sogro do<br />
nosso amigo sr. Francisco Nazareth. Os srs. drs. Daniel <strong>de</strong> Mattos e<br />
Sousa Refoios foram eleitos pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Medicina para representarem<br />
Falleceu na Covilhã o sr. António a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> no congresso <strong>de</strong> cirúr<br />
Mousaco, <strong>de</strong> 21 annos <strong>de</strong> e<strong>da</strong><strong>de</strong>, filho gia hispano-português, que em 10<br />
querido do commen<strong>da</strong>dor sr. João Nu d'outubro próximo <strong>de</strong>verá realizar-se<br />
nes Mousaco, sócio <strong>da</strong> firma Alça<strong>da</strong> & em Madrid.<br />
Mousaco, que muitos annos teve nesta<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>da</strong> sua importaate<br />
fábrica, e aquém enviamos a expressão<br />
<strong>da</strong>s nossas mais senti<strong>da</strong>s condolências. Revistas e jornaes<br />
Continúa recebendo o mais lisongeiro Perfis» Contemporâneos — Retra<br />
acolhimento a organização <strong>da</strong> exposi- tos, biographias e litteratura.<br />
Acha-se publicado o n.° 30 d'esta exeellente<br />
ção dos trabalhos <strong>de</strong> Leandro Braga. revista quinzenal que se publica em Lisboa.<br />
A exposição realizar-se-ha no palácio Insere este número um bello retraio do dr.<br />
do sr. Marquez <strong>da</strong> Foz, que foi amigo Manuel António Moreira Júnior, lente <strong>da</strong> Es-<br />
do artista e possue algumas <strong>da</strong>s suas ehóIa-Médico-Cinirgica d'aquella ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>putado<br />
ha pouco nomeado para representar no<br />
obras mais interessantes.<br />
pseudo-parlamento a capital do reino.<br />
A maior parte dos possuidores dos Acompanha o retrato uma biographia sub-<br />
trabalhos <strong>de</strong> Leandro Braga prestaramscripta por Curry Cabral.<br />
se a expô los, outros permittiram que<br />
se tirassem photographias; será por<br />
isso uma exposição completa <strong>da</strong> obra<br />
do artista.<br />
0 cartaz, que ê impresso gratuitamente<br />
pela Companhia Nacional Editora<br />
é <strong>de</strong>senhado por A. Baeta collaborador,<br />
<strong>de</strong> Leandro Braga em alguns dos seus<br />
trabalhos, e pintor<strong>de</strong>corador justamente<br />
estimado, que ain<strong>da</strong> ha pouco, esteve<br />
em <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> passagem para Luso<br />
on<strong>de</strong> fôra expressameute para <strong>de</strong>corar<br />
a habitação do sr. dr. Ayres <strong>de</strong> Campos.<br />
Encontra-se gravemente enferma, ha<br />
já bastantes dias, a ex. mi sr. 8 Câmara indicações offereci<strong>da</strong>s a bem<br />
<strong>da</strong>s condições hygiénicas d'este estabelecimento,<br />
vendo-se que os peritos o<br />
consi<strong>de</strong>ram assim em condições <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>r funccionar, sem prejuízo para a<br />
saú<strong>de</strong> pública.<br />
Offerecendo-se comtudo, dúvi<strong>da</strong>s<br />
ácêrca <strong>da</strong> execução do projecto para a<br />
construcção do edifício, resolveu a<br />
mesma Câmara pedir nova informação<br />
dos peritos, ficando d'elia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
a <strong>de</strong>liberação a tomar para a abertura<br />
do matadouro á exploração.<br />
0 CALLIC1DA <strong>de</strong> que é auctor o sr.<br />
António Franco, é um exeellente preparado<br />
para a extracção dos callos,<br />
tendo, sem dôr, <strong>da</strong>do os melhores resultados<br />
no praso <strong>de</strong> oito dias.<br />
Penafiel — Antonio José Ribeiro.<br />
AGRADECIMENTO<br />
0 Cabido <strong>da</strong> Sé Cathedral d'esta<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, em extremo penhorado, vem<br />
agra<strong>de</strong>cer por êste modo às respeitáveis<br />
auetori<strong>da</strong><strong>de</strong>s civis, administrativas,<br />
judiciaes e militares; digníssimos<br />
lentes <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, reitor e professores<br />
do lyceu e seminário; câmara<br />
municipal, Associação Commercial, Instituto,<br />
re<strong>da</strong>ctores <strong>da</strong> imprensa, Associações<br />
dos bombeiros voluntários e<br />
municipaes; rev.<br />
•••<br />
Camara Municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
D. Virgínia<br />
