Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia

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Prov. 8.31 360 Sermam do amor , nem foy ; porque íe chegou a ter fim, nunca teve principio. He como a eternidade , que íe por impofii- do com a vontade divina, tz o tempo em que ame u dtf. de o principio da vida com a vontade divina, & huma;. vcl tivera fim , nam teria fido na. Defde o principio da vi- eternidade : Declarans amida paíTátaõ trinta St quatro ciliam aternam effe , fi vera annos: deíde o principio do efi. mundo paffáraõ mais de 453 Tam izentoda jur- quatro mil; Sc em tantos andiçaó do tempo he o verda. nos , tk tantos íeculos de deiro amor. Porém hum tal amor , nenhum poder teve amor onde fe achará í Só febre elle o tempo. Ohamor em vós, Fenis Divino, fó em fó verdadeiro ! Ohamórfó vós. IíTo quer dizer: Cumdi- conftantelOh amor fó amor! lextffet: como tiveffe amado. Que naõ desfez , que naõ E quando, ou defde quan* acabou a continuíçaõ perdo i Primeiramente defde o tinaz de tantos annos, quanprincipio fem princípio da tos eorréraõ defde o princiet.rnidade 5 porque defde pio do mundo até o fim da entaô con eçou o Verbo vida de Chrifto ? Que Cidaete rno a amar os homens, ou de raõ forte , que naõ arruideíde entaõ os amou íem naffe ? Que mármore , que começar , como elle meímo naõ gaftaffe ? Que bronze; diffe: Et dtltcia mea effe cum que naõ confumiflè ? Todas .filiis hominum. E hum amor, as coufas humanas em taõ que teve as raízes na eterni- comprida continuação acadade , vede como podia bou o tempo, Sc o que he achar o remédio no tempo? O tempo começou com a creaçaõ do mundo, porque antes do mundo nsõ havia mais até a memória dellas; terrpo. E efte tempo em Chrifto divide-fe em duas partes :o tépo,em que amou dtíde o principio do mun- fó o amor de jefu apezar dos annos, & dos fecuíos, fempre inteiro íem diminuição, fempre firme , fempre perfeverante , fempre o meímo ; porque aílim como tinha amado no principio : Cum dile«

Mandato. 361 dilexiffet ."aflim amou , Sc ra :Quia venit'heraejus i Ecom a mefma intenção no raó tantos dias, 8c era huma fim : In finem dilextt. fó hora ? Sim. Porque todos 454 Taõ fora efteve o eftes dias em que o Senhor tempo ( vede o que digo ) íe havia de deter no mundo, taõ fora efteve o tempo de eraõ dias de eftar com os poder diminuir o amor de íeus amados : Com dilexiffet Chrifto,que antesoamer de fuos: 8? ainda que pela me- Chrifto diminuhiootempo. dida do tempo eraõ muitos No mefrno Texto do noffo dias, pela conta do íeu amor Evangelho o temos : Sciens era huma íó hora: Hora ejus. Jtfus quia vemt hora ejus ,ut Notay muito agora ocomtranfiat ex hoc mundo ad pa- pucodeftesmeím ;sdÍ3S, 8c trem. Sabendo Jefu, que era reparay no que nunca repaehegada a hora de paffar de- raft.es. Deíde a hora da Cea fte mundo ao P^dre. iíio até a hora em que Chrifto diffe o Evangelifta fallando fubio ao Ceo, paffaraõle põdos myfterios da ultima tualmente mil horas , fem Cea , em que Chrifto com o faltar, nem fobeju hüa fó. E mayor prodígio da fua hu- todos eftes dias, que mediraildade , Sz como mayor dos pelas rodas do tempo famtlagre da fua Omnipoten- ziaõ cabalmente mil horas, cia manifeftou aos homens contadas pelo relógio do qual era oextrerao,com que amor, que Chrifto tinha no os amava. Vias a hora,em que peito, eraõ hüa fó hora. Por o Senhor paffou do mundo iffo fe chama :i^r^ ejus :ho» ao Padre, naõ foy nefte dia, ra fua : porque para o munfenaó no dia de fua Afcen- do, & para o tempo,eraõ mil íaõ , quarenta Sc dous dias horas : Sz para Chrifto , 8e depois defte. Pois íe ainda para o feu amor era hüa. E fa lhe reftavaõ a Chrifto qua- o amor de Chrifto de mil renta & dous dias para eftar horas fazia hüa íó hora; veno mundo antes de fubir ao de quam certo he oque eu Padre,como diz o Evangeli* dizia , que em vez de o temfta, que já era chagada a ho- padiminuir o amor, oamor Z iiij di-

Prov.<br />

8.31<br />

360 Sermam do<br />

amor , nem foy ; porque íe<br />

chegou a ter fim, nunca teve<br />

principio. He como a eternidade<br />

, que íe por impofii-<br />

do com a vontade divina, tz<br />

o tempo em que ame u dtf.<br />

de o principio da vida com<br />

a vontade divina, & huma;.<br />

vcl tivera fim , nam teria fido na. Defde o principio da vi-<br />

eternidade : Declarans amida paíTátaõ trinta St quatro<br />

ciliam aternam effe , fi vera annos: deíde o principio do<br />

efi. mundo paffáraõ mais de<br />

453 Tam izentoda jur- quatro mil; Sc em tantos andiçaó<br />

do tempo he o verda. nos , tk tantos íeculos de<br />

deiro amor. Porém hum tal amor , nenhum poder teve<br />

amor onde fe achará í Só febre elle o tempo. Ohamor<br />

em vós, Fenis Divino, fó em fó verdadeiro ! Ohamórfó<br />

vós. IíTo quer dizer: Cumdi- conftantelOh amor fó amor!<br />

lextffet: como tiveffe amado. Que naõ desfez , que naõ<br />

E quando, ou defde quan* acabou a continuíçaõ perdo<br />

i Primeiramente defde o tinaz de tantos annos, quanprincipio<br />

fem princípio da tos eorréraõ defde o princiet.rnidade<br />

5 porque defde pio do mundo até o fim da<br />

entaô con eçou o Verbo vida de Chrifto ? Que Cidaete<br />

rno a amar os homens, ou de raõ forte , que naõ arruideíde<br />

entaõ os amou íem naffe ? Que mármore , que<br />

começar , como elle meímo naõ gaftaffe ? Que bronze;<br />

diffe: Et dtltcia mea effe cum que naõ confumiflè ? Todas<br />

.filiis hominum. E hum amor, as coufas humanas em taõ<br />

que teve as raízes na eterni- comprida continuação acadade<br />

, vede como podia bou o tempo, Sc o que he<br />

achar o remédio no tempo?<br />

O tempo começou com a<br />

creaçaõ do mundo, porque<br />

antes do mundo nsõ havia<br />

mais até a memória dellas;<br />

terrpo. E efte tempo em<br />

Chrifto divide-fe em duas<br />

partes :o tépo,em que amou<br />

dtíde o principio do mun-<br />

fó o amor de jefu apezar dos<br />

annos, & dos fecuíos, fempre<br />

inteiro íem diminuição,<br />

fempre firme , fempre perfeverante<br />

, fempre o meímo ;<br />

porque aílim como tinha<br />

amado no principio : Cum<br />

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