Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia

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446 Sermam da . • - Aiart iegundo recado: Taurimet, Sc tantas coufas tem deleita- »-• 4- fy altdia occifa funt, fy om. veis dignas do poder,Sc libeni 1 parata, venite adnupttas. ralidade de feu Auchor, naõ Díz^y lhe,que venhaõ,por- cuftou a Deos mais que hum que as rezes, Sc as aves já ef- aceno da fua vontade. E fe taõ mortas, 8c tudo apare- quizera fabricar outro munlhado. Pois para o banque- do mais precioío, em que a te da Gloria -matõufe alguma terra fora ouro, o mar, Sc os coufa? Sim : Sc naõ menos rios prata,as áreas perolas,os que o Filho de Deos. Se penhafcos diamantes, as plá- Chrifto naõ morrera, ne- tas efmeraldas, as flores runhum filho de Adam podia bis, St fafiras, Sc os frutos, & entrar na Gloria, porque no feus labores proporcionados Paraifo da terra perdemos o a efta riqueza,8c delicia,com direito, que tínhamos ao do outro aceno da meíma von- Ceo, Sc pela gula de hum tade , Sz íem mais tempo bocado ficamos excluídos que hum inftante , o poderá do banquete. Morreo pois criar de nada. Qual íerá lo- Chrifto, Si derramou o pre- go o preço daquelle bem, ou ço infinito de feu Sangue , Sz fumma de bens , que a efte efte preço infinito foy o cuf- meímo Deos , taõ jufto, coto , que fe fez, para de novo mo poderofo , naõ cuftou íe comprar.Sc preparar o que menos que a-morte, Sc Sanpor taõ pouco fe tinha per guedeíeu Filho? Mas pondido. Pezay agora, le po- deremos as palavras do Pay, deis, o preço daquella mor- que todas eftaõ cheas de t.e,& contay as goras daquel- profundos myfterios, com le Sangue , caria huma das que mais fe declara efte. quaes vai mais que infinitos 548 Taurimei,.fy altilid mundos , Sc entsõ podereis occifa funt: diz primeiraméraftear de algum modo o te o Rey , que eftaõ mortas valor incomprehenfivel do as rezes, Sz as aves para o que com elle fe comprou, banquete. E que rezes Sc Efte mun io, que tanto nos aves íaõ eftas i Já fe fabe, leva os olhos,Sc os corações, que na Parábola íaõ oque foáõi

Dominga XIX. 447 fòaõ, Si rio» fundo idelia u como as rezes no compoífü que fignificaõ. Sendo pois. inefável de Chrifto fignifio fignificado de humas , St: cfignifi,caÕa Huma-* às rezes chama íuas, Sc às njdaidè de iChrifto , & as aves naó: Taurimei, fyültiaves,que íaõ do Ceo, a Di- liai come fe nos diffeffe : o vindade. E pofto iqitaera Di- hurnano,que ha em Chrifto,' v^n$adé';feja. nmràmül, de he meu, o divino naõ he ambas íe diz cprn tudo, que meu, íou eu. Finalmente a eftaõ mortas; Tauri mei tfy palavra Occifa funt, que figaltilia occifa funt. Porque co- nifica naõ qualquer morte % mo a, naruréz^- humana ,8c a mas violenta, pofto que prodivina eftaõ unidas em hum pria para as rezes,Sc aves do fuppofto, naõ íó morre bar quete •, também a diffe Cnriítoem quanto homem, o Rey com particular myímas também he verdadeiro terio, Sc energia} porque tal dizer, que morreo DÍOS. E foy a morte de feu Filho, cõ naõ deve paffar fem reparo que Deos nos preparou o o modo, Sc diftinçaõ adver- banquete da Gloria. Naõ tida, com que o Rey fallou morte natural (que bailara) nefte cafo > porque às rezes mas violenta, Sc naõ com o chama íuas;;., Sc às aves naõ: íangue congelado n«s veas, Tauú meijfyaluha. Pois íeà mas derramado dellas. No Rey he;De5is,Serthór de tu- meímo Texto temos o cado, porque chama íuas as fo, 8c toda a hiftoria delle rezes, Sc naõ as aves ? Pela fingularmente deferira, meírharazaó, que temos di- í>i 549 Quando o Rey mato. Sobrea fítumanidade de dou ífgundo recado aos con- Chrifto tem Deos domínio , vídados , alguns delles foraõ íobre a Divindade naõ tem, taõ inf< lenres, & furiofos, nem pode ter domínio, por- que naó fó naõ quizeraõ vir, que ne o meímo Deus: Ôc nias.prendetaó os criados do Rey,

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Aiart iegundo recado: Taurimet, Sc tantas coufas tem deleita-<br />

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1 parata, venite adnupttas. ralidade de feu Auchor, naõ<br />

Díz^y lhe,que venhaõ,por- cuftou a Deos mais que hum<br />

que as rezes, Sc as aves já ef- aceno da fua vontade. E fe<br />

taõ mortas, 8c tudo apare- quizera fabricar outro munlhado.<br />

Pois para o banque- do mais precioío, em que a<br />

te da Gloria -matõufe alguma terra fora ouro, o mar, Sc os<br />

coufa? Sim : Sc naõ menos rios prata,as áreas perolas,os<br />

que o Filho de Deos. Se penhafcos diamantes, as plá-<br />

Chrifto naõ morrera, ne- tas efmeraldas, as flores runhum<br />

filho de Adam podia bis, St fafiras, Sc os frutos, &<br />

entrar na Gloria, porque no feus labores proporcionados<br />

Paraifo da terra perdemos o a efta riqueza,8c delicia,com<br />

direito, que tínhamos ao do outro aceno da meíma von-<br />

Ceo, Sc pela gula de hum tade , Sz íem mais tempo<br />

bocado ficamos excluídos que hum inftante , o poderá<br />

do banquete. Morreo pois criar de nada. Qual íerá lo-<br />

Chrifto, Si derramou o pre- go o preço daquelle bem, ou<br />

ço infinito de feu Sangue , Sz fumma de bens , que a efte<br />

efte preço infinito foy o cuf- meímo Deos , taõ jufto, coto<br />

, que fe fez, para de novo mo poderofo , naõ cuftou<br />

íe comprar.Sc preparar o que menos que a-morte, Sc Sanpor<br />

taõ pouco fe tinha per guedeíeu Filho? Mas pondido.<br />

Pezay agora, le po- deremos as palavras do Pay,<br />

deis, o preço daquella mor- que todas eftaõ cheas de<br />

t.e,& contay as goras daquel- profundos myfterios, com<br />

le Sangue , caria huma das que mais fe declara efte.<br />

quaes vai mais que infinitos 548 Taurimei,.fy altilid<br />

mundos , Sc entsõ podereis occifa funt: diz primeiraméraftear<br />

de algum modo o te o Rey , que eftaõ mortas<br />

valor incomprehenfivel do as rezes, Sz as aves para o<br />

que com elle fe comprou, banquete. E que rezes Sc<br />

Efte mun io, que tanto nos aves íaõ eftas i Já fe fabe,<br />

leva os olhos,Sc os corações, que na Parábola íaõ oque<br />

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