04.07.2013 Views

AS LEIS DA HOSPITALIDADE – D(errida)entre ética e literatura

AS LEIS DA HOSPITALIDADE – D(errida)entre ética e literatura

AS LEIS DA HOSPITALIDADE – D(errida)entre ética e literatura

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2. Xenólito. Resistência da poesia e resistência po<strong>ética</strong> (um ato de resistência só pode ser<br />

poético)<br />

(...) toda felicidade é poesia essencialmente e poesia quer dizer ação.<br />

Alain, “Agir”, Propos sur le bonheur.<br />

“O Destino, dizia Voltaire, nos leva e troça de nós”. Estas palavras me surpreendem vindas<br />

deste homem que foi tão bem. O destino externo age por meios violentos; está claro que a pedra ou a<br />

granada esmagará um Descartes igualmente. Estas forças podem nos apagar todos da terra em um<br />

instante. Mas o evento, que mata tão facilmente um homem, não consegue mudá-lo.<br />

Alain, “De la destinée”, Propos sur le bonheur.<br />

A poesia não ensina nada a não ser esta perfeição.<br />

Jean-Luc Nancy, Résistance de la poésie.<br />

(…)<br />

Por todo esto, antes que ser poeta e incomprendido de los hombres, yo preferiria ser<br />

porquerizo junto al puente de Amager y que los cerdos llegaran a comprendere.<br />

Søren Kierkegaard, Diapsálmata. 829<br />

Portes ouvertes sur le sable, portes ouvertes sur l’exil,<br />

Les clés aux gens du phare, et l’astre roué vif sur la pierre du seuil:<br />

Mon hôte, laissez-moi votre maison de verre dans les sables…<br />

L’été de gypse aiguise ses fers de lance dans nos plaies,<br />

J’élis un lieu flagrant et nul comme l’ossuaire des saisons<br />

(…)<br />

Saint-John Perse, Exil I.<br />

Que não nos venham falar de <strong>ética</strong> ou de est<strong>ética</strong> da poesia.<br />

Jean-Luc Nancy, Résistance de la poésie.<br />

Enfim, só escrevo aqui pelo gosto, pelo prazer da amizade: ela também é uma elipse.<br />

Jean-Luc Nancy, Sens elliptique.<br />

(A multiplicação <strong>–</strong> e a relação elíptica <strong>–</strong> das epígrafes. Certamente, pelo seu gosto ou<br />

pelo seu prazer também escrevemos. O prazer e o gosto de (suas) elipses).<br />

Um breve e último ricochete. (“Ricochete”: outro epigrama).<br />

Pois uma pedra, uma ou mais, e, sem dúvida, sua idade, atravessaram tempos e textos.<br />

P afirmou ter organizado a narrativa poemática (ou seu simulacro) da resistência desta e de<br />

829 Tirado da versão espanhola. Kierkegaad, Søren. Estudios estéticos. I. Diapsálmata y El erotismo musical.<br />

Madrid: Ediciones Guadarrama, 1969. p. 59.<br />

321

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!