Augusta <strong>de</strong> Carvalho, estremeci<strong>da</strong><br />
filha do nosso bom amigo sr.<br />
A<strong>de</strong>lino Augusto Pereira <strong>de</strong> Carvalho,<br />
o que <strong>de</strong>veras sentimos.<br />
A' gentilissima menina <strong>de</strong>sejámos um<br />
prompto restabelecimento.<br />
os arciprestes, párochos<br />
e clérigos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> fóra; às<br />
illustres <strong>da</strong>mas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, preclaros<br />
cavalheiros e nobres académicos e<br />
mais lieis que se dignaram honrar com<br />
a sua presença o solemne Te-Deum<br />
que se celebrou na Sé Cathedral no<br />
dia 19 do corrente, para commemorar<br />
o jubileu episcopal <strong>de</strong> s. ex. s rev. ma o<br />
sr. bispo con<strong>de</strong>.<br />
A todos protestamos o nosso profundo<br />
reconhecimento.<br />
<strong>Coimbra</strong> e Sé Cathedral, 22 <strong>de</strong> maio<br />
<strong>de</strong> 1897.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do cabido,<br />
Conego José Ferreira Fresco,<br />
Edital<br />
Resumo <strong>da</strong>s <strong>de</strong>liberações toma<strong>da</strong>s na<br />
sessão extraordinária <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> maio O \ doutorLuís d. a, Costa<br />
<strong>de</strong> 1897.<br />
e Almei<strong>da</strong>, provedor<br />
d.si ganta O as a <strong>da</strong> Mi-<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira <strong>da</strong> sericórdia <strong>de</strong> Coim-<br />
Costa.<br />
bra.<br />
Vereadores presentes:—Bacharel José<br />
Augusto Gaspar <strong>de</strong> Mattos, José An Faço saber que, por <strong>de</strong>liberação <strong>da</strong><br />
tónio Lucas, José António dos Santos, Mêsa <strong>da</strong> mesma Santa Casa, se acha<br />
António José <strong>de</strong> Moura Bastos, José Mar- aberto concurso, por espaço <strong>de</strong> quinze<br />
ques Pinto e Albano Gomes Paes, efe- dias, para o provimento <strong>de</strong> dois logactivos.res<br />
<strong>de</strong> merceeira do número <strong>da</strong> Santa<br />
Approvou a acta <strong>da</strong> sessão anterior. Casa.<br />
Apresentado pela presidência o re- As concorrentes <strong>de</strong>vem instruir os<br />
latório dos engenheiros, convi<strong>da</strong>dos seus requerimentos cora certidão <strong>de</strong><br />
para o exame do ediOcio do novo ma- e<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela qual mostrem ter pelo metadouro<br />
e lido em acto <strong>de</strong> vereação nos 50 annos, attestado <strong>de</strong> que são<br />
êste documento, foram aprecia<strong>da</strong>s pela viuvas ou solteiras pobres, honestas e<br />
virtuosas, e <strong>de</strong> que resi<strong>de</strong>m em <strong>Coimbra</strong><br />
ou seus arredores, passado pelo<br />
do montar estabelecimento à parte, por é possível. Vou vêr. Fico <strong>de</strong>sasoccega- e pensou no que lhe conviria fazer. respectivo párocho.<br />
nossa conta.<br />
do, aviso Lalongueur... e disse para Estava seguro pelo lado dos três a Secretaria <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Miseri-<br />
-—Um estabelecimento <strong>de</strong> quê?... mira : Elle an<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconfiado que a gen- quem tratava, ignoravam o plano do córdia <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
— De... <strong>de</strong>.... <strong>de</strong> disse Gros te o quer <strong>de</strong>ixar, e vae-nos fazer algu- barão. Foram só três a saber o segredo 1897.<br />
bouleau embaraçado, <strong>de</strong>... o senhor ma parti<strong>da</strong>... Efectivamente, dois dias <strong>de</strong> Bérard—a Linotte, Lorémont e elle<br />
0 provedôr,<br />
já enten<strong>de</strong>u, <strong>de</strong>. ... ven<strong>da</strong>, compra e <strong>de</strong>pois soube que elle tinha man<strong>da</strong>do Com os três patifes que tinha na frente<br />
Luis <strong>da</strong> Costa e Almei<strong>da</strong><br />
troca <strong>de</strong> mercadorias provenientes <strong>da</strong> uma pessoa a casa <strong>de</strong> Bérard. elle podia <strong>da</strong>r cabo do barão. Convinha<br />
ven<strong>da</strong>...<br />
— Quem lh'o disse?<br />
por isso tê-los do seu lado.<br />
— Sim ! Sim ! Já entendi<br />
Desta vez ain<strong>da</strong> Grosbouleau não en- Via bem que elles tinham pelo me- Gran<strong>de</strong> Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> Commercial<br />
— Nêsse dia, an<strong>da</strong>vamos nós a tracontrou resposta.<br />
nos tanto ódio ao barão como elle, era<br />
balhar, quando eu vi o barão pegar — Não quero dizer...<br />
necessário encontrar um pretexto que Novas tabellas <strong>de</strong> câmbio directo entre<br />
num retrato <strong>de</strong>pendurado sobre o fo- —Diga! Diga! Foi em casa do nosso<br />
explicasse a sua lucta com o barão.<br />
Inglaterra, Portugal e Brazil<br />
gão, olhar para elle...<br />
patrão...<br />
Depois d'alguns minutos Cardinet disse:<br />
POR<br />
— 0 fogão <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> Bérard ?<br />
-Quem lb'0 tinha dito, a elle.<br />
— Pois bem! Lá vae: a mulher que A. DE SOUSA PAUPER10<br />
— Exacto, e dizer: Eu conheço êste -0 barão tinha vindo a casa d'elle<br />
vocês viram com o barão, recusou-se<br />
typo ! Pergunta-me o nome do proprie- pedir informações <strong>de</strong> Bérard... Entàm<br />
a servir os projectos d'elle qu» eram Des<strong>de</strong> 6 a 58 "/»<br />
tário <strong>da</strong> casa, a gente dizlh'o; porque eu disse para mim: é necessário saber<br />
entregar-vos à justiça, <strong>de</strong>nunciando o<br />
se tinha informado !...<br />
o que elle vae lá fazer... Foi entám<br />
furto <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Jatte d'outra maneira<br />
— Como! Informado?<br />
que nós <strong>de</strong>cidimos que Petite iria ser-<br />
differente.<br />
— Exacto! Quando ha um negócio vir. Ella foi ter com a mulher que -Eu já <strong>de</strong>sconfiava, exclamou Gros-<br />
planeado, a gente informa-se; porque ven<strong>de</strong> a fructa para casa <strong>de</strong> Bérard, bouleau.<br />
não gosta <strong>de</strong> trabalhar senão com o diseram-lhe que precisava <strong>de</strong> nova -An<strong>da</strong> a gente a massar-se pelos<br />
que é bom... Se nos dizem: sam ope- crea<strong>da</strong>, e tomáram-na. Ahi está!... outros, disse Lalongueur.<br />
rários, gente pobre... Os moveis dos — Ella espiava Bér&rd?...<br />
— Hoje elle persegue essa mulher<br />
rapazes, as porcellanas fóra dos servi- — Bérard não, o barão!<br />
com to<strong>da</strong> a força do seu ódio; eu<br />
ços. os vidros partidos que trouxeram — Mas elle nunca lâ entrou. quero salvar essa mulher, porque a<br />
dizendo: isto é bom para o campo!... —Foi lá uma vez com uma senhora, amo, por isso vim ter comvòsco, a<br />
Não contem comnosco. Mas se nos di- mas ficou na carruagem...<br />
procurar armas e auxiliares para me<br />
zem: é nm homem rico, a casa está —Mas nao voltou!...<br />
<strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong> Lorémont.<br />
posta, como se fosse em Paris, roupas, —Não, por causa d'uma carta que —Têmos as mãos cheias d'armas,<br />
bronzes, crystaes,... entàm lá vamos! nós lhe escrevemos.<br />
e estámos ao seu dispôr.<br />
— Entendo! E era isso que tinham —Ah! A carta era <strong>de</strong> vocês. Tudo —Todo o trabalho merece salário,<br />
dito <strong>de</strong> Bérard.<br />
está explicado!<br />
accrescentou Lalongueur.<br />
— Tal e qual! Eu entám disse para —Viu a nossa carta?<br />
—Pagarei generosamente, disse Car<br />
elle: é um tal Bérard, com casa <strong>de</strong> —Não, mas sei o que ella diz. dinet.<br />
commissões na rua <strong>de</strong> Eoghlen. Bérard! E Cardinet abriu a carteira e leu a — Ah! Entàm Conte comnôsco. Pe<br />
Bérard! repetia elle.... eu conheço carta que a Linotte lhe dlctara. Ôs três tile, outra garrafa.<br />
êste typo... De repente dá uma pal- sócios ficaram admirados.<br />
—Agora conversámos, a sério.<br />
ma<strong>da</strong> na cabeça e põe-se a dizer? Não Cardinet metteu a carteira no bolso<br />
(Continúa),<br />
d - P or tíWW réis<br />
Preço, 200 réis<br />
A' ven<strong>da</strong> era to<strong>da</strong>s as livrarias<br />
F. Fernan<strong>de</strong>s Costa<br />
G<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Viscon<strong>de</strong> <strong>da</strong> Luz, 50<br />
Casa para arren<strong>da</strong>r<br />
Aluga-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o S. João em diante,<br />
o 3.° e 4.° an<strong>da</strong>r <strong>da</strong> rua <strong>de</strong> Ferreira<br />
Borges, n.° 115. Têem excellentes<br />
cómmodos. Para tratar — Castro UlQ<br />
— na loja <strong>da</strong> mesma casa.<br />
Versão integral disponível em digitalis.uc.pt